Este estudo tem como objetivo analisar o impacto da disputa comercialentre os Estados Unidos e a China no agronegócio brasileiro. Para isso, realizam-seduas simulações a fim de se analisar o impacto nos fluxos comerciais (produção, exportações, importações, preços e bem-estar) do setor, através do modelo de equilíbriogeral computável (MEGC), mais especificamente o Global trade analysis project (GTAP).Dentre os resultados, é possível destacar que os impactos econômicos para os valoresdas exportações do agronegócio brasileiro são positivos apenas para o setor de grãos,pois, na primeira simulação, com proteção comercial parcial, observa-se uma variaçãopositiva de 9,86% e, na segunda simulação de uma disputa comercial entre China eEstados Unidos com proteção comercial completa, observa-se uma variação positivade 6,40%, evidenciando que o setor de grãos obtém ganhos de comércio. Esses ganhosprovêm do declínio acentuado do comércio bilateral entre China e Estados Unidos ede um aumento por importações para os seus terceiros parceiros comerciais, como,neste caso, o Brasil, exportando mais grãos para a China. No entanto, para os demaissetores analisados do agronegócio, os resultados obtidos dos cenários propostos, emambas as simulações, são negativos, sendo prejudicial aos setores como frutas e legumes, cana-de-açúcar e outros, pecuária e carnes e produtos agroindustriais, nos quaisé possível verificar uma redução na produção do agronegócio brasileiro. Esse efeitonegativo vem do deslocamento de recursos produtivos (terra, capital e trabalho) dosvários setores agropecuários em direção ao setor de grãos, que é o principal setor deexportação do Brasil para a China e compete diretamente com os Estados Unidos nessemercado.