RESUMO As diversas formas de apropriação e manipulação do passado por ideologias dominantes, vêm se configurando, através dos tempos, como eficientes estratégias para justificar açfus e pollticas de cunho naciorwlista, colonialista ou imperialista, em diversas nações. Outrossim, discute-se aqui as rektções do Estado brasileirct com seu patrimônio arqueológico, nurna perspectiua pol{tico-cultural, destacan-dose o fato de que somente agora o estudo do passado pré-histórico corlae-ça a ser encarado com todo o potencial que esta disciplina pode oferecer. "Archaeology and history are so thoroughly modern and so thoroughly political that we have an obligation, in knowing that, to come to terms with the ideological process that is inevitably going to operate in ou¡ work". Mark laeone, 1982:182, 1. TNTRODUçAO Sendo a Arqueologia a disciplina que se propõe a recuperar e in-terpretar o passado e o patrimônio arqueológico a expressáo materializada desse passado, cabe aos prohssionais que à área se dedicam uma conscienti-zação quanto aos possfveis usos polfticos de seu objeto de estudo, uma ava-liação quanto ao seu grau de envolvimento com oS Sistemas vigentes e uma reflexão quanto aos condicionamentos e influências determinados pelos seus próprios valores e ideologias, de modo a alcançar uma maior objetividade e menor comprometimento em seus resultados. Inúmeros são os exemplos de intervenções do poder na ptâtica arqueológica, visando adequar as interpretações do passado às conveniências do presente e à interesses futuros, com maior ou menor grau de sutileza. En-tre eles, o regime nazista na Alemanha, ao tentaf criar oficialmente um glo-rioso passado germânico, para com ele Provaf, aliado a outros elementos, a superioridade ariana e assim justificar a sua supremacia no mundo; o estado de Israel, para reivindicaf o seu território e o direito de existir como naçáo; potências ocidéntais, ao promoverem expedições ao Oriente Próximo, apa-fentemente para confirmar relatos blblicos, mas na verdade buscando o con-trole de áreas estratégicas na Palestina, e assim por diante.
Arqueologia no Brasil vive um momento de grande efervescência, marcada pelo crescimento exponencial das pesquisas e, consequentemente, do mercado de trabalho para o arqueólogo, em função das demandas colocadas pelo licenciamento de empreendimentos. Nesse contexto, mais de uma dezena de cursos de graduação foi criada, além de multiplicadas as especializações e pós-graduações. Numa posição contrária àquela expressa no discurso maniqueísta em voga -em torno do "bem" (a Arqueologia ensinada e praticada no meio acadêmico) e do "mal" (aquela desenvolvida no ambiente de mercado), divisamos a "reaproximação" entre o
Resumo: Ao problematizar o patrimônio histórico das Missões Indígenas-Jesuíticas (1609-1750) a partir de preocupações teórico-metodológicas relacionadas aos estudos de gênero e patrimônio, este artigo discute: a) representações sobre mulheres indígenas presentes na documentação histórica gerada pelos jesuítas; b) ressignificação dos espaços femininos em sítios arqueológicos atualmente abertos à visitação, tal qual o Sítio Arqueológico de São Miguel Arcanjo; c) questões surgidas a partir da relação entre gênero e história indígena, em especial quando aplicadas aos acervos dos museus dedicados às Missões. Pretende-se, com isso, demonstrar a possibilidade de se entender o patrimônio relacionado às Missões vinculado às mulheres indígenas.
RESUMOHistoricamente, as práticas arqueológicas e museológicas estiveram associadas à construção de identidades nacionais, nas quais despontava uma forma de cidadão pleno: homem, branco, heterossexual e proprietário. Nesses contextos, as narrativas elaboradas pela Arqueologia e pelos museus podem ser compreendidas como mais um eixo de normatização e opressão. Nesse texto, percorro as reciprocidades entre a Arqueologia de Gênero e a Arqueologia Feminista, trazendo algumas provocações feministas inspiradas em abordagens queer e decoloniais no que concerne à construção de identidades e representações. Destaco, ainda, a necessidade de narrativas plurais e descentradas, constantemente deslocadas e recriadas nos processos de Musealização da Arqueologia. Palavras-chave: Arqueologia; Museus; Feminismos. ABSTRACTHistorically, archaeological and museological practices have been associated with the construction of national identities, in which a form of full citizen emerged: man, white, heterosexual and proprietary. In these contexts, the narratives elaborated by Archeology and museums can be understood as one more axis of normalization and oppression. In this text, I cover the reciprocities between Gender Archeology and Feminist Archeology, bringing some feminists provocations inspired by queer and decolonial approaches, regarding the construction of identities and representations. I also emphasize the need of plural and decentralized narratives, constantly displaced and recreated in the processes of Musealization of Archeology.
Nos últimos vinte anos, a formação acadêmico-científica arqueológica cresceu exponencialmente no Brasil, culminando com o reconhecimento da profissão em 2018. No entanto, pouco sabemos sobre os perfis socioeconômico e profissional das pessoas atuantes na área, assim como de estudantes em processo de formação, em nível de graduação e pós-graduação. Para que se tenha uma visão geral do quadro da Arqueologia no país, propomos a realização de um levantamento demográfico, cujos primeiros resultados estão compilados neste manuscrito. Esta iniciativa nos possibilita delinear os desafios da inclusão e da representatividade no exercício da profissão, cujas reflexões nos auxiliarão na concepção de medidas práticas para uma mudança desse quadro, no futuro.
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