Este artigo dedica-se à análise discursiva, de linha francesa (PÊCHEUX, 2008; ORLANDI, 2010), da produção textual construída pela imprensa de Porto União (SC) e União da Vitória (PR) no primeiro ano da ditadura militar brasileira. A escolha por trabalhar com ambos os jornais, O Comércio e Caiçara, deve-se por estes constituírem o jornalismo escrito da região durante o período, além de entrecruzarem-se e, em certa medida, apresentarem as mesmas formações discursivas. Pretende-se, portanto, refletir sobre os discursos que giram em torno da categoria “religião” a partir, também, de uma perspectiva histórica que leva em conta a construção de acontecimentos na memória social (SAID, 2014). Os resultados apontam para representações já cristalizadas na história social do Brasil, com a utilização de palavras que reativam memórias e anseiam por um mundo onde a crença religiosa é entendida como a salvação necessária.
Rosa Gauditano foi professora de Fotografia da Pontifícia Universidade de São Paulo e criou a ONG Nossa Tribo, cuja proposta era fazer a conexão entre as aldeias indígenas e cidades por meio do trabalho com fotografia e vídeo. Nesta entrevista, Gauditano conta sobre como entrou na fotografia engajada politicamente durante o período da ditadura militar brasileira, cobrindo as greves históricas da região do ABC paulista, os movimentos das mulheres e dos negros e, especialmente, como percebia a inserção e participação das mulheres no campo profissional do fotojornalismo
Este artigo tem o objetivo de apresentar olhares da grande imprensa colombiana sobre o golpe civil-militar brasileiro de 1964. Partimos daquele cenário histórico com suas especificidades políticas, para abordar a experiência jornalística do país relacionada ao golpe no Brasil. Para tanto, exploramos as divergências e as similitudes entre o discurso produzido pela imprensa colombiana e pela brasileira sobre 1964, tecendo relações entre o contexto global, regional e nacional na Colômbia e no Brasil em meados da década de 60. As fontes utilizadas integram coleta de publicações selecionadas em dois periódicos de ampla circulação na Colômbia: El Espectador e El Tiempo. A análise aponta para a construção de narrativas semelhantes, com destaque para o anticomunismo -, embora na Colômbia o regime democrático tenha se mantido formalmente durante todo o período.
Este artigo se propõe a analisar o modo como a figura do comunista foi discursivamente significada pela imprensa do interior brasileiro durante o primeiro ano do golpe civil militar, em 1964. Para isso, foram utilizados os jornais Caiçara e O Comércio, fundados nas cidades de Porto União, Santa Catarina, e União da Vitória, Paraná, produtores de notícia durante o período político em questão. O aparato metodológico utilizado baseia-se na Análise de Discurso de linha francesa (PÊCHEUX, 2008; ORLANDI, 2010) e parte da concepção do jornalismo como atividade que pode, potencialmente, construir e significar socialmente a realidade (TUCHMAN, 1976; BERGER & LUCKMANN, 1998).
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