A Reforma Psiquiátrica Brasileira, ao engendrar novos dispositivos assistenciais e novas práticas clínicas, cria atividades práticas anteriormente desconhecidas da saúde mental. Este projeto de pesquisa pretende contribuir para o avanço do conhecimento dessas novas práticas clínicas. Para tanto, propõe a criação do Laboratório de Saúde Mental, um grupo permanente de pesquisa que reunirá trabalhadores de saúde mental para narrarem suas vivências clínicas. Pretende-se com isso: 1) construir um arquivo das vivências clínicas de trabalhadores de saúde mental; 2) transformar vivências clínicas em experiências socialmente compartilhadas; e 3) criar um banco de dados sobre as práticas clínicas no âmbito da Reforma Psiquiátrica Brasileira para uso de trabalhadores e pesquisadores.
Este trabalho relata pesquisa sobre a natureza psicopatológica da dor partindo da noção de que o humano habita na dor. Esta passa, assim, a ser um conceito-limite do humano que não consegue ultrapassá-la, apesar dos recursos farmacológicos e psíquicos disponíveis para dela se proteger. Nesta perspectiva, o corpo humano solicita uma concepção que seja capaz de levar em consideração tanto a dor física como a psíquica.
A clínica da depressão: questões atuais Rev. Latinoam. Psicopat. Fund., III, 2,[9][10][11][12][13][14][15][16][17][18][19][20][21][22][23][24][25] A psicoterapia com pacientes que encontram-se sob efeito de antidepressivos revela que estes são relativamente eficazes na inibição de sintomas considerados típicos da depressão. Porém, ao mesmo tempo, sintomas considerados típicos da melancolia não são afetados por esses medicamentos. Nem a longa e rica tradição psiquiátrica nem a psicanalítica estabelecem uma diferença específica clara entre depressão e melancolia, tratando-as, na maior parte das vezes, como fazendo parte de um mesmo campo semântico e, por isso, sendo utilizadas como sinônimos. Esta tendência culmina em manuais de psiquiatria, como o DSM-IV e o CID-10, em que o transtorno bipolar é denominado maníaco-depressivo. A melancolia fica, assim, dissolvida na depressão. Partindo desta constatação clínica, este trabalho estabelece uma diferença específica entre depressão e melancolia e descreve o campo semântico próprio da depressão. Palavras-chave: Psiquiatria, psicanálise, depressão, melancolia, psicoterapia REVISTA LATINOAMERICANA DE PSICOPATOLOGIA FUNDAMENTAL I. Introdução Apesar da longa e rica tradição de estudos sobre a melancolia, inaugurada no Ocidente com Aristóteles (1999), retomada, na modernidade, com o estudo de Robert Burton, e, depois disso, prosseguindo como tema central das nosografias e nosologias psiquiátricas até os anos 70 do século XX, os mais recentes Manuais de Psiquiatria -o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 4 a edição, conhecido também como DSM-IV, da Associação Psiquiátrica Americana, e a Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento da CID-10, da Organização Mundial da Saúde, com sede em Genebra, Suíça -dissolvem a melancolia na depressão (Peres, 1996; Pessotti, 1999). Assim, nos capítulos sobre os transtornos do humor desses Manuais, os denominados "transtornos bipolares" não se referem mais à melancolia-mania, mas à depressão-mania.Outras publicações de saúde mental, como The Harvard Mental Health Letter (1990), reconhecem dois tipos de transtornos do humor ou afetivos: a depressão e o transtorno maníacodepressivo. A depressão pode ocorrer como depressão maior ou como forma mais leve, denominada distimia. A desordem bipolar pode, também, apresentar forma mais suave, denominada ciclotimia.Essa dissolução é particularmente notável a partir dos anos 80, pois, até então, a psiquiatria dedicava sua atenção à melancolia, ainda que esta incluísse a depressão. De fato, como observa Mário Pereira (1999), a psiquiatria alemã nunca realizou uma distinção entre melancolia e depressão, tratando as duas indistintamente. Freud, por exemplo, dedicou sua atenção à melancolia fazendo pouquíssimas referências à depressão. Observa-se em seus textos que depressão e melancolia não precisam ser distinguidas de forma REVISTA LATINOAMERICANA DE PSICOPATOLOGIA FUNDAMENTAL ARTIGOSThis tendency is most evident in psychiatric manuals as DSM-IV and CID-10, where bipolar diso...
Este artigo comenta, de forma detalhada, o trabalho de Sigmund Freud, “Neuroses de transferência: uma síntese”, que é considerado pelo autor como uma teoria geral da natureza psicopatológica da humanidade. Nessa perspectiva, porque a humanidade está submetida ao desejo, a paixão a torna psicopatológica. A partir, então, do pressuposto de que o humano é uma espécie psicopatológica, o autor tece comentários sobre a nosologia freudiana, sua importância na atualidade e suas limitações, formulando, assim, um amplo projeto de pesquisa que está sendo desenvolvido na psicanálise.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
customersupport@researchsolutions.com
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.