Introduçãotransição democrática brasileira encontra incômoda companhia no crescimento das taxas de criminalidade violenta nas áreas metropolitanas brasileiras desde os anos 1970 (Coelho, 1988) alterando substancialmente o diagnóstico e as terapias recomendadas de resolução de problema central da construção da ordem democrática -o controle coercitivo, pela autoridade pública, de comportamentos individuais e coletivos desviantes em relação às regras legais. Apenas recentemente a sociedade brasileira se apercebeu das articulações positivas entre polícia e cidadania. A longa tradição (e experiência) de uma polícia de gente, dócil em relação aos privilégios de classe e status em sua atividade rotineira de imposição da ordem, e de uma a polícia de moleque, nunca hesitante em usar o chicote no trabalho de domesticação das rebeldias individuais e coletivas das classes baixas traduziu o problema do controle social coercitivo nos termos de alguma redução do poder da polícia no Brasil, como condição de construção da democracia no plano das interações sociais rotineiras e cotidianas (Paixão, 1988). A violência instrumental da polícia de moleque afetava a garantia dos RESUMO: Com base nos dados de vitimização levantados pela PNAD 88, os autores analisam as relações entre polícia e sociedade, através de discussão dos motivos que levam as pessoas a procurarem ou não a polícia. Em contraposição a uma explicação de natureza "culturalista", é sugerida a hipótese de que existem motivações racionais para se acionar a polícia para a resolução de conflitos. UNITERMOS:criminalidade, violência, vitimização, polícia, polícia/sociedade, motivações, resolução de conflitos. ESTRATÉGIAS DE INTERVENÇÃO PO-LICIAL NO ESTADO CONTEMPORÂNEOProfessores do Departamento de Sociologia e Antropologia da UFMG
Este texto, que a Revista Brasileira de Sociologia agora publica, foi escrito como notas de aula por Antônio Luiz Paixão em 1981. Além do interesse pelo conteúdo (lições de metodologia com exemplos da sociologia do crime e do desvio), ele é um documento da prática da sociologia: da reflexão e da elaboração que precedem uma aula. Numa época em que a publicação é supervalorizada, é bom lembrar desse importante espaço de formação onde se desperta (ou não) o gosto por uma profissão.Durante a pandemia, em que tivemos que ficar mais em casa, encontrei-o junto a outras notas do Paixão, escritas em papel almaço, sobre a minha dissertação. Ambos trazem a marca de uma época e de um estilo de orientar e de dar aula, mas também do estilo peculiar do Paixão de ensinar, sempre se valendo de exemplos de outras pesquisas, mas também da vida cotidiana e dos acontecimentos da vida pública. Na sala não eram todos os alunos que gostavam do seu estilo, alguns tinham dificuldades de acompanhá-lo dada a rapidez da sua fala que apenas seguia o ritmo do seu pensamento, além das piadas, que exigiam uma sintonia com o tempo presente.Não foi uma pessoa comum, e talvez por isso mesmo, despertou em muita gente o prazer por uma aula, o envolvimento com a pesquisa e também com a sociologia que se fazia fora dos ambientes institucionais. Se guardei por tantos anos este texto foi porque com ele aprendi certas coisas que até hoje me inspiram, avaliação corroborada pela revista ao decidir publicá-lo.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
customersupport@researchsolutions.com
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.
Copyright © 2025 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.