ResumoEu aconteço, artisticamente falando, acredito, dentro de um processo que nos convida a pensar criticamente a decolonização, a apropriação cultural, o cristianismo, o monoteísmo, a monocultura e todos os dilemas do existir globalizado. Ou não? O meu surgimento vem junto com a expectativa que se cria em volta de outro termo, no Brasil ao menos, a arte indígena contemporânea. Não a moderna, a passada e extinta, nem a por vir, mas a deste início do século XXI. Ensaio escrever para socializar um pouco o socializável da minha relação com meu avô, esse que não é gente exatamente para não sê-lo. Portanto Makunaima é meu avô e o gênero, a forma e o conteúdo têm seus lugares de ação como vamos citar sempre, pois são fundamentais, mas é preciso ir além. Makunaima está além e prova isso ao transformar-se continuamente. Não, ele não é transformista. Vamos dissociar aos poucos o existir-atuação de Makunaima dos efeitos cognitivos do gênero em nossas mentes. Sim, nas mentes. Aos leitores é requerido um vácuo total interior, um nudar-se por dentro para ter espaço. Em uma grande concepção, é requerido um esvaziamento total de um ser para outro ser caber.Palavras-chave: Makunaima; Arte Indígena Contemporânea; Gênero; Literatura AbstractI happen, artistically speaking, I believe, in a process that invites us to think critically about decolonization, cultural appropriation, Christianity, monotheism, monoculture and all the dilemmas of globalized existence. Or not? My emergence comes along with the expectation that is created around another term, in Brazil at least, contemporary Indian art. Not the modern, the past and extinct, not yet to come, but the beginning of the twenty-first century. Essay writing to socialize a little the socializable of my relationship with my grandfather, the one who is not exactly people to not be. So Makunaima is my grandfather and the genre, form and content have their places of action as we will always quote, because they are fundamental, but we must go further. Makunaima is beyond and proves this by continually transforming himself. No, he is not a convert. We will gradually dissociate Makunaima's existing-action from the cognitive effects of gender in our minds. Yes, in the minds. Readers are required to have a total interior vacuum, a nudge inside to have room. In a grand design, a total emptying of one being is required for another to be fit.Key words: Makunaima; Contemporary Indian Art; Genre; Literature
<p>Jaider Esbell, artista do povo macuxi do Rio Branco no estado de Roraima (Brasil), trata o tema da experiência criativa nas comunidades indígenas. O projeto coletivo "A reinvenção do tempo na perspectiva dos netos de Macunaíma: artistas indígenas roraimenses e suas cosmovisões em artes visuais tradicionais e contemporâneas" conseguiu reunir artes plásticas, a literatura, a fotografia, o audiovisual, as vivências, o artesanato, a música, a dança, a culinária, bebidas, cerâmica, trançados, oralidade e também as pinturas corporais como uma comunicação que evoluiu junto com a nossa própria origem. Se presentam também 4 obras do artista.</p>
Jaider Esbell é artista, escritor e produtor cultural. Pertencente a etnia Makuxi, sua terra é a Terra Indígena Raposa – Serra do Sol. Em 2013, participou da Mira! Artes Visuais Contemporâneas dos Povos Indígenas no Centro Cultural da UFMG. Vencedor do prêmio Pipa online de artes em 2016. Todos os desenhos apresentados foram feitos com canetas Posca em canson. Tamanho A3.
* Jaider Esbell é artista plástico, escritor e produtor cultural desde 2010. Premiado, o artista indígena da etnia Makuxi-RR figura na cena contemporânea com trabalho contextual e escreve ensaios de suas experiências em diversas mídias. Para conhecer mais: www.jaideresbell.com.br.O índio artista pinta em seu estúdio a vida própria e de seus parentes. O que se vê é um mosaico plural que ele explica traço a traço em valores universais. NOTAEste ensaio tem o propósito maior de expor um pensamento coletivo minimamente organizado acerca dos fazeres e saberes que evidenciam e legitimam a Arte Indígena Contemporânea. O tema sinaliza para a complexidade do argumento e trata mesmo de uma ferramenta de poder, de praticar a política de resistência e de avanço na cena viva da atualidade. Como uma floresta virgem, o texto convida o leitor ao desconhecido, se não do todo, a deixar repousado, por instantes que sejam, suas parcas referências e conclusões para ouvir, ver e sentir, talvez, uma argumentação repleta de evidências. Auto-identidade, a busca de suas raízes e suas projeções em ramos frutíferos, uma viagem alucinante da ancestralidade ao tempo em construção, o presente transitório. Me utilizo de linguagens pares, de tudo que a arte proporciona com estas tecnologias, para fertilizar outras entranhas. Escrevo sobre as veias frias, contatos entre culturas, parâmetros polidimensionais das abordagens. Socializo meu pensamento, fruto do alcance que me é possível, resultado de minhas leituras, com identidade e cultura própria, sendo fruto do meio e um produto em mim mesmo, por teimosia. Sou índio, sou artista, sou mídia e caminho beirando o senso comum, os carimbos taxativos e as investidas em descaracterização. Fundamento meus argumentos em experiências, vivências, abordagens recorrentes e, não sem medida, mergulho em valores universais como poder e dominação, mídia e sentimento. O juízo de valor, a força suprema das violências
Neste artigo buscamos compreender como as intervenções artísticas de alcance global reterritorializam o desenvolvimento artístico nas comunidades indígenas ampliando a possibilidade de expansão de sua arte nos espaços culturais por meio de diferentes recursos audiovisuais. Para isso, acompanhamos a terceira edição da intervenção artística “The Giant Step” idealizada pelo artista Húngaro-Suíço Viliam Mauritz na comunidade indígena Raposa I, pertencente à terra indígena Raposa Serra do Sol/RR. A realização do “The Giant Step” na Amazônia foi uma proposta do idealizador ao conhecer o artista indígena Makuxi Jaider Esbell, como resultado do alcance do trabalho similar que Esbell desenvolve de arte-ativismo. A partir desse encontro, analisamos as diversas linhas de forças micropolíticas (Guattari e Rolnik, 2013), ou seja, como os modos de subjetivação dominante podem (ou não) serem subvertidos. Nesse caso, problematizamos como o uso do audiovisual em intervenções artísticas, na articulação com a cultura indígena, desterritorializa e descolonializa os circuitos da arte contemporânea por meio de suas formas de expor em relação com as distintas esferas das mídias digitais.
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