Resumo Este artigo resulta de um exercício de problematização acerca do ensino médio, no contexto contemporâneo, considerando sua massificação e, muitas vezes, a falta de sentido a ela atribuída pelos jovens alunos. Tomamos como referência pesquisas empíricas realizadas a respeito do tema e, também, algumas obras importantes, cujo foco é a crise da autoridade, estendida para o professor e para a escola e a consequente tensão geracional que daí decorre. Num segundo momento, buscamos refletir a respeito dos diferentes sentidos que a escola, como organização social e institucional, vem sofrendo a partir das mudanças sociais, culturais e políticas. Consideramos seu processo de massificação e a falta de sentido que os estudantes jovens, muitas vezes, apresentam como uma das questões que se pode colocar como explicativa da tensão no ambiente escolar. Como resultados, destacamos que, mesmo com a universalização do acesso ao ensino, com a ampliação da oferta compulsória, com o aumento do período de escolarização e, também, com a gradativa perda da autoridade por parte do professor e com as questões geracionais tensionadas na escola, somos levados a pensar que estamos em vias de constituir novos sentidos para a escola e para o ensino médio. Estamos tomando a situação de crise como um ativador de outras e novas configurações escolares, permeadas de valor para professores e jovens alunos.
ResumoEste artigo coloca em pauta os jovens estudantes de Ensino Médio da cidade de Santa Maria e algumas de suas perspectivas relacionadas ao processo de escolarização. Santa Maria, pela sua condição de cidade universitária, interfere significativamente na vida escolar dos jovens. Tomamos como referência para esse texto a pesquisa "Educação e Juventude: jovens das escolas públicas de Ensino Médio de Santa Maria", realizada ao longo do ano de 2009, cujos dados são resultantes de entrevistas com 370 jovens do Ensino Médio, envolvendo escolas situadas na zona urbana e rural de Santa Maria. A metodologia definida pela investigação constitui-se de duas etapas, uma quantitativa, em que os dados foram levantados e analisados, e outra qualitativa, a que utiliza como método "grupos de diálogo", técnica utilizada em outras investigações com jovens e que privilegia o diálogo e a expressão juvenil. O texto apresenta, inicialmente, uma discussão ampla acerca da juventude e dos processos de escolarização e, posteriormente, os dados e as análises correspondentes à referida pesquisa. Por fim, focalizamos e debatemos dois pontos: o "gostar" de estar na escola na perspectiva dos jovens e a invisibilidade da cultura desse segmento social no âmbito escolar.
The following essay aims at reflecting upon the incidence of a goods consuming culture, as identified by several authors, in the constructions of meanings by youngsters and adolescents from High School. The perspectives of the philosopher Hannah Arendt, the sociologist Zygmunt Bauman and the psychoanalyst Jurandir Freire Costa were taken into consideration to carry out the authors' analyses and interpretations. Such analyses, combined with an educational view of contemporary school context, collaborated to the comprehension of the youngsters' lack of interest in classroom activities. In particular, current scenarios on the crisis of Brazilian High Schools were outlined, considering youngsters and adolescents, based on behavioral elements present in a consumers' society. The study concludes that, considering the behavior requirements present in a culture organized around the consumption, the condition of youth presented in schools has been resistant to the constructions of meanings that consider High School learning as inserted in a long-term project. As a result, there are drifted adhesions and the predominance of a culture of amusement in school spaces.
Este texto procura desenvolver a seguinte questão: como pode ocorrer a formação do futuro professor, quando se tem como prerrogativa fundamental a aprendizagem daquele que será o aprendiz? Consideramos como recorrente na literatura acerca do “ensino de filosofia”, sustentada na obra de Gilles Deleuze, a centralidade do conceito de aprendizagem enquanto atividade do pensamento. Pensamento esse que se faz pela força violenta de signos que exigem sua atividade de decifração, de entendimento. O signo é compreendido como aquilo que força o pensar do sujeito. Entendido como atividade, o pensamento não mais é concebido como representação de algo que lhe é exterior, mas como atividade que organiza de forma diferente o que lhe chega com os signos. O signo, então, tem o “poder” de provocar novos rearranjos, gerando invenção a partir da multiplicidade. Coerente com o pensamento de Deleuze, afirma-se que o pensar está associado ao aprender e não ao ensinar. Seria, portanto, um contra-senso considerar uma pedagogia para ensinar a pensar. Problematizaremos esse contra-senso, pois, enquanto “formadores de futuros professores”, nosso desafio é provocar-lhes a pensar sobre a possibilidade de ensinar os alunos jovens a pensar filosoficamente nas aulas de filosofia do Ensino Médio.
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