O presente artigo busca problematizar e provocar reflexões acerca dos impactos da pandemia do coronavírus na Educação Infantil destinada às crianças pequenas das classes populares que vivem em periferias urbanas da cidade de São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro (RMRJ). Diante do cenário pandêmico e do isolamento social decretado, que implicou no fechamento de creches e pré-escolas, urge interrogar sobre a presença (in)visível de crianças pequenas em São Gonçalo. Do ponto de vista metodológico, trazemos a dúvida como método (GARCIA, 2009) a partir de questões que se intensificam num tempo de incertezas e rompimento de vínculos. Acreditamos que problematizar os impactos da pandemia na vida de crianças pequenas, nos remete ao desafio de investigar que potenciais conhecimentos decorrentes da pandemia do coronavírus podem mobilizar reflexões e práticas favoráveis à educação e ao cuidado das referidas crianças, trazendo questões e ponderações que possam contribuir para um melhor acolhimento e educação das crianças pequenas nas creches e pré-escolas públicas do município.
O presente trabalho trata de uma pesquisa defendida recentemente no curso de Mestrado em Educação do Programa Processos Formativos e Desigualdades Sociais, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. A pesquisa se empenhou em refletir sobre a relação família e escola e o direito à Educação Infantil, buscando revelar os diversos modos pelos quais os familiares das crianças das camadas populares participam politicamente do cotidiano escolar dos filhos e objetivou investigar como esse coletivo se posiciona como sujeitos de direitos nas políticas cotidianas escolares. Como referencial teórico-metodológico, adota as concepções de Bakhtin (2014), ancoradas em uma reflexão teórico-crítica sobre os conhecimentos construídos em articulação com os familiares das crianças. Como resultados, afirma a participação política dos familiares, construindo sentidos sobre a relação família e escola, possibilitando alargamentos nas concepções e práticas hegemônicas que, na maioria das vezes, buscam invisibilizar os familiares das camadas populares como sujeitos de direitos.
O presente texto apresenta um diálogo sobre desafios encontrados pela escola da pequena infância no contexto da pandemia da covid-19. Nosso objetivo é discutir sobre alguns paradoxos que emergiram na atual condição de vida de crianças e suas famílias, buscando apresentar algumas reflexões sobre os novos desafios para a Educação Infantil. Reflexões estas, trazidas pelo olhar de três professoras-pesquisadoras (GARCIA, 2008) das infâncias que atuam em equipamentos públicos de educação infantil na região do leste fluminense/RJ e que têm a etnografia uma das suas principais ferramentas metodológicas em suas pesquisas. Em diálogo com alguns autores como López (2018), Kohan (2018), Zago (2000), Harvey (2020), nossos caminho foram sendo (re)construídos face um tempo de tantas incertezas.
Palavras-chave: Escola da pequena infância. Relação família-escola. Covid-19.
O presente artigo objetiva colocar em debate alguns sentidos construídos sobre o direito à Educação Infantil, tendo como base alguns estudos e pesquisas realizadas a partir da inserção no cotidiano escolar, bem como, da escuta aos familiares de crianças das camadas populares. Inserimos nossas reflexões em um cenário em que a institucionalização da educação da infância tem se apresentado com grande complexidade sendo inserida, com cada vez maior ênfase, nas políticas sociais como um todo. Nesse contexto, problematizamos o tom monológico que tem configurado a relação família e escola no cotidiano escolar, fazendo o exercício de buscar possibilidades outras para compreender a interlocução escolas-famílias, como caminhos possíveis para fortalecer a luta por uma educação mais democrática e de qualidade.
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