Resumo Em 2020, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) faz 30 anos. Esse marco coincide com a pandemia causada pela COVID-19, que coloca em conflito noções de direito ligadas à preservação da vida e da liberdade apresentadas pelo próprio ECA. Diante desse contexto, este artigo trata a respeito de reinvenções e deslocamentos diante da quarentena, os quais se pautam pelo direito à vida ao mesmo tempo em que restringem o direito à liberdade. Ao assumir a inseparabilidade que Michel de Certeau postula quanto às noções de estratégia e tática, o artigo explora, metodologicamente, seis cenas expressivas da reinvenção do cotidiano – e que estão vinculadas, cada uma a seu modo, a três dimensões específicas: a relação de famílias com as tecnologias; a relação das famílias com a escola; e a relação das famílias com suas crianças. As quatro cenas iniciais, exploradas a partir da configuração de estratégia, indicam esforços para a conformação das formas de organização do social. Neste caso, fica evidente como, de um lado, a relação das famílias com as tecnologias, e, de outro, a relação das famílias com a escola sugerem práticas comprometidas com a manutenção de formas de existir, mesmo em meio a um contexto de excepcionalidade. As duas últimas cenas, situadas a partir da configuração de tática, dão visibilidade às práticas cotidianas das famílias com suas crianças, ou seja, ao que entendemos serem relatos de pessoas ordinárias e que, justamente por meio dessa condição, apontam possibilidades de criação do novo.
Experiências que se vinculam a gênero e sexualidade são vivenciadas por crianças pequenas quando sobre elas já são constituídas expectativas com relação às suas identidades sexuais e de gênero. A partir das contribuições dos Estudos Culturais e dos Estudos de Gênero, de viés pós-estruturalista, o presente artigo tem como principais objetivos: 1) problematizar a forma como as questões de gênero e sexualidade sãocolocadas em políticas curriculares propostas para a Educação Infantil; 2) discutir o modo como professoras percebem o trabalho com essas questões na escola. Os resultados mostraram que, de algumas décadas para cá, tem havido a inserção das temáticas de gênero e sexualidade em políticas públicas e curriculares, mas ainda de modo incipiente. Além disso, apontaram para a necessidade de haver um maior investimento na formação de quem atua na Educação Infantil para que efetivamentehaja a promoção de práticas educativas não discriminatórias.
O artigo tem como propósito principal problematizar as representações infantis postas em circulação a partir de vídeos postados em canais do YouTube e protagonizados por três youtubers mirins que estiveram, ao longo dos anos de 2017 e 2018, no ranking de mais acessados, com grande índice de visualizações e inscritos. Para empreender as análises, foram selecionados 27 vídeos publicados entre janeiro de 2014 e dezembro de 2017, a partir dos quais foram analisadas as imagens e as falas das crianças youtubers, bem como foram discutidos alguns comentários postados por seus seguidores. A partir do campo teórico dos Estudos Culturais em Educação, de viés pós-estruturalista, as análises centraram-se na discussão do modo como as crianças youtubers propagam e reforçam representações em decorrência das quais podem ser produzidas identidades infantis voltadas à cultura de sucesso, a qualcompreende tanto o status de ser uma criança famosa, considerada uma celebridade, quanto a posição de uma criança empreendedora, que, com o seu próprio ganho financeiro, consegue adquirir bens de consumo e investir na sua carreira de youtuber.
RESUMO.Os principais objetivos deste artigo são discutir e problematizar como determinadas representações étnico-raciais e de gênero são construídas e reiteradas cotidianamente no ambiente da educação básica. Esta análise se vincula às teorizações produzidas pelos Estudos Culturais em Educação, a partir de situações cotidianas no ambiente escolar e de excertos de entrevistas aplicadas, ao longo de um ano de trabalho de campo, com crianças da educação infantil de uma escola pública municipal e com crianças do ensino fundamental de uma escola privada, ambas localizadas no Rio Grande do Sul. Os resultados da pesquisa apontam que, desde a infância, alunos (as) da educação básica incorporam e disseminam representações 'estereotipadas' relativas aos pertencimentos étnico-raciais e de gênero. De modo particular, foi possível observar que os sujeitos que não se enquadravam em características fenotípicas consideradas ideais eram representados negativamente e discriminados. No entanto, o estudo mostrou também a importância de pedagogias que questionam e deslocam as representações de raça e de gênero dominantes, a partir da perspectiva de uma educação antirracista.Palavras-chave: estudos culturais, educação básica, representações estereotipadas, raça, gênero.Racial and gender representations in primary education: researching 'with' children ABSTRACT. The main objective of this article was to discuss and problematize how certain gender, ethnic and racial representations are constructed and reiterated daily in the school environment and circulate almost as absolute truths. This analysis relies on theories of Cultural Studies in Education and presents data collected on everyday situations at schools and interviews excerpts applied over a year of field work with children from kindergarten in a public school and children elementary school at a private institution, both located in Rio Grande do Sul. Our results indicate that, since childhood, children already incorporate and disseminate 'stereotypical' representations regarding gender, ethnic and racial affiliations. In particular, it was observed that the individuals who did not fit in the phenotypic characteristics considered ideal were negatively represented and discriminated. However, this study also showed the importance of pedagogies that question and dislocate the dominant representationsof race and gender, from the perspective of an anti-racist education.Keywords: cultural studies, primary education, stereotypical representations, race, gender.Raza y género en la educación básica: investigando 'com' niños RESUMEN. Los principales objetivos de este artículo son discutir y problematizar cómo determinadas representaciones étnico-raciales y de género son construidas y reiteradas cotidianamente en el ambiente de la educación básica. Este análisis se vincula a las teorizaciones producidas por los Estudios Culturales en Educación, a partir de situaciones cotidianas en el ambiente escolar y de trechos de entrevistas aplicadas, a lo largo de un año de trabajo de campo, con niños ...
Resumo: A partir das contribuições dos Estudos de Gênero e dos Estudos Culturais, os propósitos principais deste trabalho são: 1) apresentar algumas políticas públicas que mencionam as questões de gênero e sexualidade; 2) discutir aspectos que têm dificultado a inserção dessas questões nas escolas. Os resultados apontaram que tem havido um incremento de documentos que dão visibilidade às questões de gênero e sexualidade. Porém, alguns deles não chegam a ser postos em prática, em virtude da resistência de setores conservadores. Apesar disso, tem ocorrido um esforço para contemplar tais questões no currículo, embora ainda sejam apontadas algumas dificuldades que se vinculam à falta de formação docente e à resistência das famílias em permitir o trabalho com tais temáticas. Palavras
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