A redução do sujeito às condições de bem-estar individual ou ao empreendedorismo de si mesmo tornou-se uma racionalidade que passou a reger as relações humanas e sociais. De certa forma, passou a dirigir as finalidades, as estratégias e os processos educacionais, pautando-se por interesses individualistas e competitivos. Diante disso, este artigo tem como objetivo afirmar a abordagem das capacitações (capabilities) como uma proposta teórica relevante para orientar políticas educativas e estratégias pedagógicas que contribuam para a liberdade dos sujeitos, a formação humana e a cooperação social. O estudo constitui-se como pesquisa qualitativa, orientado pelo método analítico-hermenêutico, em que se emprega o procedimento metodológico de pesquisa bibliográfica. O texto está estruturado em três núcleos: o primeiro busca apresentar, em linhas gerais, a abordagem das capacitações em Sen (capabilities); o segundo explica a versão das capacitações (capabilities) em Nussbaum; e o terceiro afirma a abordagem das capacitações (capabilities) como referencial para construir e desenvolver políticas educativas e propostas pedagógicas que almejem uma educação para a liberdade.
O presente artigo objetiva discutir a customização do currículo provocada pela Reforma do Ensino Médio (Lei n. 13.415/2017), que estabeleceu a oferta de itinerários formativos a serem escolhidos pelos estudantes conforme seu interesse. O texto coloca em pauta os principais problemas da abordagem de diferenciação de percursos formativos diante de um ensino médio público carente de investimentos na formação e na valorização dos docentes, bem como nas estruturas físicas e na qualidade de ensino. A partir de uma pesquisa bibliográfica sobre o tema, sustenta-se a hipótese de que os itinerários, embora envoltos de um discurso de currículo customizado, ou seja, adequado aos interesses de cada estudante, acaba por promover uma ilusão da liberdade de escolha, o que não altera as condições desiguais nas oportunidades de escolhas dos estudantes das camadas mais pobres da população. Em linhas gerais, o texto analisa o contexto de como os mecanismos dos itinerários formativos sustentam a lógica normativa oculta que produz a ilusão de que todos são livres para decidir sobre seu futuro. Nas considerações finais, ressalta-se que existem inúmeras contradições inerentes à organização curricular através da problemática da customização. Dentre elas, destaca-se a idealização de que os estudantes poderão gerir sua própria liberdade através de um conhecimento pautado na competição e na lógica economicista.
O percurso investigativo procurará responder às seguintes questões: quais modelos de produção da política curricular são intrínsecos à BNCC? Quais lógicas curriculares são induzidas pela BNCC? Trata-se de um estudo bibliográfico ancorado em autores que investigam a temática em pauta, bem como de um estudo documental, pois serão analisadas, por meio da análise de conteúdo, matérias divulgadas entre 2017 e 2020 em sites do Ministério da Educação e de dois movimentos compostos por fundações empresariais (BARDIN, 2011). Evidencia-se que a BNCC é apresentada nas matérias analisadas como uma transformação democrática e inovadora para a educação. Entretanto, ao investigar seu processo de construção e o modelo de política curricular adotado, este estudo afirma que a Base reedita modelos historicamente questionados e constitui-se como uma política de centralização curricular.
A coletânea Leituras sobre Educação e Neoliberalismo (2020), publicada pela Editora CRV e organizada por Altair Alberto Fávero, Carina Tonieto e Evandro Consaltér , tem por objetivo socializar reflexões acerca das implicações do neoliberalismo na educação. Resultado de estudos junto ao Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Superior (GEPES), da
O artigo tem por escopo investigar as potencialidades e os limites da pesquisa documental ao se tratar desse tipo de instrumento metodológico em políticas educacionais. A partir de revisão de literatura de caráter exploratório hermenêutico sobre o tema, organizamos o ensaio da seguinte forma: i) inicialmente abordaremos a polissemia do conceito ‘pesquisa documental’, que produz ainda fortes discussões e divergências sobre a terminologia mais adequada a ser utilizada; ii) em seguida conceituaremos o objeto da pesquisa documental, para iii) estabelecer apontamentos específicos sobre o trabalho com documentos de política educacional; iv) na sequência apontaremos aspectos epistemológicos e teóricos intrínsecos à pesquisa com documentos, e por fim, v) indicaremos algumas notas conclusivas destacando potencialidades e limites do trabalho com fontes documentais.
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