RESUMO O presente artigo expõe as estratégias retóricas e principais ideias políticas de Carlos Lacerda. A argumentação tem como eixo o papel do liberalismo no pensamento e nas práticas políticas do autor, que é antes visto como um "crítico liberal da política", para utilizar conceito célebre de Carl Schmitt, do que como portador de uma teoria política sistemática. Ao longo do texto, busca-se delinear como Lacerda interpretava atores e temas do período entre 1946 e 1964 através da exposição dos seus principais conceitos e movimentos políticos. Para tanto, são analisados discursos parlamentares, artigos jornalísticos e textos programáticos, os quais revelam, em sua diversidade, uma visão de mundo fundamental para compreender não apenas sua trajetória individual, mas os próprios rumos do período. O pensamento e a própria figura de Lacerda expõem aspectos centrais do regime político então vigente, etapa fundamental da trajetória democrática brasileira, assim como desvelam algumas razões do seu fim.
Resumo: O presente artigo argumenta que as relações entre desenvolvimentismo e liberalismo não se esgotam em necessário antagonismo. Se há um liberalismo crítico ante a maior parte das expressões do Estado, bem representado por Eugênio Gudin, não é possível restringir a tradição liberal a essa vertente, que é, aliás, minoritária entre os anos 1930 e 1970. Para propor uma nova interpretação sobre as relações entre desenvolvimentismo e liberalismo, analisaremos, a partir das sugestões metodológicas de Reinhart Koselleck, as articulações entre os conceitos de Estado e planejamento em três dos mais relevantes intelectuais públicos da República de 1946: Afonso Arinos, Roberto Campos e Hélio Jaguaribe. A escolha dos autores decorre do fato de eles representarem três distintas perspectivas sobre os conceitos de desenvolvimento, planejamento e liberalismo.
Resumo Este artigo reconstrói as principais teses e influências intelectuais dos bacharéis udenistas, tratando do pensamento político de personagens como Afonso Arinos, Bilac Pinto, Aliomar Baleeiro, Milton Campos e Prado Kelly. Para a tarefa, são mobilizados escritos jurídicos, memórias, discursos parlamentares e outras reflexões que permitam caracterizar esse pensamento que é voltado à ação, mas que também é expressão de uma visão de mundo transcendente à disputa política mais imediata. O texto se divide em três partes. Na primeira, trata da autoimagem dos bacharéis em oposição à categoria antagônica dos juristas, e distingue dois tipos ideais: os conservadores e os modernizantes. A segunda seção aborda o tipo de liberalismo dos bacharéis, visto como chave para a compreensão das suas trajetórias. Por fim, o trabalho se concentra nos argumentos dos autores sobre as relações entre elites e direito, com o intuito de melhor compreender o sentido da sua missão política e das suas trajetórias ao longo da República de 1946.
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