O câncer e seu tratamento exercem grande influência sobre os pacientes e seus familiares. Esse estudo buscou conhecer a vivência e sentimentos do cuidador familiar do paciente oncológico em cuidados paliativos. Trata-se de pesquisa descritiva com abordagem qualitativa, na qual participaram seis cuidadores familiares de portadores de câncer em cuidados paliativos, vinculados ao Sistema de Internação Domiciliar de Londrina/Paraná. Os dados foram coletados no período de junho a agosto de 2008, por meio da entrevista semi-estruturada gravada. Utilizou-se a Análise Temática de Conteúdo de Bardin para categorizar os discursos coletados. As categorias evidenciadas foram a Trajetória do cuidador frente à doença terminal e a Percepção do cuidador acerca da situação, com as subcategorias: Do diagnóstico aos cuidados paliativos no domicílio; Câncer como sinônimo de morte e sofrimento; Mudanças no cotidiano do cuidador; Dependência e infantilização do doente; Morte como vontade de Deus e Sentimentos frente ao sofrimento. Os resultados apontam para a importância de os profissionais da saúde considerarem paciente e cuidador como unidade de cuidado, pois o cuidador familiar constitui peça fundamental na fase final da doença e está sujeito a sentimentos como medo, angústia e impotência diante da proximidade da morte da pessoa à qual direciona os cuidados.
RESUMOEsse estudo tem como objetivo interpretar os significados da morte e do morrer para uma Equipe de Cuidados Paliativos Oncológicos Domiciliar atribuídos pelos profissionais, por meio da análise etnográfica. Utilizou-se o referencial teórico-metodológico da antropologia interpretativa e do estudo de caso etnográfico. Os informantes foram oito profissionais membros de uma equipe interdisciplinar de Cuidados Paliativos, vinculada a um serviço público de Internação Domiciliar, de uma cidade do Sul do Brasil. Os dados foram coletados de junho a dezembro de 2008, por meio de entrevistas semiestruturadas e observações dos participantes. Ao interpretar os discursos dos profissionais compreendemos que os cuidados paliativos domiciliar possibilitam o reconhecimento da morte, no qual pode haver espaço para expressão de sentimentos de pacientes, familiares e profissionais. Esse contexto é um desafio que impõe uma reformulação contínua das crenças e símbolos sobre a morte, como não fugir do tema, o não ter medo da morte do outro, não ter medo dos seus próprios momentos de luta, de ruptura e de crise. No processo de viver a morte do outro, os profissionais fazem descobertas, sofrem, têm perdas, adquirem autoconhecimento, mas mantêm a possibilidade da reconciliação da vida com a morte.Palavras-chave: Cuidados Paliativos. Morte. Antropologia Cultural. Equipe Interdisciplinar de Saúde.
Intensivist nurses perception of intensive care unit dysthanasia Percepção de enfermeiros intensivistas sobre distanásia em unidade de terapia intensiva
RESUMOA prática assistencial e de ensino e pesquisa motivou-nos a realizar este ensaio, que tem por objetivo possibilitar uma reflexão acerca dos cuidados paliativos prestados aos pacientes sem possibilidade de cura, na fase de terminalidade de uma doença. Para facilitar a compreensão dos cuidados paliativos, historiamos sua evolução desde seu início na Europa, com Cicely Saunders, até a identificação dos atributos dos cuidados paliativos no Brasil dentro da prática da enfermagem. O cenário preferencial é o domicílio, onde o paciente e sua família tornam-se uma unidade de cuidado e são considerados em sua integralidade. O controle da dor, o preparo para a morte, a comunicação efetiva e a busca pela ortotanásia são as metas da equipe interdisciplinar. Embora o cuidado seja a essência da Enfermagem, os cuidados paliativos são incipientes em nossa prática. Urge que nos apropriemos dessa filosofia e a incorporemos em nossa prática para, assim, partilhar e suavizar o cuidado ao paciente terminal, tornando-o mais humanizado.Palavras-chave: Cuidados paliativos. Paciente terminal. Enfermagem. INTRODUÇÃOEstar ciente da iminência da própria morte e livre da dor ou outros sintomas que tornam o processo de morrer angustiante, assim como estar com pendências eventuais emocionais, sociais e espirituais resolvidas e junto com os familiares até o último momento de vida, pode ser uma dádiva, mesmo que pareça uma utopia.Esta é uma descrição de alguns cuidados na terminalidade, na perspectiva da filosofia dos Cuidados Paliativos. Paliativo é uma palavra de origem latina (pallium) que significa manto e coberta (1) . Denota proteção, conforto e cuidado. Como afirma um escritor brasileiro, "a morte de uma pessoa é um evento único, nunca houve e nunca haverá outro igual" (2) . Ao considerarmos a subjetividade, os aspectos culturais, os valores, as crenças e as experiências prévias de cada um de nós que cuidamos, podemos sim, humanizar e individualizar o cuidado ao paciente sem possibilidade de cura, o chamado paciente terminal.Convicta da necessidade de humanizar os cuidados a esses pacientes, a Organização Mundial da Saúde -OMS, em 1990, definiu cuidados paliativos como cuidados ativos e totais do paciente cuja doença não responde ao tratamento curativo. Destaca a amenização da dor e de outros sintomas, além de controle dos problemas psicossociais e espirituais (3) . Nessa época, os cuidados paliativos eram direcionados aos pacientes oncológicos e, gradativamente, ampliou-se sua população-alvo, incluindo-se nela as pessoas com doenças consideradas ameaçadoras à vida e os idosos.Assim, no início do século XXI, a OMS atualizou o conceito de cuidados paliativos, que agora são aqueles que consideram uma abordagem que aumenta a qualidade de vida tanto dos pacientes que enfrentam uma doença ameaçadora à vida /doença terminal quanto a de seus familiares, por meio da prevenção e do alívio do sofrimento, com a identificação precoce, a avaliação correta e o tratamento da dor e de outros problemas (4) . Este ensaio (5) t0em por objetivo possibi...
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