O presente artigo busca problematizar e provocar reflexões acerca dos impactos da pandemia do coronavírus na Educação Infantil destinada às crianças pequenas das classes populares que vivem em periferias urbanas da cidade de São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro (RMRJ). Diante do cenário pandêmico e do isolamento social decretado, que implicou no fechamento de creches e pré-escolas, urge interrogar sobre a presença (in)visível de crianças pequenas em São Gonçalo. Do ponto de vista metodológico, trazemos a dúvida como método (GARCIA, 2009) a partir de questões que se intensificam num tempo de incertezas e rompimento de vínculos. Acreditamos que problematizar os impactos da pandemia na vida de crianças pequenas, nos remete ao desafio de investigar que potenciais conhecimentos decorrentes da pandemia do coronavírus podem mobilizar reflexões e práticas favoráveis à educação e ao cuidado das referidas crianças, trazendo questões e ponderações que possam contribuir para um melhor acolhimento e educação das crianças pequenas nas creches e pré-escolas públicas do município.
O presente texto apresenta um diálogo sobre desafios encontrados pela escola da pequena infância no contexto da pandemia da covid-19. Nosso objetivo é discutir sobre alguns paradoxos que emergiram na atual condição de vida de crianças e suas famílias, buscando apresentar algumas reflexões sobre os novos desafios para a Educação Infantil. Reflexões estas, trazidas pelo olhar de três professoras-pesquisadoras (GARCIA, 2008) das infâncias que atuam em equipamentos públicos de educação infantil na região do leste fluminense/RJ e que têm a etnografia uma das suas principais ferramentas metodológicas em suas pesquisas. Em diálogo com alguns autores como López (2018), Kohan (2018), Zago (2000), Harvey (2020), nossos caminho foram sendo (re)construídos face um tempo de tantas incertezas.
Palavras-chave: Escola da pequena infância. Relação família-escola. Covid-19.
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