Uma versão deste trabalho foi apresentada no 25º Simpósio Brasileiro e 2º Congresso Ibero-Americano de Política e Administração da Educação, 2011, na PUC/SP. O texto resulta de pesquisa com 74 Coordenadores de Programas e Orientadores vinculados a Programas de Pós-graduação stricto sensu avaliados pela CAPES e com 16 investigadores ligados a universidades da União Européia, após a adesão destas ao "Pacto de Bolonha". Traz manifestações destes profissionais sobre as mudanças recentes a que as universidades foram submetidas, transformações que no seu processo e resultado, levaram àquilo que se vem denominando "Produtivismo Acadêmico", com consequências para a qualidade das produções intelectuais/acadêmicas e para a vida institucional e pessoal dos profissionais que se dedicam ao ensino e à pesquisa na graduação e na pós-graduação.
Worker-researchers complain that they have to do more than they want or can. They criticize, but stick with it. Analyses of academic productivity hold international and Brazilian organisms (such as CAPES) and the current system responsible; and not without reason. But the results are scant changes and resignation. In this work we examine how, starting in the 19th century, the complex 'social engineering' that commands the world with its overlapping of long--lasting historical processes was structured. The rise of human and social sciences and the commitments they sealed with governments and business men early on is emphasized. The election of Education, Science and Technology as central to promoting economic and social progress reduced the University, predominantly to the role of executor (thinking itself to be autonomous, it is a hostage). While it is capital that needs the knowledge generated by the worker-researchers to reproduce itself, the latter experience the intensification and alienation of their work; such dependence points to the challenge of exercising their power. ABSTRACT InvIted paperRESUMO O trabalhador-pesquisador reclama fazer mais do que quer ou pode. Critica, porém acata. Análises sobre produtivismo acadêmico responsabilizam, não sem razão, organismos internacionais e nacionais e o sistema vigente. Observam-se, no entanto, mudanças escassas e resignação. Examinamos neste trabalho como se estruturou, a partir do século XIX, a complexa engenharia social que comanda o mundo, com a sobreposição de processos históricos de longa duração e decisivos no Ocidente. Destaca-se o surgimento das ciências humanas e sociais e seus compromissos cedo selados com governos e homens de negócio. A eleição de Educação, Ciência e Tecnologia como centrais para promover progresso econômico e social reduziram a Universidade, predominantemente, à executora e refém, não autônoma. Enquanto é o capital que precisa do conhecimento gerado pelos trabalhadores-pesquisadores para reproduzir-se, estes vivenciam a intensificação e alienação do seu trabalho; tal dependência aponta para o desafio de exercer seu poder. Palavras-chave Produtivismo acadêmico, trabalhador-pesquisador, Economia, ciências humanas e sociais, história de longa duração. Resumen
Neste trabalho, que resulta de pesquisa de doutorado, analisa-se o modelo de Universidade de Classe Mundial (UCM), a partir das orientações dos Organismos Internacionais (OI), em especial o Banco Mundial (BM), e seus experts e ainda como esta concepção vem ganhando força em vários países, grupos e blocos, incentivando a promoção de programas, políticas e projetos, inclusive, no Brasil. Em termos metodológicos, utilizou-se a análise documental, considerando-se que a investigação sobre as tendências e manifestações da UCM pressupõe a compreensão da totalidade histórica e social. Conclui-se que o modelo de UCM, fundamentado pela Ideologia da Excelência, é uma tendência global que vem sendo utilizada como um arquétipo com o qual se induz à competitividade internacional e eleva-se ao paroxismo a diferenciação/hierarquização entre e intra instituições em diferentes escalas, bem como incita transformações na própria concepção de universidade.
RESUMOEste texto analisa as transformações pelas quais vem passando a universidade brasileira em relação à configuração institucional, ao financiamento, à gestão e à produção do conhecimento. Primeiramente, dá destaque aos modelos de universidade humboldtiano, napoleônico e norte-americano, de modo que se possa captar o desenvolvimento dessas concepções, sua convergência e materialização na universidade modernizada. Em seguida, desvela que, no decurso dos processos de internacionalização da economia, a ideia de universidade passa a alinhar-se, historicamente, aos desígnios do desenvolvimento econômico por mediação da política científico-tecnológica, sob a orientação de organismos supranacionais e intelectuais orgânicos do capital. Por fim, aponta para a contrarreforma universitária como triplo processo: integração subordinada da educação à política de ciência, tecnologia e inovação; diversificação e hierarquização institucional segundo a oferta e duração dos cursos; e empresariamento da educação. PALAVRAS-CHAVE universidade; contrarreforma universitária; mercantilização da educação.
RESUMO:Este texto, dividido em duas partes, focaliza o Processo de Bolonha e suas repercussões sobre o trabalho dos professores de universidades europeias, com destaque para o processo de intensificação do trabalho desses docentes. Similarmente ao ocorrido no Brasil, a partir do predomínio do chamado "Modelo CAPES de Avaliação e Fomento", os professores europeus sentem o peso e os efeitos do denominado "produtivismo acadêmico". A parte central do texto reproduz entrevista concedida pelo professor Josep M. Blanch, 1 da Universidade Autônoma de Barcelona (UAB). Suas reflexões e revelações a respeito da implementação de Bolonha na UAB, em particular, e nas universidades europeias, em geral, servem como efeito-demonstração da implantação e da (pré)visualização dos resultados de um processo caracterizado pela heteronomia. Também compõe o texto uma breve apresentação, por meio da qual se visa contextualizar a temática da entrevista. Palavras
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