RESUMOEste texto analisa as transformações pelas quais vem passando a universidade brasileira em relação à configuração institucional, ao financiamento, à gestão e à produção do conhecimento. Primeiramente, dá destaque aos modelos de universidade humboldtiano, napoleônico e norte-americano, de modo que se possa captar o desenvolvimento dessas concepções, sua convergência e materialização na universidade modernizada. Em seguida, desvela que, no decurso dos processos de internacionalização da economia, a ideia de universidade passa a alinhar-se, historicamente, aos desígnios do desenvolvimento econômico por mediação da política científico-tecnológica, sob a orientação de organismos supranacionais e intelectuais orgânicos do capital. Por fim, aponta para a contrarreforma universitária como triplo processo: integração subordinada da educação à política de ciência, tecnologia e inovação; diversificação e hierarquização institucional segundo a oferta e duração dos cursos; e empresariamento da educação. PALAVRAS-CHAVE universidade; contrarreforma universitária; mercantilização da educação.
Resumo: Este trabalho busca apreender as recentes modificações na educação superior brasileira por meio de duas mediações principais: o Estado brasileiro e o Setor Educacional do Mercado Comum do Sul (SEM). O contexto é de internacionalização da economia e de relações sociopolíticas que consistem nas formas históricas de estruturas articuladas institucionalmente na organização e funcionamento da educação. Evidencia os esforços de gestão supranacional dos assuntos educacionais ao mesmo tempo em que procura compreender a relação entre a grande política (formulada em nível supranacional no SEM) e a pequena política, levada adiante no aparelho de Estado brasileiro, em tono da formulação das políticas públicas de educação superior. Desvela os mecanismos institucionais que vêm propiciando a integração e regionalização da educação superior por meio de dois vetores direcionadores da reforma da educação superior: avaliação e mobilidade. O tempo da pesquisa remonta à gênese do MERCOSUL, no início dos anos 1990, estendendo-se até os dias atuais, com base na análise documental de atas de reuniões, protocolos, planos de ação, tratados e acordos firmados no âmbito do SEM e pelo conjunto de indicações e de legislação formuladas nos mandatos de governos brasileiros, no período 1995-2014, de modo a acrescentar a dimensão do tempo à compreensão da ação política dos sujeitos envolvidos na formulação das políticas de educação superior em âmbito regional e nacional; e, à apreensão dos embates de forças com disputas teóricas e políticas em torno da reforma da educação superior.Palavras-chave: Setor educacional do MERCOSUL. Integração regional. Políticas de educação superior. Educational sector of MERCOSUR: convergence and regional integration of brazilian higher educationAbstract: This work seeks to seize the recent modifications in Brazilian higher education through two main mediations: the Brazilian State and the Educational Sector of Common Market of South (SEM). The context is in which internationalization of economy occurs and socio-political relations that consist of the historical forms of institutionally articulated structures in the organization and functioning of education. It highlights the efforts of supranational management educational affairs at the same time that seeks to understand the relationship between the major policy (formulated in supranational level in SEM) and the small politics, led the Brazilian State, in the formulation of public policies about higher education. It unveils the institutional mechanisms that have been providing integration and regionalization of higher education through two vectors drivers of reform of higher education: evaluation and mobility. The time of research dates back to genesis of MERCOSUR, in the early 1990, extending to the present day, based on documentary analysis of minutes of meetings, action plans, protocols, treaties and agreements signed within the framework of SEM and the set of nominations and legislation formulated in terms of Brazilians governments, in the period 1995-2...
O presente trabalho tem o objetivo de desvelar os desdobramentos da concepção de educação tecnológica no Brasil, desde sua gênese nos anos de 1960 até os documentos legais produzidos no final dos anos de 1990. A pesquisa orientou-se pelas seguintes questões: qual o conceito de educação tecnológica? Por que o termo passa a ser exaltado, deixando cair no esquecimento nomenclaturas como, educação técnica, formação técnicoprofissional e ensino profissional? Qual a concepção de educação tecnológica que norteou as políticas educacionais dos anos de 1990? Na tentativa de cumprir com o desafio de responder a essas questões, faço uma recuperação dos fatos históricos que marcaram a evolução não apenas dos termos que denotam a formação para o trabalho, mas, também, da concepção de educação que está por detrás desses modos de expressão. Para alcançar os objetivos da pesquisa foi realizada revisão de literatura em economia política: Estado brasileiro e suas relações com o imperialismo; Estado brasileiro, classes sociais e formação da força de trabalho; educação média e técnica no Brasil e reformas educativas, como também levantamento de fontes primárias: documentos emanados do Poder Executivo e Legislativo; de entidades de classe como, o patronato, CUT e ANDES; do poder docente — Conselho de Dirigentes dos Centros Federais de Educação Tecnológica (CONCEFET); Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições de Ensino Superior (ANDIFES); Conselho Diretor (CODIR) e Conselho de Professores (CONSEP). Para chegar ao concreto real, síntese de múltiplas determinações, a escolha do caminho para abordagem do tema foi o método do materialismo histórico, método de análise da realidade e produção do conhecimento, por meio da crítica à economia política, o que exige um movimento dialético, de modo a captar as contradições do desenvolvimento histórico do processo de formulação das políticas de ensino médio e técnico no país e suas mediações nas relações entre capital e trabalho, trabalho e educação, ou, em outras palavras, o referido método permitiu compreender como e porque se articulam as políticas de formação da força de trabalho no processo de desenvolvimento econômico e social, na realidade concreta da sociedade brasileira.
O artigo analisa o desenvolvimento da concepção burguesa de educação tecnológica no bojo do processo de institucionalização e implementação da política de ciência e tecnologia, mais tarde denominada política de ciência, tecnologia e inovação (CT&I), evidenciando o movimento de subsunção da política educacional à política de CT&I no período de 1960 a 1990. A partir do reexame da teoria do capital humano, busca-se evidenciar a gênese da subsunção da política educacional à política de CT&I para desvelar a concepção e abrangência da educação tecnológica na perspectiva burguesa. À guisa de conclusão, é apontada a mudança de paradigma da produção do conhecimento para um caráter cooperativo de produção e reprodução do capital. Isto exige a formação de diferentes capacidades de trabalho sob a envergadura da educação tecnológica.
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