Este trabalho é resultado do campo de pesquisa que orientou a dissertação de Mestrado, intitulada Ocupar e resistir: as ocupações das escolas públicas como parte do ciclo atual de mobilização juvenil no Brasil. *** O relato foi organizado com base em excertos do trabalho de campo e tem como objetivo tratar dessa "entrada" da pesquisadora "no campo". Baseia-se na experiência da pesquisadora como participante que apoiava o movimento de ocupações e que, posteriormente, tornou-se tema de estudo. A óptica de análise da presente pesquisa pode ser descrita como a "participação observante", em uma referência direta a Wacquant (2002) e tem como objetivo abordar o tema a partir da metodologia qualitativa, como uma construção significativa em que o corpo constitui parte importante no desenvolvimento do campo de pesquisa. Palavras-chave: Juventude. Movimentos sociais. Trabalho de campo.
A maioria das pesquisas nas ciências sociais assumem caráter qualitativo ao tratar a temática dos movimentos sociais. Buscando contribuir para o desenvolvimento de pesquisas quantitativas e que promovam a interdisciplinaridade, desenvolvemos um projeto cartográfico das ocupações secundaristas que aconteceram no Paraná, em 2016. Para tanto, situamos o movimento estudantil como juvenil e descrevemos a atuação política dos secundaristas brasileiros. Averiguamos, posteriormente, a relação dos colégios ocupados e desenvolvemos mapas do contingente de ocupações. Observamos a concentração de ocupações nos maiores municípios do estado e, simultaneamente, o caráter descentralizado do movimento. Por fim, adotamos a metodologia proposta pelo IBGE, que divide os estados em Regiões Geográficas Intermediárias. Nesse contexto, essa divisão se mostrou eficiente para a compreensão socioespacial das ocupações, podendo ser aplicada no estudo de movimentos contestatórios.
Neste artigo indagamos o possível caráter político que reside no engajamento em práticas religiosas. Para isso buscamos compreender como o movimento Hare Krishna constitui uma ontologia própria que orienta a ação dos adeptos. O estudo foi realizado a partir de uma vivência de campo na rede de templos da ‘ISKCON Sul Yatra’ e da seleção de trechos de textos publicados na revista ‘Carta de Sankirtana’, produzida por integrantes do movimento. Nos inspiramos, ao analisar tais dados qualitativos, na concepção de ontologias políticas e na noção de ‘bem viver’, relacionando-as com a concepção nativa de ‘néctar’. Constatamos que são as principais atividades do movimento, a distribuição de livros e de alimentos, que implicam em engajamento coletivo na busca deste ‘néctar’. Identificamos, ainda, a característica juvenil como marcante do movimento Hare Krishna, pois a maioria de seus integrantes é constituída por jovens e o definimos, portanto, como coletivo juvenil. Concluímos, assim, que a ontologia do movimento Hare Krishna pode ser compreendida como política, pois exprime em si uma concepção de devir e, simultaneamente, provoca engajamento em atividades coletivas, baseado em sentimentos que são descritos, eles mesmos, como fatores de adesão.
O presente trabalho tem como tema central as reformas educacionais aprovadas em 2017 (MP 746 e PEC 55), em que a Sociologia deixa de ser obrigatória, e a consequente mobilização estudantil com a ocupação de centenas de escolas públicas no país. Nosso objetivo principal é propor uma reflexão, através da ênfase no movimento das ocupações, sobre a forma como os estudantes estão vivenciando e compreendendo as discussões sobre educação. Disso, surge o objetivo específico em debater qual é a finalidade potencial que a disciplina de Sociologia assume nesse processo, tanto a partir da perspectiva legislativa e histórica quanto da narrativa dos próprios estudantes dentro das ocupações. Diante disso, partimos nossa análise da implementação da Sociologia como um processo intermitente no Brasil, evidenciando a fragilidade da sua permanência na grade curricular; para em seguida, discutir qual a experiência escolar desses jovens enquanto estudantes e ocupantes. A hipótese aqui defendida é que essa experiência é negativa, e a retirada da obrigatoriedade da Sociologia reforça este processo. Por isso, a pergunta que nos norteia durante todo o trabalho é qual é a finalidade que a Sociologia pode e deve assumir neste contexto. Palavras-chave: Ensino de Sociologia, juventude, participação política.
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