O assédio sexual é um crime que parece escolher propositalmente suas vítimas, as mulheres, principalmente. Aspecto que faz com que o ato transcenda à esfera da violência laboral, tornando-se, também, uma violência de gênero e, embora tenha uma conceituação relativamente recente, na década de 1970, essa prática traz à tona questões muito antigas para a sua ocorrência. Dessa maneira, este estudo pretende, através de densa pesquisa bibliográfica, numa perspectiva historiográfica e sociológica ancorada nas obras de Pierre Bourdieu (2002), Simone de Beauvoir (1970), Alexandra Kolontai (2000), Michele Perrot (2005), Catherine Mackinnon (1979), Angela Davis (2017), Silvia Federici (2019), Bell Hooks (2015), dentre outras,refletir sobre um problema de complexa conceituação e que, embora pareça atual, tem suas raízes fincadas num passado distante, mas que dialoga cotidianamente com o nosso presente.

Este trabalho buscou explorar os sentidos atribuídos à Síndrome da Deficiência Imunológica Adquirida (Acquired Immune Deficiency Syndrome) - Aids na imprensa cearense, mais especificamente em dois periódicos: O Povo e Diário do Nordeste, nos quatro primeiros anos da década de 1980, momento em que a enfermidade surgia como um verdadeiro enigma para a Ciência e que parecia pertencer a grupos específicos e a espaços muito distantes do Ceará. Nesse sentido, a questão central deste artigo é mostrar o teor dos discursos proferidos nos dois periódicos cearenses durante os anos de 1982 a 1984, período em que começaram a ser difundidas notícias sobre a enfermidade, que ainda não havia sido reportada nas “terras alencarinas”. Desse modo, a partir da análise desses registros que narraram a sua contemporaneidade, objetivou-se desvelar as representações de uma doença desconhecida e a insegurança diante das poucas informações que a medicina podia dispor naquele momento acerca da enfermidade e, principalmente, de como tratá-la.

A pandemia da Covid-19 impôs transformações ao processo de ensino-aprendizagem em todas as etapas da educação formal. De tal forma, rápida e sem precedentes, que as instituições acadêmicas têm buscado se ressignificar. A proposta deste artigo é apresentar os desafios e possibilidades da educação no contexto da pandemia, a partir das percepções dos alunos da disciplina de “Psicologia e Desenvolvimento da Aprendizagem na Adolescência”, oferta nos cursos de licenciatura da Universidade Federal do Ceará (UFC), campi Fortaleza (CE), suscitando diálogos e reflexões sobre o processo remoto de ensino-aprendizagem, a teorização curricular crítico/reflexiva, formação problematizadora e interdisciplinar, utilizando como referencial as contribuições de Freire (1987), Pimenta (1999) e Silva (2005). Considerando a reinvenção do programa e as especificidades da disciplina, tomamos por instrumento de pesquisa a aplicação de questionário individual, em cuja análise utilizamos o método do Discurso do Sujeito Coletivo (Lefèvre, Marques, & Lefèvre, 2003). Entendemos que o presente estudo evidenciou a importância de considerar os aspectos cognitivos, emocionais e culturais, com a finalidade de repensar o que já foi pensado, visando potencializar a força do processo educativo na formação dos alunos na construção de uma cidadania crítica e autônoma, com habilidade de viver e conviver em um mundo em constante mudança com mais humanidade.