(HENNING, 2007, p. 177). O paradigma pós-moderno expressa um tempo de rupturas metodológicas, educacionais, sociais, políticas, econômicas; épocas em que são anunciadas outras maneiras de olhar o mundo e a ciência e de pensar os fenômenos da realidade. Esse contexto leva a refletir: o que conta como verdade nesse espaço-tempo? Indagar sobre isso é, no mínimo, abrir possibilidades e caminhos de aceitar outras formas de entender o mundo.Parte-se, com efeito, do entendimento de que a concepção de ciência, baseada na comprovação e experimentação, surgida na modernidade, predominou durante muito tempo nas diversas áreas da pesquisa. Sob essa lógica, "o sujeito, para ter status de cientista, deveria ser o mais exato, mensurável e objetivo possível, a fim de desvelar o real" (HENNING, 2007, p. 172 as pesquisas no campo educacional passaram a revelar maior integração entre as abordagens qualitativas e quantitativas.Reportando-se às origens da pesquisa educacional, Esteban (2010) a situa na segunda metade do século XIX, vinculando-a às investigações no campo da psicologia, inicialmente conhecidas como pedagogia experimental, expressão análoga à psicologia experimental. Os métodos experimentais exerceram efetivamente intensiva influência nas investigações científicas da área de educação.Sem adentrar os debates mais intensos sobre a pós-modernidade, acentua-se que a bricolagem científica ou epistemológica pode ser vista como maneira pós-moderna de fazer pesquisa que, de certa forma, contribui para a profanação ou o questionamento da ciência como campo fechado, intransponível e restrito a círculos seletos e reservados. De fato, a crise da modernidade abriu espaços no campo da demanda científica, constituindo referenciais alternativos que ajudam a compreender o emaranhado de conhecimentos e significados produzidos na história da humanidade.Desse modo, o paradigma da ciência moderna é regido por uma razão que passa a ser questionada pela bricolagem epistemológica. De fato, a bricolagem na ciência refere-se "à capacidade de empregar abordagens de pesquisa e construtos teóricos múltiplos, é o caminho em direção a uma nova forma de rigor em pesquisa" (KINCHELOE; BERRY, 2007, p. 10).Ademais, sabe-se que a busca por outros processos de produção de conhecimento é imprescindível em uma sociedade que se exprime cada vez mais complexa. Kincheloe e Berry (2007, p. 41) apregoam a ideia de que "a produção do conhecimento é um processo muito mais complexo do que se pensava: há mais obstáculos ao ato de entender o mundo do que os pesquisadores haviam previsto". O debate sobre a bricolagem científica nas pesquisas em educação insere-se nessa perspectiva. Alguns elementos dessa temática são foco de debate do presente artigo.Nessa perspectiva, o tema bricolagem científica em pesquisas centradas na formação de professores é debatido com amparo em depoimentos de seis pós-graduandas de uma universidade pública do Estado do Ceará, delineados por ocasião da disciplina Seminário de Prática de Pesquisa I, do curso de doutorado em educação.A entre...
Os processos formativos destinados aos professores não podem se orientar somente numa perspectiva técnica, distante das vivências e experiências da escola, sem levar em conta a natureza subjetiva que há no trabalho docente. Este escrito, tem por objetivo compreender como os professores participantes do projeto de extensão “Olhar para mim, para olhar para o outro: a dimensão subjetiva da formação docente”, significaram a formação vivenciada. O projeto aconteceu no ano de 2017 e envolveu professores da Educação Básica do Município de Iguatu-CE e alunos do curso de Pedagogia de uma universidade pública. Como os docentes significaram a participação nessa experiência formativa? Para responder a indagação, ouviu-se nove participantes, por intermédio de questionário, tendo, também, consultado registros de áudio e escritos realizados ao longo do projeto. A investigação, de natureza qualitativa, do tipo exploratória, se apoia, principalmente, nos estudos de Vygotsky, Nóvoa e Cunha. O estudo revelou que a formação se constituiu relevante experiência formativa para todos os envolvidos, manifestando-se como espaço de expressão sobre os desafios vivenciados no exercício da profissão, a partilha de experiências, o reconhecimento e a renovação dos saberes docentes, contribuindo no fortalecimento da identidade docente e no desenvolvimento de profissionais mais autônomos, críticos, bem como numa atuação docente mais ativa e efetivas. Palavras-chave: Formação de professores, Identidade, Trabalho docente The teacher as a person: meanings and senses within a formative experience Abstract: Formative processes for teachers cannot be merely focused on a technical perspective, distant from school experiences and without considering the subjective nature of the teaching work. This study aims at understanding how teachers who participated in the extension project entitled “Looking at myself to look at the other one: the subjective dimension of teacher education” processed the training experience. The project took place in 2017 and involved Basic Education teachers from the Iguatu municipality (Ceará State, Brazil), as well as Pedagogy students from a public university. How did teachers understand their participation in this formative experience? In order to answer this question, we heard nine participants based on a questionnaire. Audio recordings and essays produced during the project were also analyzed. It was a qualitative, exploratory research based mainly on Vygotsky, Nóvoa and Cunha theories. The study revealed that the formative process became an important formative experience for all the involved. Resulting in a space of expression about the experienced challenges during the exercise of their profession, to share experiences, the recognition and the renovation of the teacher’s knowledge, thus contributing on the strengthening of the teacher’s identity as well as the development of more independent and critical professionals, acting in a more active and effective way as teachers. Keywords: Teacher Training, Identity, Teacher Work.
Aborda uma prática pedagógica desenvolvida em duas universidades públicas cearenses. Surge da problemática de como a Didática pode se inscrever, enquanto campo articulado dialeticamente, no ensino e em seus múltiplos contextos. Teve como objetivo analisar perspectivas discentes sobre uma pesquisa de campo fomentada na disciplina Didática. De Comenius (1997) a Candau (2012), dentre outros, discute, teórico-metodologicamente, a multidimensionalidade da Didática e seu lugar na prática docente. Ancora-se na abordagem qualitativa, tendo o questionário semiestruturado, aplicado a 20 estudantes de licenciatura, como instrumento de coleta de dados. Estes foram interpretados a partir da análise temática, revelando ‘núcleos de sentidos’, pelos discentes, sobre a prática acenada. A articulação ensino - pesquisa e o contato com a realidade escolar foram vistos pelos discentes como importantes subsídios em sua formação.
Este escrito teve por objetivo investigar ações que vêm sendo desenvolvidas na promoção da educação inclusiva na formação continuada em municípios brasileiros, compreendendo que as discussões acerca desse tema são relevantes e despertam inquietações nos professores. Apoiando-se numa perspectiva qualitativa, realizou-se pesquisa bibliográfica, tomando por base de dados a Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD). Por meio da análise interpretativa, investigou-se 12 trabalhos, sendo 05 teses e 07 dissertações, publicados no interstício de 2017 e 2021. Os resultados apontam a prevalência de ações conjuntas entre professores e demais profissionais da educação para a construção de proposta inclusiva e a necessidade do fortalecimento da formação continuada, de modo a contemplar estratégias de melhoria das práticas pedagógicas e situações cotidianas do contexto inclusivo.
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