Resumo O artigo descreve os núcleos de significação social identificados nas falas de profissionais de saúde da atenção primária com relação à qualidade das ações desenvolvidas. Trata-se de estudo de caso realizado em dois serviços organizados segundo modelos diferentes: uma unidade “tradicional”, com agentes comunitários, e uma de saúde da família. As entrevistas e observações realizadas são analisadas a partir do referencial proposto por Vigotski, em diálogo com a literatura sobre o processo de trabalho em saúde. Os resultados apontam como principais núcleos de significação da qualidade na atenção básica o acolhimento como interação entre profissional e usuário do Sistema Único de Saúde, as diversidades de ofertas multiprofissionais e intersetoriais, os agentes comunitários como elo entre equipe de saúde e comunidade, e o trabalho em equipe e gerenciamento democrático. Ainda que esses núcleos estejam socializados entre os profissionais como significados de qualidade, observam-se tensionamentos e contradições entre o legitimado e o instituído como prática.
Resumo A violência é um fenômeno sociocultural que viola direitos e acentua desigualdades sociais. Suas implicações são perceptíveis na vida cotidiana e na saúde da população. Sob o referencial teórico da interseccionalidade e da psicologia sócio-histórica, este artigo discute formas de violência produzidas na intersecção de gênero, raça e classe em uma comunidade periférica e em situação de alta vulnerabilidade localizada na cidade de Cubatão/SP, a partir do relato de quatro lideranças comunitárias. Os dados foram obtidos por meio de três pesquisas realizadas anteriormente e concomitantemente ao contexto da pandemia da covid-19, de junho de 2017 a novembro de 2020, extraídos mediante entrevistas e diários de campo para, depois, serem analisados segundo a Hermenêutica de Profundidade. Os resultados apontam para violências estruturais articuladas a raça, classe e gênero, expressas na inacessibilidade a condições dignas de moradia, alimentação e renda básica. A violência contra mulheres, destacada como resultado, aparece intermediada pelo Estado ou pelo tráfico organizado. Os dados sugerem que as violências são agravadas pela ineficiência da operacionalização das políticas públicas, no que tange à promoção do cuidado à população majoritariamente negra e pobre, indicando que a interseccionalidade é uma ferramenta essencial para a análise e o enfrentamento das desigualdades sociais.
A violência é um fenômeno que atinge a ambos os sexos, porém tem incidência especial sobre mulheres, negras e pobres. O Brasil encontra-se no 5o lugar em relação a 83 países. Entre 2003 e 2013 houve um aumento de 21% no número de mulheres assassinadas, representando 13 feminicídios por dia. Por conta disso, esta pesquisa teve por objetivo compreender as percepções e os sentidos atribuídos ao fenômeno da violência de gênero no âmbito doméstico, contra a mulher, a partir das práticas dos/as agentes comunitários de saúde (ACS) em ações em território de alta vulnerabilidade social. Os achados foram analisados baseados nos pressupostos da psicologia sócio histórica e da epistemologia qualitativa de González Rey. Através da observação participante, a pesquisadora acompanhou os/as agentes em visitas domiciliares, que resultou na elaboração de 20 diários de campo, além de entrevistas abertas com duas ACS. Os resultados obtidos foram analisados pela categoria empírica "Violência de Gênero", segundo duas óticas: "ser mulher" e "a violência por parceiro íntimo". A "naturalização" da violência na comunidade também foi problematizada, juntamente com o patriarcado enquanto discurso normativo articulado com o capitalismo, na busca de explicação da opressão das mulheres pelos homens.Palavras-chave: Agente comunitário de saúde; Gênero; Violência de gênero; Trabalho em saúde; Vulnerabilidade social.
A. Aspectos psicossociais da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. Rev. Saúde públ., S. Paulo, 25: 159-62, 1991. Foram abordados os aspectos psicossociais que envolvem as pessoas atingidas direta ou indiretamente pela AIDS: pacientes, familiares e equipe profissional. Os resultados evidenciam que a população assistida na região de Ribeirão Preto, SP (Brasil), é predominantemente jovem, masculina e de toxicômanos. Os pacientes com resultado positivo apresentam reações semelhantes às definidas por Kluber-Ross (1977), para pacientes terminais. Os comportamentos observados nos familiares estão num contínuo entre a negação da doença e a superproteção do paciente. Para os profissionais, as reações mais freqüentes são de perplexidade diante de uma população diferente das que estão acostumados a lidar. Os dados obtidos indicam que o psicólogo pode auxiliar os profissionais a lidarem com as reações dos pacientes, integrando-os em seus aspectos orgânicos e emocionais.Descritores: Síndrome de imunodeficiência adquirida, psicologia. Atitude frente à saúde.
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