O estudo baseou-se na hipótese de variabilidade genética entre genótipos de trigo (Triticum aestivum L.), a qual permitiria discriminá-los quanto à eficiência na produção de grãos e resposta na utilização do nitrogênio. Os ensaios foram realizados em 1987-91, no Centro Experimental de Campinas e na Estação Experimental de Tatuí, em condições de irrigação por aspersão. Em Campinas, em sucessão ao pousio e, em Tatuí, ao arroz e ao lablabe, em 1987-91. O delineamento estatístico empregado foi de blocos ao acaso, no esquema de parcelas subdivididas, com quatro repetições. A parcela constituiu-se de três doses de nitrogênio (0, 60 e 120 kg/ha) e, as subparcelas, dos genótipos de trigo BH-1146, IAC-5, IAC-24, IAC-25, IAC-60, IAC-161, IAC-162 e Anahuac. Os genótipos de trigo IAC-60, IAC-161 e IAC-l62 responderam para produção de grãos à aplicação das doses de 60 e 120 kg/ha de N e o restante, somente até 60 kg/ha de N em 1991, no Centro Experimental de Campinas. O genótipo IAC-60 foi considerado mais produtivo na utilização do nitrogênio aplicado e do existente no solo, para a mesma característica. Na Estação Experimental de Tatuí, após a cultura de arroz (1987), todos os cultivares estudados responderam até 120 kg/ha de N, havendo correlação positiva e significativa entre as doses de nitrogênio e a produção de grãos, independente dos genótipos. Nas mesmas condições, após a cultura do lablabe, os genótipos estudados de trigo não responderam à aplicação das doses de nitrogênio, durante os anos de 1988-90.
Compararam-se 18 linhagens de trigo diaplóides obtidas via cultura de anteras de plantas híbridas, em geração F1, e os cultivares Al Res 102/84 e IAC-24, em quatro ensaios instalados em condições de irrigação por aspersão e de sequeiro. Analisaram-se a produção de grãos, outros componentes da produção, características agronômicas e resistência à ferrugem-da-folha. Estudou-se também a tolerância ao alumínio em soluções nutritivas, em condição de laboratório. A linhagem diaplóide 5, provinda do cruzamento IAS-63/ALDAN "S"//GLEN/3/IAC-24, de porte baixo, mostrou resistência ao acamamento e ao agente causal da ferrugem-da-folha e tolerância à toxicidade de alumínio, destacando-se, ainda, quanto à produção de grãos. A linhagem 6 identificou-se como fonte genética de maior número de grãos por espigueta, porte baixo, resistência ao acamamento e à ferrugem-da-folha, e a linhagem 8 apresentou espigas mais compridas e maior número de espiguetas por espiga. Todos os genótipos avaliados, com exceção do cultivar IAC-287 (controle sensível) exibiram elevada tolerância à toxicidade de alumínio.
Foi estudado o comportamento diferencial de 12 genótipos de trigo comum (Triticum aestivum L.), um genótipo de trigo duro (Triticum durum L.), e um de triticale (Triticosecale sp) em soluções nutritivas de tratamento contendo duas concentrações salinas (1/5 e 1/10 da completa) e seis concentrações de alumínio ( 0, 2, 4, 6, 8 e 10 mg L-1), à temperatura de 25 ± 1ºC e pH 4,0. Foram utilizadas dez plântulas por parcela e quatro repetições. A tolerância foi medida pela capacidade de as raízes primárias continuarem a crescer em solução sem alumínio, após permanecer 48 horas em solução nutritiva completa, contendo uma concentração conhecida de alumínio combinada com cada uma das concentrações salinas. Os genótipos de trigo comum IAC-289, IAC-350 e IAC-370 e a cultivar controle Anahuac, e os genótipos de trigo duro IAC-1003 e de triticale IAC-5 foram os mais sensíveis a níveis crescentes de Al3+nas soluções nutritivas de tratamento e, portanto, somente seriam indicados para cultivo em solos corrigidos. Os genótipos de trigo comum IAC-24 e IAC-378 e a cultivar controle BH-1146 destacaram-se pela tolerância à toxicidade de Al3+, com potencial para uso em solos ácidos e como fontes genéticas de tolerância nos futuros cruzamentos. Os sintomas de toxicidade de alumínio foram maiores com a elevação da concentração de alumínio e da diminuição das concentrações de sais da solução nutritiva para todos os genótipos estudados.
Estudou-se o comportamento diferencial entre 9 genótipos de centeio, 2 de triticale, 5 de trigo comum (Triticum aestivum L.) e um de trigo duro (Triticum durum L.), empregando-se soluções nutritivas arejadas, com concentrações de alumínio (0, 3, 6, 10, 15 e 20 mgL-1), à temperatura constante de 25 ± 1oC e pH 4,0. A tolerância foi medida pela capacidade das raízes primárias continuarem a crescer em solução sem alumínio, após 48 horas em solução contendo uma concentração conhecida de alumínio. Todos os cultivares de centeio Branco, Bagé, FA (In Chansti), Soron, Padrela, Montalegre, Vila Pouco de Aguiar, Gimonde e Lamego e os cultivares de trigo BH-1146 e IAC-227 foram considerados muito tolerantes, por exibirem crescimento radicular após o tratamento em solução contendo 20mgL-1 de Al3+. Os genotipos de centeio Padrela, Montalegre e Vila Pouco de Aguiar foram os mais tolerantes, em função dos seus maiores índices de tolerância relativa. Os cultivares de triticale IAC-1 e CEP-15 e os cultivares de trigo comum IAC-5 e IAC-24 apresentaram uma tolerância intermediária, exibindo crescimento da raiz primária na presença de 15 mgL-1 de Al3+, porém não a 20. Os cultivares Anahuac (trigo comum) e Yavaros "S" (trigo duro) mostraram-se sensíveis ao Al3+ , não apresentando crescimento das raízes primárias após tratamento em soluções contendo 3 mgL-1 de Al3+.
RESUMOEstimaram-se parâmetros de adaptabilidade e estabilidade, por meio de dois métodos não paramétricos, para produtividade de grãos, de 20 genótipos de trigo, sendo 18 linhagens mexicanas e duas cultivares comerciais, avaliadas em três locais do Estado de São Paulo, durante 2001 e 2002. Foram observados efeitos significativos para as fontes de variação genótipos, anos e locais, constatando-se que o comportamento das linhagens não foi coincidente para os dois anos e para os três locais de avaliação. As interações genótipos x locais, anos x locais e genótipos x locais x anos foram estatisticamente significativas. Independentemente do método e considerando a análise para os dois anos e os três locais, as linhagens 13 (HAHN/2*WEAVER) e 3 (SERI M 82) figuraram entre as cinco primeiras no ranqueamento, com adaptabilidade e estabilidade amplas. Estas linhagens, em especial a linhagem 13, poderiam ser recomendadas para cultivo pelos agricultores desde que sejam avaliados outros caracteres agronômicas de interesse, entre eles o porte da planta, a resistência às doenças e a tolerância ao alumínio tóxico. Os dois procedimentos forneceram resultados semelhantes, de fácil estimativa e sobretudo fácil interpretação. Palavras-chave:Triticum aestivum L., genótipos, produtividade de grãos. ABSTRACT ADAPTABILITY AND STABILITY INBRED WHEAT LINES OF IN SÃO PAULO STATEAdaptability and Stability parameters were estimated by two non-parametric methodologies for grain yield in 20 wheat genotypes, 18 Mexican inbred lines and two cultivars, which were evaluated in three locations of São Paulo State, during 2001 and 2002. Significant effects were observed for genotypes, years and locations, indicating that the performance of the inbred lines was not coincident for the two years and the three locations. Genotypes x locations, years x locations and genotypes x years x locations interactions were significant. Independently of the methodology and considering the analysis for the two years and for the three locations, inbred lines 13 (HAHN/2*WEAVER) and 3 (SERI M 82) ranked among the five, with wide adaptability and stability. These inbred lines, specially the 13, could be recommended for cultivation by growers after the evaluation of other interesting agronomic traits, such as plant height, disease resistance and aluminum tolerance. The two methodologies provided similar results with easy estimates and interpretation.
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