Estudos sobre gênero e diversidade sexual em organizações sindicais do campo educacional ainda são incipientes, e os que existem se voltam especialmente à participação sindical das mulheres, sem discutir as concepções das organizações sindicais. Algumas análises atribuem motivos para tais lacunas: sendo os sindicatos instituições “públicas”, existem para a atuação masculina; ou estão centrados em lutas consideradas de caráter universal, portanto, as ações ligadas a políticas de gênero seriam secundárias e até mesmo prejudiciais. Contudo, nas últimas duas décadas, as discussões têm avançado, sendo possível encontrar políticas sindicais mais atentas às questões de gênero e sexualidade, paulatinamente incorporando que diferenças em relação a gênero e orientação sexual são componentes de processos de distribuição de poder e desigualdade social. Buscando colaborar com a compreensão desse tema, o artigo tem por objetivo examinar atribuições e competências das secretarias voltadas a gênero e diversidade sexual em 25 sindicatos filiados à Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE/Brasil), identificando se suas/seus dirigentes são do sexo feminino ou do sexo masculino. Os dados foram coletados por consulta aos estatutos das organizações e nominatas de suas diretorias, obtidos nas páginas web, por e-mail ou contato telefônico. Em suma, foi verificada a presença absolutamente majoritária de mulheres nas coordenações das secretarias, que têm atribuições, competências e nomenclaturas muito variadas, bem como um número muito pequeno de menções a questões relativas à diversidade sexual. Isso parece indicar, por um lado, uma representação ainda existente sobre supostas competências de homens e de mulheres, delegando a essas últimas cargos considerados de menor prestígio político. Por outro lado, denota um estágio ainda inicial dos debates a respeito, pois parece haver uma aceitação maior da institucionalização das questões relativas a gênero/mulher quando comparada com o debate sobre diversidade sexual, indicando nova clivagem e invisibilidade e/ou desconsideração das diferenças em termos de orientação sexual e identidade de gênero.
O artigo parte da insuficiência de estudos sobre gênero em sindicatos de educação no Brasil. Observamos que os poucos trabalhos existentes dedicam-se a discutir a participação sindical das mulheres, sem ingressar mais diretamente na posição dos próprios sindicatos. Sabendo que diferenças de gênero e de diversidade sexual são componentes de processos de distribuição de poder e desigualdade social, tivemos por objetivo verificar a proporcionalidade entre homens e mulheres ocupantes de cargos diretivos em sindicatos filiados à CNTE. Para tanto, realizamos levantamentos nos sites da CNTE e de seus sindicatos. Quanto à divisão de poder por sexo, constatamos que, tal como ocorre em outros espaços institucionais como no Legislativo e no Executivo brasileiros, a presença masculina ainda é maior.
A entrevista com a sindicalista aborda, primeiramente, aspectos de sua trajetória educacional, profissional e militante, de forma a compreender o que a conduziu ao ativismo sindical e ao feminismo. Em seguida, apresenta relato sobre as elaborações sindicais - especialmente da Confederação Nacional de Trabalhadores em Educação (CNTE) e da Internacional da Educação (IE) – referentes a questões de gênero e de diversidade sexual, finalizando com análise dos enfrentamentos que vêm ocorrendo em torno da elaboração de políticas públicas a respeito desses temas.
RESUMO:O texto trata do debate acerca das relações sociais de gênero no ensino de sociologia no IFSul, destacando o espaço destinado ao tema nos currículos e as metodologias empregadas pelos docentes ao abordá-lo. A partir de análise documental (grades curriculares e programas da disciplina) e de respostas a questionários aplicados aos professores podemos afirmar que o debate se centra na questão da mulher e está presente de forma transversal ou com espaço específico em grande parte dos programas, além de que diversas estratégias de ensino são utilizadas em sua abordagem.
Palavras-chave:Relações sociais de gênero. Ensino de sociologia.Currículo. IFSul.
ABSTRACT:The text addresses the debate about gender social relations in sociology teaching at IFSul, highlighting the designated space to the theme in curricula and the methodology employed by * Doutora em Ciência Política pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Atua como docente no ensino médio e superior no Instituto Federal Sul-Rio-Grandense. Realizou estágio pós-doutoral no PPGE-FaE da Universidade Federal de Pelotas.
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