Cartilhas, pré-livros, livros de alfabetização, livros para o ensino inicial da leitura e da escrita: guardá-los e estudá-los, para quê?
ResumoEste artigo tem como objetivo principal discutir a importância da constituição de acervos de livros para o ensino inicial da leitura e da escrita, historicamente denominados de Cartas ABC, cartilhas, livros de leitura, pré-livros, livros de alfabetização, entre outros. Além disso, o intuito é discorrer sobre as possibilidades de pesquisas sobre e com esse artefato cultural, que é parte importante da vida escolar e, portanto, da cultura material da escola. A referência para a discussão dos aspectos mencionados é a experiência do grupo de pesquisa História da Alfabetização, Leitura e dos Livros Escolares (Hisales), vinculado à Faculdade de Educação da Universidade Federal de Pelotas (FaE/UFPel), desenvolvida desde o ano de 2006. Atualmente, com um acervo de 1488 livros didáticos para o ensino inicial da leitura e da escrita -assim denominado para justamente abarcar as diferentes denominações que tal suporte foi tendo ao longo da história -, algumas pesquisas já foram realizadas e algumas delas são aqui referidas. Desses livros, 1254 exemplares são nacionais; outros 65 exemplares são de autoria e/ou de editoras gaúchas, que estão armazenados separadamente pela natureza das pesquisas desenvolvidas no referido grupo; 43 deles são "artesanais", ou seja, feitos por professoras ou por um grupo de docente; e, finalmente, 126 livros são estrangeiros (produzidos em diferentes países e várias línguas). Acredita-se que com ações deste tipo, de guarda, preservação e pesquisa, é possível colaborar com a história da educação regional e nacional, em especial ao que se refere à história da alfabetização, da leitura e da escrita.