Como se já não bastasse a situação de emergência sanitária em decorrência da pandemia do novo Coronavírus no ano de 2020, com ressonância nos campos econômico, cultural dentre vários outros, a população brasileira também vivenciou inúmeros acontecimentos que ameaçaram o estado democrático de direito. Assim, diante da incerteza (MORIN, 2005) de quando efetivamente as pessoas poderiam voltar a se reunir fisicamente, seja nas tradicionais festas populares, eventos científicos ou em espetáculos de qualquer outro gênero, as atividades de toda ordem precisaram assumir formatos alternativos para (re)xistir sem colocar a vida da população em risco. Assim, este texto tem como objetivo investigar em que medida as lives musicais, cada vez mais comum entre os tantos ‘dentrofora’ das diversas redes educativas, estabeleceram relações de ‘aprenderensinar’ entre os ‘fazerespensar’ cotidianos. Em nossas pesquisas, bricolamos estudos das ‘pesquisas com os cotidianos’ (CERTEAU, 2018; ALVES, 2008), com a multirreferencialidade (ARDOINO, 1998; MACEDO, 2012) para nos inspirarmos nas criações das coisas miúdas, desviantes, muitas vezes compreendidas como irrelevantes. Dessa forma, acionamos como dispositivos de pesquisa as rodas de conversas em ambientes online para tecer criações cotidianas nas diversas redes educativas reinventadas pelos usos dos dispositivos digitais em rede. Por fim, em posse dos fragmentos das histórias e das invenções coproduzidas, apresentamos como os praticantes culturais dos cotidianos interagem com o mundo externo para além da porta da própria casa (CERTEAU, 2009), cocriando ideias desviantes e incertezas como elementos para pensar o futuro.
O presente texto objetiva pensar ações, usos e exemplos de conteúdo audiovisual acessível para surdos. Compreendendo a cultura contemporânea como perpassada pelo universo da Cibercultura (LEMOS, 2003; LEVY, 1999; SANTOS, 2014), das redes sociais da internet, dos dispositivos e indivíduos hiperconectados (TAVARES, 2020), faz-se necessário garantir o acesso a todos. Nesse aspecto, é importante destacar que o ambiente cibercultural se constitui também como espaço de lutas e empoderamentos, em que se busca, cada vez mais, a garantia de acesso à internet como um direito humano básico. A pandemia do Coronavírus, que restringiu a circulação de pessoas, e fez com que os inúmeros eventos que antes aconteceriam de maneira presencial, passassem a ser realizados remotamente, acabou por contribuir favoravelmente à produção de conteúdos audiovisuais acessíveis. É nesse contexto que se desenvolve o levantamento documental aqui apresentado. Por meio de uma pesquisa documental descritiva na cibercultura, observou-se e buscou-se materiais audiovisuais com acessibilidade para surdos. Como resultado, destacamos que, embora não exista um modelo único e pré-definido que garanta efetivamente a acessibilidade, contribuem elementos como o tamanho da janela, a sinalização adequada ao perfil do público-alvo, a possibilidade de inclusão de intérpretes surdos e a possibilidade de planejamento prévio à execução (em oposição à inserção posterior da janela de tradução) permitindo assim uma integração maior com a cena ou layout desejado. Para demonstrar os resultados, foram elencados dados que procuraram evidenciar exemplos mais, ou menos, favoráveis no sentido de garantir acesso efetivo ao conteúdo apresentado.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
customersupport@researchsolutions.com
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.