Este trabalho, fundamentado nos Estudos Queer, tem por objetivo realizar uma discussão conceitual sobre a subversão de gênero e em que medida ela se faz importante. Ou seja: é a subversão de gênero necessária? Se sim, necessária a quê(m)? No artigo, destacamos que os regimes que regulam os gêneros e as sexualidades, aos quais daremos foco conceitualmente neste texto, notadamente a heteronormatividade, produzem violências e exclusões, no sentido de que criam modelos dominantes de existência, os quais naturalizam e hierarquizam as formas de ser e estar no mundo.
Este artigo é resultado parcial de um estudo em desenvolvimento, que objetiva refletir sobre o Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de EJA, no âmbito da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, analisando a experiência do PROEJA no IFBA Campus de Barreiras, identificando os impasses e avanços que emergiram na implantação do Programa. Neste artigo analisamos a documentação existente e trajetória dos (as) estudantes. A pesquisa, de caráter qualitativo, constituiu-se em um estudo de caso, que compreendeu o levantamento bibliográfico e a análise documental. A pesquisa empírica envolveu a análise da trajetória dos (as) estudantes do curso de Eletromecânica, de 2006 a 2014. Os dados preliminares indicam, como verificando no cenário nacional, a dificuldade da consolidação do Programa no Campus de Barreiras. Contatou-se ainda um quadro de elevado índice de reprovação/retenção, abandono/evasão e um reduzindo o nível de atração entre o público em geral e publico alvo, em particular.
O acesso à justiça, segundo a Constituição Federal Brasileira, constitui-se como um direito fundamental de todas as pessoas residentes no país, mesmo que estas não possuam condições financeiras para custear tais serviços. Desse modo, por meio da Defensoria Pública, é dever do Estado garanti r a assistência jurídica integral e gratuita às pessoas de baixa renda ou que apresentam hipossuficiência de defesa jurídica, assim como a defesa de grupos em contextos/situações de vulnerabilidades sociais, destinatários de políticas públicas que propagam os Direitos Humanos e a Cidadania. Nesse contexto, a Psicologia se configura como um recente campo de atuação no âmbito jurídico, relacionando-se e estabelecendo intersecções com o sistema de justiça. Atualmente, as demandas jurídicas têm ampliado o campo de atuação da(o) psicóloga(o), o que possibilita o crescimento das possibilidades e práticas vigentes, sendo a prática de atenção psicossocial uma das propostas atuais no contexto judicial. Assim, o presente artigo versa sobre as ações extensionistas realizadas no âmbito da Defensoria Pública – Núcleo Criminal do município de Rondonópolis-MT, as quais têm por objetivo principal oferecer e promover um trabalho psicossocial, alicerçado pelo arcabouço teórico-metodológico esquizoanalista e de autores pós-estruturalistas, com uma população em vulnerabilidade social, alvo de discriminações, negligenciada historicamente e que encontra muitos obstáculos para ter seus direitos fundamentais respeitados. Os resultados indicaram a emergência da intersecção entre saberes e políticas públicas na resolução e encaminhamento de questões sociojurídicas. A parceria entre as/os extensionistas de Psicologia e profissionais da Defensoria Pública despontou como um potente intercessor de práticas de atenção individual e coletiva.
Resumo: Quando falamos em produção de subjetividades, o cinema ocupa um lugar de destaque nos agenciamentos macro e micropolíticos que nos territorializam e desterritorializam constantemente, pois, sendo composto por um contínuo entre realidade e ficção, esse dispositivo virtual se atualiza como um potente problematizador das relações que estabelecemos nos diferentes contextos sócio-histórico-políticos e culturais. Diante disso, este trabalho busca problematizar como o filme Tomboy (2011) apresenta as questões de gêneros, sexualidades, corporalidades e produção de subjetividades singulares/normativas na infância trans. Propomos, então, uma análise inspirada pela Filosofia da Diferença, pela epistemologia dos estudos de gêneros e pelos Estudos Queer visando as narrativas imagéticas, políticas, poéticas, éticas, afetivas e lúdicas das experiências e transversalidades da criança trans protagonista dessa obra cinematográfica francesa. Discutiremos a construção de corporalidade e as resistências e transgressões possíveis para uma criança que foge ao binarismo do sistema sexo/gênero e se produz em um campo possível em que os conceitos estanques de homem/masculino e mulher/feminino dificultam a expressão do desejo e construção de uma estilística da existência singular.
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