Muitas questões de natureza financeira estão presentes no dia a dia dos alunos, nos diferentes níveis de ensino. A compra de um produto alimentício na cantina da escola ou a aquisição de um bem material, são exemplos de ações simples ou complexas, que necessitam reflexões para a tomada de decisão. Contudo, poucas vezes o aluno está preparado para decidir de forma acertada. A escola, enquanto local de formação de cidadãos, deve oportunizar discussões desta natureza junto aos alunos, desenvolvendo o senso crítico e a responsabilidade financeira. Em particular, a matemática pode contribuir para a formação cidadã por meio da Educação Matemática Crítica, proposta por Skovsmose. Assim, neste trabalho, busca-se analisar dois projetos de educação financeira à luz dos ambientes de aprendizagem da Educação Matemática Crítica, em duas escolas, sendo uma pertencente a rede pública e outra a rede privada de ensino, presentes na cidade de Chapecó, Santa Catarina, com alunos matriculados em turmas de quarto ano do Ensino Fundamental. Os projetos são desenvolvidos anualmente e envolvem toda a comunidade escolar, em especial, alunos e familiares, e neste ano, contou coma colaboração de acadêmicos do curso de Licenciatura em Matemática, da Universidade Federal da Fronteira Sul. Como resultados, constatamos que ambos os projetos promoveram atividades que possibilitaram o trânsito entre os diferentes ambientes de aprendizagem, o que foi fundamental para a educação matemática caminharem direção à dimensão crítica. Em especial, os ambientes que mais apareceram faziam referência à semirrealidade e a realidade em cenários para investigação, o que valorizou o aluno como protagonista do processo. Ademais, como as atividades suscitaram discussões, análises e tomada de decisão consciente por parte dos alunos, concluímos que os projetos de educação financeira contribuíram para a formação cidadã desses sujeitos.
