RESUMOEsta resenha do livro La Rivoluzione Bachtiniana. Il Pensiero di Bachtin e L´Ideologia Contemporanea justifica-se em função da extrema atualidade da obra, que acaba de ser traduzida para o português. Atualidade também revelada por Ponzio sobre a obra do russo Mikhail Bakhtin, que no início do século XX desenvolvia estudos literários e filosóficos que hoje abrem um leque de análise das várias áreas do conhecimento, inclusive no plano ideológico. A obra é um apanhado geral da obra bakhtiniana, sob o viés do filósofo Augusto Ponzio. O autor mostra o quanto, na lógica bakhtiniana, a ideologia dominante contém de identidade, em qualquer campo que se analise. E o quanto essa lógica trabalha a favor da mistificação do homem, que só poderá ser encontrado, em sua verdadeira essência -uma essência inovativa e criativa -no encontro com o outro. Essa noção só pode ser compreendida com o abandono de ideias pré-concebidas em geral aceitas no mundo capitalista, como a de que conceitos como desenvolvimento, identidade cultural e linguística, e outras que comportam a ideia de identidade, têm como finalidade intrínseca favorecer o homem no seu sentido mais amplo. PALAVRAS-CHAVE:Ponzio relata que, até o seu último texto, de 1974, Per una Metodologia delle Scienze Umane, Bakhtin não deixou de se questionar sobre o sentido do homem, ainda que aparentemente sua preocupação central fosse a literatura. Para o filósofo italiano, nenhum desenvolvimento, seja de uma comunidade ou de uma nação, pode acontecer em detrimento do sentido último do ser humano, e o conceito que se contrapõe a essa tendência de uniformização, identidade, unificação, é o de alteridade.Nos capítulos centrais do livro, Ponzio aborda a obra do autor russo e seus "diálogos" com pensadores de seu tempo. O capítulo II, denominado Filosofia Moral e Filosofia da Literatura, cita duas obras de Bakhtin que, para Ponzio, são fundamentais para entender a obra do autor russo: Por uma Filosofia da Ação REVISTA UNIARA, v. 12, n.2, dez. 2009 263 Responsável e O Autor e o Herói. Nelas estaria contida a verdadeira revolução bakhtiniana. São textos que tratam da vida e da arte, ou cultura, e mostram a distinção entre os dois termos, ou o momento exato em que vida se transforma em cultura, quando se determina teoricamente o sentido de um ato significativo, único.Somente na literatura Bakhtin encontraria um exemplo da arquitetura proposta pela sua filosofia moral. Para Ponzio, o texto literário instaura uma ligação que permite a manutenção da alteridade do centro de valores dessa arquitetura (p. 38).Mas a palavra teria ainda outra característica derivada dessa alteridade. Como afirma Ponzio (p. 65), "a palavra se dá como dialógica, interiormente dialógica, vale dizer como dialética, intertextual. Ela é irredutível à dialética monológica, que é uma pseudodialética. A lógica dialética é uma dia-lógica".O capítulo IV, Bakhtin e Vigotsky, é dedicado a este autor que, segundo Ponzio, tem a mesma abordagem cultural do Círculo de Bakhtin e em comum o mesmo viés marxista, em campos c...
Resumo:Este artigo recorre à noção de cronótopo, do Círculo de Bakhtin, para investigar como os projetos editoriais do jornal Folha de S. Paulo manifestam-se em relação aos aspectos tempo e espaço na atividade jornalística. Mais do que localizar no texto dos projetos editoriais o cronótopo do jornalismo como atividade, a análise deteve-se na forma como os projetos sugerem que os profissionais do jornal encarem a sua profissão, já que, por serem identificados como gênero precritivo, esses textos orientam as atividades dos profissionais de veículos de comunicação, em vários aspectos, entre eles o ético, o comportamental e em relação a técnicas de texto. Dessa forma, foi possível notar uma modificação singular na forma de execução do trabalho jornalístico em relação ao tempo, categoria bastante relacionada a essa atividade profissional, e ao espaço, já que os jornalistas, antes considerados "testemunhas oculares da história", hoje têm no telefone e no e-mail suas principais ferramentas de trabalho.
Em 16 de junho de 2020, o Programa de Pós-Graduação em Linguística recebeu a Profa. Dra. Marina Célia Mendonça, docente da Universidade Estadual Paulista, UNESP, para uma entrevista intitulada O aluno, o professor e o texto no novo contexto educacional, transmitida sincronicamente pelo ambiente Blackboard Collaborate Ultra. Publicamos, nas páginas que se seguem, a versão impressa da entrevista. A Profa. Dra. Marina Célia Mendonça atua na graduação e na pós-graduação da Unesp de Araraquara na área da Análise do Discurso, com ênfase nos estudos bakhtinianos do discurso. É vice-líder do grupo de pesquisa SLOVO - Grupo de Estudos do Discurso, cadastrado no CNPq. Tem interesse nos estudos sobre letramentos, autoria, subjetividade/intersubjetividade, com enfoque nas relações entre as ciências da linguagem e o ensino/aprendizagem de língua. A proposta da entrevista levou em conta o atual cenário de pandemia no país e as consequentes abordagens no ensino de língua portuguesa em ambientes virtuais, uma vez que o aprendizado da leitura e dos fatores de textualidade encontram desafios mesmo em situações “normais”, nas quais aluno e professor interagem presencialmente. Durante o evento, a professora convidada falou de abordagens significantes no ensino da língua, dentro da perspectiva do ensino a partir de textos que fazem parte do cotidiano do aluno; abordou também o momento atípico pelo qual passa o país e, em especial, a Educação; e trouxe elementos para demonstrar que os resultados do PISA, exame internacional de Educação, se vistos em detalhes, podem apontar que o país evoluiu positivamente nos índices de leitura, se for levado em conta o aumento quantitativo das escolas no país. Palavras-chave: Novo contexto educacional. Pandemia. Ensino de língua portuguesa. Leitura. Textualidade.
Este artigo tem por objetivo refletir sobre as relações de interlocução mantidas entre os projetos editoriais do jornal Folha de S. Paulo com seus jornalistas, considerados interlocutores diretos, e seus leitores, interlocutores indiretos. Foram analisados, a partir dos conceitos de gênero e dialogismo do Círculo de Bakhtin, os sete projetos editoriais disponibilizados pelo jornal para o público (os de 1981, 1984, 1985, 1986, 1988 e 1997 (FOLHA DE S. PAULO, 2010), além de excertos do projeto de 1978, disponíveis em três publicações do jornalista Carlos Eduardo Lins da Silva (1987: passim; 1988: passim; 2005: passim) e uma cópia do projeto de 1982, que nunca chegou a vigorar oficialmente, mas que também consta da obra de Lins da Silva (1987, p. 168-175).
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