A compreensão de que o turismo se baseia em um sistema complexo, integrado e dinâmico é necessário para refletir novas possibilidades no momento em que ele passa a ser repensado na gestão do espaço turístico, onde uma interação não só na dinâmica econômica, mas também na social, cultural e ambiental, fortalecem as ações das políticas públicas de turismo em uma localidade. Assim, o estudo proposto buscou apresentar as relações entre as dinâmicas necessárias a partir das dimensões de sustentabilidade necessárias para fundamentar os pilares de um desenvolvimento possível do turismo no litoral sul sergipano. Apresentar algumas realidades impactantes e trazer algumas propostas de intervenções que sejam possíveis de serem aplicadas para a busca de um fomento sustentável da atividade, é o que propomos neste. Pautado na pesquisa descritiva e qualitativa, o trabalho é baseado em pesquisas realizadas no litoral sul sergipano, no período de 2014 a 2018, quanto da escrita da tese de doutorado desenvolvido pela autora, intitulada “(Re) Invenção do Turismo de Base Comunitária no Litoral Sul Sergipano: turismo e economia criativa como elos de gestão participativa”. Espera-se que a contribuição desta pesquisa nas áreas de turismo e geografia pensadas na dinâmica ambiental, posso corroborar para um desenvolvimento mais salutar, em busca de uma organização espacial de fato sustentável.
A relação existente entre o ser humano e as cavernas existe desde as civilizações antigas. As cavidades naturais, suas lendas, mitos e religiões associadas indicam o tipo de relação entre esses ambientes e a população do seu entorno. Dentre as formas de visitação a cavernas, temos o espeleoturismo, uma modalidade do turismo sustentável em que visitantes são guiados por profissionais qualificados para vivenciarem experiências dentro do ambiente cavernícola e no seu entorno. Para analisar os graus de sustentabilidade do espeleoturismo em cavernas do município de Laranjeiras/Sergipe, a metodologia foi organizada de acordo com os objetivos específicos, utilizando para isso, o método de avaliação potencial de espeleoturismo, em que suas deliberações foram adaptadas à realidade do município estudado e o uso de um questionário, para reconhecer a percepção socioambiental dos moradores de Laranjeiras sobre as cavernas e seu entorno. Os resultados apontam que nenhuma das cavernas pesquisadas obteve potencial absoluto, intenso ou alto para espeleoturismo. A Gruta da Matriana, a Gruta Raposinha e a Gruta da Pedra Furada possuem 50% de potencial, classificando-as como de média potencialidade. A Gruta Aventureiros, a Gruta da Pseudomatriana e a Gruta dos Orixás possuem 33,33% de potencial, classificando-as, junto com a Gruta da Raposa e a Gruta do Tramandaí com 22,22% de potencial, em potencialidade moderada. A Gruta da Janela foi a única considerada inapta ao turismo, pois apresenta risco de contaminação patológica por Loxoceles sp. (aranha-marrom) e Lutzomyia sp. (mosquito-palha).
Em Sergipe, Nordeste do Brasil, o ambiente cárstico encontra-se ameaçado pelo uso e ocupação do solo que tem se intensificado de forma desordenada ao longo do tempo histórico, sobretudo nas duas primeiras décadas do atual século. Nesse sentido, a discussão aqui apresentada baseia-se na perspectiva de um planejamento ambiental que direcione as ações para uma gestão eficaz das áreas cársticas sergipanas. Para cumprimento dos objetivos, tornou-se imprescindível a revisão bibliográfica, o levantamento cartográfico e, principalmente, a realização de trabalho de campo. Os resultados mostram que as paisagens cársticas locais necessitam de ações de intervenção para garantir sua dinâmica, mitigar os impactos causados pelo uso e ocupação desordenada, considerando a fragilidade natural dos ambientes. Essa radiografia, portanto, da situação de risco, balizou a necessidade de propor dois importantes instrumentos de apoio a gestão para manter o equilíbrio entre o desenvolvimento sustentável e o uso racional dos recursos da natureza, a saber: o Zoneamento Ambiental e a criação de Áreas de Proteção Ambiental. No zoneamento ambiental, cinco zonas foram consideradas como fundamentais: Zona de Uso Possível para Agropecuária (ZUPA); Zona de Proteção das Paisagens Cársticas (ZPPC); Zona de Conservação das Paisagens Cársticas (ZCPC); Zona de Conservação e Desenvolvimento Urbano (ZCDU) e a Zona de Uso para Mineração e Industria (ZUMI). Entretanto, para as áreas de proteção ambiental, propõe-se a criação de duas Unidades de Conservação: APA Taquari – Maruim localizada na área cárstica Bacia Sergipe, e para o carste Olhos d’água/Frei Paulo, a APA Olhos d’água.
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