Procuramos investigar de que maneira sujeitos com perfis no Instagram e em canais no YouTube, ambientes midiáticos que operam enquanto redes sociotécnicas, podem ser considerados como efeitos produzidos em performance. Recorremos a duas pesquisas de mestrado realizadas em anos anteriores para destacarmos a importância dos meios infocomunicacionais na produção de subjetividade. Compreendemos que a exposição de si em rede por meio do corpo diz de um fenômeno comunicativo que agencia instâncias individuais, coletivas e institucionais. Em função de sua dinâmica dialógica, inferimos que a performance põe em relação performers e audiências. Os apontamentos empíricos fazem menção ao perfil @jpcaruso no Instagram e aos canais Não Faz Sentido! e Vlog do Felipe Neto no YouTube.
O texto reflete sobre as passagens e contaminações históricas e contemporâneas entre arte e cinema ancorando principalmente nas dinâmicas do espaço, mostrando como se efetua uma vertente do audiovisual contemporâneo que se coloca na intercessão entre a tradicional sala escura de exibição, a caixa preta, e os espaços de exposição como museus e galerias, o cubo branco. Construímos um breve contexto histórico, para em seguida nos determos nas dinâmicas do espaço a partir da noção de heterotopia em Foucault para analisar algumas obras exibidas na 32ª Bienal de São Paulo (2016).
Onde e como cineastas negros e negras têm fabricado a diferença do ponto de vista da linguagem: no filme como engenho de criação e no cinema como máquina de circulação entre mundos? Em que pontos esse processo de produção cinematográfica negra afronta o racismo no Brasil ou como cinemas negros fazem resistência ao racismo construindo uma experiência outra do corpo negro? Para tanto, analisamos, sob a forma de ensaio, dois curta-metragens de ficção “Alma no Olho (Zózimo Bulbul, 11”, 1974) e Kbela (Yasmin Thainá, 22”, 2015) utilizando uma metodologia de traços e aproximações com intelectuais negros e negras a partir da experiência com as imagens e dados dos processos fílmicos.
O trabalho de editar este número 2 da Revista Dispositiva, do Programa de Pósgraduação em Comunicação da PUC Minas revestiu-se, acima de tudo, de uma sensação de prazer e a certeza de que o tema referencial eleito para esta edição-regimes de visibilidademostrou-se bastante atual e adequado e foi ao encontro do interesse de um enorme grupo de pesquisadores e estudiosos do campo da comunicação. Nesta edição, a Dispositiva apresenta artigos que se embasaram e exploraram distintas matizes e perspectivas da temática visibilidade/invisibilidade. Tensionando campos como o jornalismo e o audiovisual, e detendo-nos em temas como a celebrização de personagens do esporte e a midiatização do crack, abriu-se espaço privilegiado para as narrativas memorialísticas. Destaque-se a tradução para o português do belíssimo texto de Virgínia Woolf, The art of biography. Dentro da nossa intenção de amplo diálogo com pesquisadores e autores, a Dispositiva traz ainda, neste número, a entrevista com a Profa.Dra. Eclea Bosi, que tem o título de professor emérito da USP. Na entrevista, em que reflete sobre a memória hoje, nas complexas circunstâncias da contemporaneidade, Bosi nos alerta: o desenraizamento a que nos obriga a vida moderna é uma condição desagregadora da memória e um dos mais cruéis exercícios da opressão na sociedade moderna é a espoliação das lembranças. Boa leitura. Os editores.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.