O presente artigo tem por objetivo refletir acerca da validez didática (SÉNÉCHAL e DOLZ, 2019) de um minicurso enquanto dispositivo de formação continuada de professores de Língua Portuguesa a partir da implementação de itinerários no ensino do gênero fábula. Nesse intento, lançamos aqui os seguintes questionamentos: 1) como o contexto particular de um evento científico permite desenvolver uma ação de formação continuada? 2) quais são os objetos de formação desenvolvidos no minicurso e como se articulam à temática de um evento científico? 3) quais são as sequências de atividades que contribuem na formação dos professores? Defendemos aqui a posição de que o conhecimento sobre a maneira de desenvolver os objetos da formação nas práticas efetivas permite compreender as prioridades atribuídas e analisar o trabalho do formador (DOLZ e GAGNON, 2018). Os resultados evidenciaram que, apesar da limitação do tempo pedagógico imposto pela formatação do evento científico, a fórmula de minicurso proposta foi uma oportunidade única de discutir conjuntamente sobre questões de aprendizagem de gêneros e de ensino com itinerários por meio de reflexões teóricas e de simulações de situações didáticas que contribuem para o desenvolvimento profissional do professor. Outrossim, o minicurso também se revelou um potencial dispositivo híbrido de formação continuada, dada a diversidade cultural e a dimensão territorial do Brasil.
Este artigo tem por finalidade apresentar alguns conceitos que serão necessários para defender o nosso posicionamento de que gravar uma mídia audiovisual vai além de uma boa comunicação oral e o domínio de um conteúdo. É preciso ter conhecimento desse novo espaço de trabalho e desenvolver as capacidades multimodais, ou seja, faz-se necessário assumir a necessidade de se investir em sequências didáticas para que o professor se aprimore nesses novos conhecimentos. Para isso, discutiremos sobre a atividade docente e as características da mídia audiovisual, para, em seguida, apresentarmos algumas orientações para a elaboração de uma sequência didática sobre a vídeo-aula. Nossas discussões se articulam aos estudos de Bronckart (2006/2008), Clot (1999/2006), Amigues (2004), Saujat (2002) e Machado (2007) sobre o trabalho docente e à elaboração de sequências didáticas para o ensino de gêneros textuais (SCHNEUWLY; DOLZ, 2004). Neste artigo, assumimos a vídeo-aula como um objeto de ensino, para que o professor possa fazer dela mais uma de suas tarefas no trabalho. Por meio de sequências didáticas que problematizem todas as etapas de produção de uma vídeo-aula, acreditamos ser possível contribuir para o seu domínio pelo professor.
: Este artigo tem por objetivo apresentar uma pesquisa de doutorado cuja finalidade foi elaborar uma ferramenta didática para o ensino do gênero comunicação oral em eventos científicos, compreendendo o seu trabalho e as implicações deste para o desenvolvimento de capacidades de linguagem dos alunos, contribuindo, desta forma, para o letramento acadêmico desses discentes. Os aportes teóricos que orientaram esse trabalho apoiam-se na perspectiva teórico metodológica do interacionismo sociodiscursivo (BRONCKART, 2006, 2008a, 2008b, 2009, 2013; SCHNEUWLY; DOLZ, 2004; MACHADO; ABREU-TARDELLI; CRISTOVÃO, 2009), nos estudos de didáticas das línguas (SCHNEUWLY; DOLZ, 2004), na metodologia da engenharia didática (DOLZ, 2016) e nos conceitos de gestos didáticos (SCHNEUWLY; DOLZ, 2009). Os resultados obtidos, de um ponto de vista macro, ajudaram, especialmente, apreender o funcionamento da sequência de ensino, analisada, assim, pela perspectiva do objeto de ensino e dos objetos efetivamente ensinados, revelando particularidades implícitas às práticas do professor. Nesse processo, a pesquisa se constituiu, de maneira dialética, validando a importância de o sistema didático de ensino estar sustentado no professor, aluno e no objeto do conhecimento, no caso desta pesquisa, o gênero “a comunicação oral em eventos científicos”.
Este artigo objetiva discutir se a proposta de trabalho com a apresentação oral constante na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) dialoga com as comunicações orais esperadas no Ensino Superior. Para isso, buscou-se, em primeiro lugar, identificar quais capacidades de linguagem o trabalho com a apresentação oral depreendido na BNCC pode levar o aluno a mobilizar a partir das habilidades propostas nesse documento; para, em segundo lugar, poder comparar essas capacidades com as requeridas na graduação, de modo a verificar se foram contemplados alguns dos elementos essenciais desse gênero, e, por conseguinte, se podem vir ou não a viabilizar o sucesso na vida acadêmica. O Interacionismo sociodiscursivo foi o aporte teórico principal, sobretudo para as discussões sobre o ensino de gêneros orais e a comunicação oral. Os resultados das análises indicam que o trabalho proposto para a apresentação oral na BNCC pode contribuir para o desenvolvimento de capacidades de linguagem importantes. Contudo, há um tratamento mais intensivo de fatores relacionados à produção da apresentação do que àqueles voltados para um incremento da compreensão oral do aluno.
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