Artigo IntroduçãoEm 1986, Félix Guattari afirma em Micropolítica: cartografias do desejo, livro escrito em companhia de Suely Rolnik na época de sua visita ao Brasil, sua concepção de subjetividade como sendo um processo eminentemente coletivo e político, composto por uma diversidade de vetores, para além de um eixo organizador vinculado a uma instância psicológica, ou fundado na lógica da representação. Herdeiro de uma tradição psicanalítica, Guattari desponta como um pensador profundamente implicado na militância política. Fato que o leva a construção de uma profunda crítica aos preceitos vigentes, tanto da psicanálise, quanto do marxismo em sua expressão materialista na época (ZAMBONI; BARROS, 2012). Nos chama a atenção nos escritos de Guattari e em sua própria vida militante, seu posicionamento em relação à indissociabilidade entre a subjetividade e a política e sua crítica ferrenha ao capitalismo. Segundo sua concepção este já assumira uma perspectiva global, em sua condição de mundial e integrado, tal como apontava em 1977 em Revolução molecular: pulsações políticas do desejo. A proposta deste artigo é justamente a de refletir no contexto atual, sobre o modo de funcionamento do capitalismo contemporâneo e a produção de subjetividades, considerando-a em seu estatuto heterogêneo e ontológico, a partir dos textos de Guattari e associando-o com o que o pensamento político contemporâneo vem assinalando sobre o tema, principalmente a obra de Antônio Negri e Michael Hardt. Também estes pensadores estabelecem uma concepção de subjetividade que se baseia num primado coletivo, sendo fundamento do que denominam poder constituinte (NEGRI, 1992), ou poder da multidão (HARDT; NEGRI, 2000). Neste sentido, identificamos a atualidade e a pertinência de uma crítica ao modo de funcionamento do capitalismo contemporâneo e a captura dos processos de subjetivação por este engendrada. Uma concepção ontológica de subjetividade: heterogeneidade e coletividadeNo texto "Subjetividade e História" de Micropolítica: cartografias do desejo, Guattari afirma que: "a subjetividade não é passível de totalização ou de centralização do indivíduo" (GUATTARI; ROLNIK, 1986, p. 31). Felix a define como indissociavelmente vinculada ao plano do desejo, enquanto materialidade de onde emanam e sustentam-se as produções coletivas. Os processos de subjetivação realizam-se, portanto, por intermédio de componentes heterogêneos, de materiais distintos, de linhas e vetores diversos relativos às existências, onde seus movimentos próprios caracterizamse como devires múltiplos que se atravessam num plano infinito de conexões e agenciamentos. Neste aspecto, não se trata somente de uma leitura sobre os fatores biológicos, ou da dinâmica psíquica envolvida em tal produção. Trata-se também, de fenômenos que dizem respeito à política, ao Estado, as tecnologias, bem como ao espaço A produção de subjetividades no contexto do capitalismo contemporâneo: Guattari e Negri
O artigo discute, a partir da experiência da realização do Projeto Oficinas Culturais do AfroReggae no Degase, a atuação do psicólogo num projeto cultural direcionado às instituições socioeducativas. Na problematização a respeito da inserção profissional nesse contexto, tece considerações sobre o estatuto da intervenção, baseando-se na tecnologia de mediação de conflitos do Grupo Cultural AfroReggae como exemplo de dispositivo utilizado estrategicamente para esse fim. O papel do psicólogo caracteriza-se, nas relações com os jovens em conflito com a lei, como o de facilitador dos processos coletivos e do plano político, proporcionando a construção de uma rede de gestão de atividades em prol da defesa dos seus direitos fundamentais.
Resumo-Sensores virtuais têm sido utilizados nas indústrias que visam mais lucro e menos custos, já que são sensores baseados em software, portanto estão sujeitos a danos físicos, como os sensores reais. Eles podem ser implantados em ambientes hostis, sem comprometer as medidas. Este sucesso foi alcançado devido às técnicas de inteligência computacional, que têm sido muito utilizadas na modelagem de processos não-lineares e de alta complexidade. Este trabalho explora a sua utilização em uma importante Fundição Brasileira de Alumínio, cujo processo é muito complexo e as medições são difíceis, devido à natureza corrosiva do material em questão, consome muitos recursos operacionais. Este artigo mostra como um sensor virtual, baseado em Redes Neurais, atua na inferência de temperatura em um forno de redução de alumínio primário. Palavras-chave-Redes Neurais, sensores virtuais, redução de alumínio primário, inferência de temperatura.
RESUMOO artigo propõe uma discussão teórica sobre o estatuto da experiência do espectador no cinema, baseando-se no conceito de emancipação intelectual formulado por Jacques Rancière (2008). Partindo dos estudos sobre recepção, realiza uma crítica ao problema relativo à passividade do público, enfatizando a perspectiva do espectador emancipado. Ao destacar que a discussão sobre a experiência se limita, no âmbito desses estudos, à análise do comportamento do público, inferida a partir de índices de audiência, o texto atenta para o fato de não se considerar a dimensão processual e corporificada (Varela, Thompson, & Rosch, 1991), sendo o comportamento algo da ordem dos efeitos do que da experiência em si mesma. Conclui ainda que os estudos sobre recepção não dão conta do problema da experiência do expectador de modo satisfatório. Neste sentido, a emancipação surge como possibilidade de afirmação de uma concepção corporificada da experiência, que deverá ser objeto de investigação em estudos empíricos futuros. Palavras chave: espectador, experiência, emancipação, cinema. ABSTRACTThe article proposes a discussion on the statute of the spectator's experience in cinema, based on the concept of intellectual emancipation formulated by Jacques Rancière (2008). From of the reception studies, was made a critique of problem of the public passivity, emphasizing the perspective of the emancipated spectator. To emphasize that the discussion about the experience is limited, in the context of these studies, to an public behavior analysis, inferred from audience ratings, the text draws attention to the fact that their procedural and embodied dimension (Varela, Thompson , & Rosch, 1991) is not considered, being the behavior, something of the order of effects, than of the experience itself. It also concludes that the studies on reception are not enough to address the problem of experience of viewer satisfactorily. Consequently, the emancipation arises as a possibility for
O objetivo deste texto é discutir o tema da atenção do espectador no cinema como possibilidade de acesso à experiência estética, considerando sua inserção num dispositivo voltado à produção, circulação e exibição de obras audiovisuais. Para além da representação idealizada de um indivíduo isolado na sala escura e focado no conteúdo imagético projetado na tela, a investigação sobre a atenção no cinema revela uma dimensão conjunta/coletiva, pela qual o espectador não só tem a possibilidade de apreender o que assiste, mas pode igualmente ressignificar, numa dinâmica participativa e intersubjetiva, o que vê, editando suas próprias leituras sobre o filme. Neste sentido, promovemos um debate sobre a atenção voluntária e involuntária a partir da leitura de Hugo Munsterberg, realizando uma interlocução deste tema com os estudos contemporâneos sobre atenção em autores como Jonathan Crary e Yves Citton. Tal discussão nos abre a possibilidade de pensar o exercício da atenção em sua relação com o plano da experiência, incitando, numa perspectiva estética, a produção de novos modos de subjetivação potencializados no âmbito do dispositivo cinematográfico.
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