Este artigo apresenta algumas das discussões que tem marcado a prática investigativa do grupo “História Oral e Educação Matemática” (GHOEM). A História Oral se apresenta como uma metodologia de pesquisa qualitativa cujo foco principal é a construção de narrativas a partir de situações de entrevista. Este texto discute algumas perspectivas vinculadas ao uso de análise (narrativa) de narrativas na/para a História da Educação Matemática.
O artigo apresenta resultados da análise de um livro muito usado no ensino de Geometria em cursos de Matemática no Brasil: Elementos de Geometria Plana, de João Lucas Barbosa. Nossos esforços foram direcionados pelas questões: como são organizados/estruturados os livros de Geometria Euclidiana, mais comuns, na formação de professores de matemática? e que tipo de tarefas são propostas aos seus leitores? Para tanto, valemo-nos da Hermenêutica de Profundidade como metodologia de investigação por compreendermos que o livro didático é uma “forma simbólica” (produção intencional humana). O estudo contemplou uma investigação do contexto do período de produção e de circulação da primeira edição da obra e de uma análise de sua estrutura, com destaque para uma classificação das tarefas ali propostas. Percebemos fortes laços da obra com ideias características do Movimento da Matemática Moderna, como a supervalorização do ensino pautado na construção lógico-dedutiva, notadamente, pela grande proposição de exercícios voltadas a demonstrações.
Este artigo apresenta algumas ideias de Rousseau, Pestalozzi e Piaget que sustentam os argumentos favoráveis ao ensino de matemática e a formação de professores a partir dos laboratórios de ensino de matemática, do uso de materiais manipulativos e de atividades lúdicas e experimentais. O texto traz ainda os resultados de uma pesquisa bibliográfica que buscou analisar se trabalhos de mestrado e doutorado brasileiros fazem referência a algum daquele três pensadores ou a ideias alinhadas às suas. Constatamos que a maioria das pesquisas observadas, mesmo que não discutam diretamente as obras daqueles três nomes da educação, apontam argumentos que convergentes às suas propostas de ensino pautadas na observação, experimentação e manipulação de materiais concretos precedendo atividades com entes abstratos.
Resumo: Este ensaio apresenta considerações sobre a elaboração do discurso historiográfico narrativo apoiado em técnicas literárias e ficcionais como forma de interpretação nas pesquisas históricas. Concentra-se, como suporte teórico, nas ideias de Hayden White que, há algumas décadas, propôs um debate sobre a natureza do conhecimento histórico contrapondo narrativa, pensamento literário e pensamento científico, indicando ser a história, um artefato verbal, produto de um tipo especial de uso da linguagem, produtora de um conhecimento específico. São apresentados os tipos gerais de tropos identificados pela teoria retórica neoclássica na qual White se apoia -metáfora, metonímia, sinédoque e ironia -que fornecem uma classificação dos tipos de discursos históricos e permitem ver as maneiras pelas quais o discurso histórico se parece com ou converge para uma narrativa ficcional. São apontados os principais argumentos deste autor frente às críticas sobre a excessiva relatividade do conhecimento histórico na sua teoria: os sistemas de produção de significados compartilhados por historiografia, literatura e ficção são todos extraídos da experiência histórica de um povo, um grupo, uma cultura. Por fim, são apresentados dois trabalhos no campo da História da Educação Matemática que se valeram da literatura e da ficção para a construção de narrativas que objetivam a produção de conhecimentos acerca da formação de professores e da educação matemática no Brasil. Palavras-chave:Historiografia; Literatura; Hayden White; Educação Matemática. History, literature and fiction in Mathematics Education: approaching Hayden White's ideasAbstract: In this essay we present considerations on the elaboration of narrative historiographical discourse, supported by literary and fictional techniques, as interpretation in historical research. It focus on the ideas of Hayden White, who incited, some decades ago, a debate on the nature of historical knowledge, opposing narratives, literary thinking and scientific knowledge, taking history, a verbal artifact, as the product of a particular use of language, producer of a specific knowledge. We introduce the general types of tropos identified by neoclassical rethorical theory on which White stands --metaphor, metonymy, synecdoche and irony --, that provide a classification of the types of historical discourse and allow one to see the ways in which historical discourse looks like or seems to converge with fictional discourse. White's main arguments against the criticism towards a supposed excessive relativity of historical knowledge in his theory: the systems of production of meanings shared by historiography, literature and 1 Doutor em Educação Matemática pela Universidade Estadual Paulista (UNESP), campus de Rio Claro.
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