A Teoria da Atribuição de Causalidade representa um interessante corpo teórico para analisar como os alunos explicam as suas situações de sucesso e de insucesso escolar. Este artigo analisa se essas atribuições causais se diferenciam de acordo com o gênero e o ano escolar dos alunos. A amostra foi composta por 868 alunos do 5º ao 9º ano de escolaridade. A avaliação recorreu ao Questionário de Atribuições de Resultados Escolares, no qual os alunos ordenam seis causas possíveis (esforço, método de estudo, bases/conhecimentos, ajuda dos professores, sorte e capacidade) consoante a sua importância na explicação dos seus sucessos e dos seus insucessos escolares. Os resultados sugerem que os alunos, independentemente do sexo e do ano escolar, associam os seus resultados acadêmicos (sucesso e fracasso) ao esforço, surgindo ainda para explicar o insucesso a falta de métodos apropriados de estudo. À medida que se avança na escolaridade, as bases de conhecimentos surgem mais valorizadas na explicação do sucesso escolar. Por outro lado, os rapazes parecem recorrer mais à capacidade para explicar o seu sucesso, e as meninas mais ao esforço e às bases de conhecimentos. Na explicação do insucesso, a falta de esforço e de método de estudo surgem mais valorizados que a capacidade conforme se avança na escolaridade, o que parece proteger a auto-estima dos alunos.
Este artigo analisa o contributo específico do nível educativo familiar e das atribuições causais para o bom e fraco rendimento escolar dos alunos na explicação do seu desempenho nas disciplinas de Língua Portuguesa e de Matemática numa amostra de 2.082 alunos do ensino público de 11 escolas de Portugal, incluindo as Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira. As atribuições causais foram avaliadas por meio do Questionário das Atribuições Causais para os Resultados Escolares (QARE). O nível educativo familiar foi estimado levando em conta o nível escolar do progenitor com maior habilitação escolar. As classificações obtidas pelos alunos nas disciplinas de língua portuguesa e matemática foram também examinadas. Os resultados apontam para correlações estatisticamente significativas, destacando as atribuições na capacidade para a explicação do rendimento escolar, situação que contrasta com a atribuição dos níveis de rendimento a variáveis externas ao aluno. A análise de regressão permite associar 34,5% da variância no rendimento conjunto em Língua Portuguesa e em Matemática no ensino básico, assim como 21,3% no ensino secundário, às dimensões atribucionais e ao nível educativo familiar. Implicações educacionais são derivadas a partir dos achados.
A criatividade envolve características de personalidade e vários estudos reforçam a motivação intrínseca como necessária a uma personalidade criativa. É importante também um clima estimulante em sala de aula, o qual não será alheio ao professor e suas características criativas, incluindo a motivação. Há ainda que considerar, para a prática criativa, a motivação do docente face ao trabalho. Neste estudo exploratório, analisa-se a relação entre personalidade criativa e motivação para o trabalho em docentes e, particularmente, se os docentes mais e menos criativos assumem diferentes perfis motivacionais no trabalho. Foram avaliadas as perceções de 120 professores do Norte de Portugal. A motivação para o trabalho foi avaliada pela Escala Multi-Fatorial no Trabalho e para as características criativas usou-se a Escala de Personalidade Criativa. Os resultados mostram correlações baixas e positivas, mas estatisticamente significativas entre as dimensões da motivação para o trabalho e a personalidade criativa. Constituídos quatro grupos de docentes, em função das classificações na personalidade criativa, uma análise de variância aponta diferenças estatisticamente significativas em três das quatro dimensões da motivação de acordo com a criatividade dos docentes. Tendencialmente, a motivação para o trabalho aumenta à medida que os docentes se consideram mais criativos. Este estudo permite reflexões, nomeadamente enfatizando criatividade e motivação na formação de docentes e de outros agentes do contexto escolar.
A capacidade cognitiva e a motivação são entendidas como variáveis psicológicas determinantes da aprendizagem e do rendimento académico. Dentro do paradigma cognitivista ou sócio-cognitivista, os modelos teóricos procuram enfatizar os processos psicológicos internos na explicação da conduta académica motivada. As metas de realização surgem, neste enquadramento teórico, como um dos factores mais valorizados na explicação do rendimento académico dos alunos. Neste trabalho procuramos reflectir sobre a tipologia das metas e o seu papel na predição do sucesso académico, alertando para o papel decisivo dos contextos familiar e escolar. Analisando alguns estudos nacionais e internacionais, importa que a conceptualização e a avaliação das metas académicas tomem mais em consideração os contextos de ensino e aprendizagem, assim como os vários agentes educativos que intervêm nesses contextos.
Este artigo descreve a aplicação de um programa de enriquecimento, intitulado “Odisseia”, junto de alunos com altas habilidades. O programa decorreu ao longo de dois anos lectivos, tendo como paradigma teórico de referência o modelo de enriquecimento escolar proposto por Renzulli. Foi aplicado a 64 alunos seleccionados com base nas suas elevadas capacidades cognitivas e rendimento escolar (situados em torno do percentil 80), havendo 94 alunos do mesmo ano escolar que serviram de grupo de comparação. Nos testes de raciocínio os dois grupos de alunos evoluem do pré-teste para o pós-teste, havendo um aumento mais expressivo nalguns desses testes por parte dos alunos do grupo experimental embora não estatisticamente significativo. Na área da criatividade, se o grupo experimental melhorou, face ao grupo de comparação, do pré-teste para o pós-teste nos parâmetros da originalidade e da elaboração nas tarefas figurativas, tais ganhos não se estenderam às tarefas verbais. Estes valores poderão traduzir um maior impacto do programa em conteúdos menos valorizados curricularmente (figurativos versus verbais) e em dimensões da criatividade menos voltadas para a fluência e flexibilidade e mais para a originalidade.
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