Este artigo realiza uma análise documental qualitativa de textos publicados no Facebook e WhatsApp, a fim de evidenciar a heterogeneidade na escrita por meio da apresentação de “erros” ortográficos propositais, indispensáveis à constituição do sentido. Para tanto, o trabalho conta com uma reflexão acerca da linguagem que busca compreender mais as semelhanças do que as diferenças entre oralidade e escrita, suspeitando não somente dessa dicotomia de modalidades, mas também das razões pelas quais essa separação hierárquica permanece, inclusive dentro dos muros da academia.

ResumoO objetivo deste trabalho é debater, com base na Filosofia, os desafios da profissão docente na atualidade, no que concerne à necessidade da formação de estudantes críticos. Para tanto, apresentam-se algumas características do sujeito contemporâneo, bem como o conceito de crítica postulado por Foucault. Por fim, discute-se sobre a possibilidade, ou não, de pensar em uma formação em que os educandos possam, de fato, legitimar verdades por meio da relação saber-poder. Palavras-chave: sociedade do espetáculo, formação crítica, profissão docente, autonomia.Abstract: Challenges of the teaching profession in contemporaneity or in search of autonomous training. The objective of this work is to discuss, based on the philosophy, the challenges of the teaching profession today, regarding the necessity of forming critical students. To this end, we present some characteristics of the contemporary subject as well as the concept of critique postulated by Foucault. Finally, we discuss about the possibility of thinking of a formation in which students can, in fact, legitimate truths through the knowledge-power relationship. Keywords: society of spectacle, critical training, teaching profession, autonomy. IntroduçãoLevando-se em conta a complexidade da sociedade atual, muitos são os estudos sobre as novas exigências educacionais frente às transformações sociais (LIBÂNEO, 2011;TEDESCO, 2004). Nesse contexto, há dúvidas frequentes sobre o papel da escola e os conteúdos necessários para a formação do educando. O perfil de aluno que sugerem formar, no entanto, é certo: quase sempre, as discussões, sejam elas vindas de estudos da área educacional ou não, concordam com a importância de formar cidadãos críticos e autônomos, mesmo que sem muita clareza a respeito desses conceitos.Tomando-se como base as grandes mudanças da sociedade 1 , porém sem a pretensão de chegar a conclusões acerca do tema, neste texto objetivamos refletir sobre a profissão docente na atualidade. Para tanto, mediante referenciais teóricos da Filosofia, apresentamos algumas características da sociedade atual, a fim de fazermos uma leitura não apenas do modelo de aluno com o qual o professor lida, mas também das características do próprio educador, já que ele vive as mesmas transformações sociais que seus educandos. Além disso, trazemos um conceito de ‛crítica', na tentativa de refletirmos 1 Tais mudanças dizem respeito, sobretudo, às condições de trabalho atuais, as quais exigem do trabalhador competitividade, flexibilidade e produtividade; tudo em prol do crescimento de lucro das empresas. Mas, referem-se também à perda da subjetividade da sociedade, ao consumismo exacerbado.

Partindo do pressuposto de que a escola, instituição fundamental para a formação do sujeito pensante, tem a responsabilidade de propiciar ao aluno condições para que ele possa se inserir, de maneira participativa, em diversas instâncias sociais, neste artigo, propomos um projeto em que alunos da terceira série do Ensino Médio produzam textos que alimentem um aplicativo sobre literatura para vestibulandos. Para tanto, sugerimos a realização de dez etapas, que descrevem o projeto desde a seleção de obras literárias a serem lidas até a avaliação do produto final. Com isso, esperamos que o projeto seja aplicado em diversos contextos escolares e, para além disso, que incite a criatividade de docentes para que o ampliem e elaborem novos projetos.

Embasado em uma perspectiva crítica de ensino e sociocultural de letramento, este artigo examina o trabalho de um docente de língua portuguesa em duas salas de aula da segunda série do Ensino Médio no Instituto Federal de São Paulo, Campus Presidente Epitácio. Objetiva-se discutir de que modo o trabalho do professor dialoga com estudos que compreendam o letramento de um ponto de vista sociocultural e o ensino de língua de uma perspectiva crítica. Para tanto, são apresentadas as propostas do docente, bem como analisadas produções dos educandos. Conclui-se que a prática realizada é coerente com os referenciais teóricos que se defendem neste texto, embora seja possível (e necessário) aperfeiçoá-la, ampliando a relação da escola com outros setores da comunidade que a rodeia, bem como debatendo com o educando o poder da linguagem quanto às lutas de classes, conscientizando-o sobre as injustiças sociais legitimadas por meio da palavra (culta).