O artigo se alia à temática da Educação do Campo, com atenção para a educação nos Assentamentos de Reforma Agrária e o direito ao Ensino Superior. O objetivo é refletir sobre vivências e aprendizagens de jovens assentados(as) da região do Vale do Rio Doce, em Minas Gerais, Brasil, marcada pela luta pela terra e pela cultura migratória, cujo acesso ao Ensino Superior coloca-os(as) na condição de migrantes. Adota-se como referencial teórico estudos sobre Educação do Campo e juventude do campo, território, migração, em diálogo com a teoria da relação com o saber. Os dados foram produzidos a partir da construção de relatos biográficos e entrevistas orais. A análise explicita a trajetória educacional em direção ao Ensino Superior, vínculos territoriais, vivências e aprendizagens por meio de “figuras do aprender” (Charlot, 2000, 2009, 2021). Foram identificadas como figuras do aprender no movimento de Estar Lá (na Venezuela, na Universidade) e, ao mesmo tempo, Estar Aqui (no Brasil, no Assentamento): a rotina, a militância e o retorno. Os resultados evidenciam que as vivências e as aprendizagens em outro país dos(as) jovens assentados(as) reafirmam sua identidade territorial, e eles(as) desejam, a partir da qualificação como médicos(as), retornar para o país de origem.
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