O emprego de temas ligados ao cotidiano dos alunos no ensino de conceitos científicos em disciplinas da educação básica e superior, promovendo a contextualização, é uma ação que contribui sobremaneira na melhoria da qualidade do ensino. Os conceitos usualmente explorados pelo ensino da Química Orgânica servem a este parâmetro, pois deixam de ganhar destaque quando não interligados à realidade do aluno ou ensinados sem o uso de modelos mecânicos ou recursos computacionais adequados. Este estudo se desenvolve neste contexto, a partir das disciplinas Química Orgânica I e II do curso de Graduação em Química Licenciatura da Universidade Federal de Mato Grosso - Campus Universitário do Araguaia (CUA), Brasil. O objetivo foi explorar o tema “Processos de Alisamento Capilar” na alfabetização científica de estudantes por meio de conteúdos de Química Orgânica. A metodologia envolveu pesquisa bibliográfica conceitual sobre o assunto em diferentes bases de dados, concentrando-se em quatro técnicas de alisamentos: com tioglicolato de amônio, formol, ácido glioxílico e carbocisteína. Além de abordagens interáreas do tema, como aspectos relacionados à saúde, foram levantadas propostas mecanísticas detalhadas para cada um dos processos, na intenção de justificar como essas substâncias agem quimicamente nas fibras capilares, uma vez que são vagamente descritas na literatura. Os resultados mostraram a relevância do contexto para o entendimento dos conceitos estudados, e os conteúdos de Química Orgânica ganharam mais sentido e fluidez com a proposta adotada, encorajando os alunos na busca de proposições e interligação da química com outras áreas.
As tinturas capilares são utilizadas por inúmeras pessoas ao redor do mundo, independentemente do tipo de cabelo, sexo, idade ou classe social. Logo, a quantificação de substâncias químicas com potencial nocivo em tais produtos se faz necessária para assegurar a saúde desses consumidores. Neste âmbito, este trabalho quantificou os teores de amônia contida em tinturas capilares permanentes de diferentes marcas nas tonalidades de loiro (7.0) e de castanho (4.0) e os comparou estatisticamente com a legislação vigente. A metodologia empregada foi titulação de neutralização por meio da reação da amônia presente nas formulações com ácido sulfúrico. A análise estatística foi baseada nos testes de hipóteses de G de Grubbs, Q de Dixon, intervalo de confiança, teste t pareado e não pareado, ANOVA e Tukey, todos com 95% de confiança (p<0,05). Os teores de amônia variaram de 1,27±0,19 a 1,96±0,43, em níveis estatisticamente menores que 6%, atendendo a legislação brasileira (RDC ANVISA 03/2012). De modo geral, as tinturas 7.0 apresentaram um teor de amônia ligeiramente maior quando comparada às tinturas 4.0. Foram identificadas diferenças significativas entre o teor de amônia da marca C (intitulada sem amônia) em relação à marca A na tonalidade 4.0, todavia não se identificou esse mesmo comportamento na tonalidade 7.0. Todas as marcas e tonalidades continham amônia apesar de a embalagem afirmar o oposto. Contudo, estavam adequadas à legislação que estabelece o máximo de 2%, sendo os teores quantificados em 1,96±0,43 e 1,91±0,08%, para as tonalidade loiro e castanho, respectivamente. Palavras-chave: Cosmético; testes de hipótese; volumetria; química analítica. Abstract Ammonia quantification in hair dye Hair dyes are used by countless people around the world, regardless of hair type, gender, age or social class. Therefore, the quantification of chemical substances with harmful potential in such products is necessary to ensure the health of these consumers. In this context, this work quantified the levels of ammonia contained in permanent hair dyes of different brands in shades of blonde (7.0) and brown (4.0) and compared them statistically with the current legislation. The methodology used was neutralization titration through the reaction of ammonia present in the formulations with sulfuric acid. Statistical analysis was based on hypothesis tests: Grubbs’s G, Dixon's Q, confidence interval, paired and unpaired t test, ANOVA and Tukey, all with 95% of confidence (p<0.05). Ammonia levels ranged from 1.27±0.19 up to 1.96±0.43, at statistically levels lower than 6%, in according to the Brazilian legislation (RDC ANVISA 03/2012). In general, the 7.0 dyes had slightly higher ammonia content when compared to those 4.0 dyes. Significant differences were identified between the ammonia content of C brand (called ammonia free) to the A brand in shade 4.0, however this same behavior was not identified in shade 7.0. All brands and shades contained ammonia even on the packaging describing otherwise. However, they were adequate to the legislation that establishes a maximum of 2%, which quantified levels were 1.96±0.43 and 1.91±0.08%, for blonde and brown shades, respectively. Keywords: Cosmetic; hypothesis testing; volumetry; analytical chemistry. Resumen Cuantificación de amoníaco en tintes para el cabello Los tintes de cabello son utilizados por innumerables personas en todo el mundo, independientemente del tipo de cabello, sexo, edad o clase social. Por lo tanto, la cuantificación de sustancias químicas con potencial nocivo en estos productos es necesaria para garantizar la salud de estos consumidores. En este contexto, este trabajo cuantificó los niveles de amoníaco contenidos en tintes de cabello permanentes de diferentes marcas, en tonos de rubio (7,0) y castaño (4,0), y los comparó estadísticamente con la legislación vigente. La metodología utilizada fue la titulación de neutralización mediante la reacción del amoníaco presente en las formulaciones con ácido sulfúrico. El análisis estadístico se basó en las pruebas de hipótesis G de Grubbs, Q de Dixon, intervalo de confianza, prueba t pareada y no pareada, ANOVA y Tukey, todas con 95% de confianza (p<0,05). Los niveles de amoníaco variaron de 1,27±0,19 a 1,96±0,43, en niveles estadísticamente inferiores al 6%, en cumplimiento de la legislación brasileña (RDC ANVISA 03/2012). En general, los tintes 7.0 tenían un contenido de amoníaco ligeramente mayor en comparación con los tintes 4.0. Se identificaron diferencias significativas entre el contenido de amoníaco de la marca C (titulada sin amoníaco) con relación a la marca A en el tono 4.0, pero no se identificó este mismo comportamiento en el tono 7.0. Todas las marcas y tonos contenían amoníaco, aunque los envases decían lo contrario. Sin embargo, se adecuaron a la legislación que establece un máximo del 2%, siendo los niveles cuantificados de 1,96±0,43 y 1,91±0,08% para tonos rubios y castaños, respectivamente. Palabras clave: Cosmética; prueba de hipótesis; volumetría; química analítica.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
customersupport@researchsolutions.com
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.