O objetivo deste trabalho é discutir uma pesquisa que investigou representações construídas em memoriais de aprendizagem, escritos por professores pré-serviço de línguas estrangeiras (LEs), em uma universidade federal do estado de Minas Gerais. O foco foi não apenas compreender como esses professores significam seus processos de aprendizagem de LE, mas também problematizar os possíveis impactos dessas significações em sua futura vida profissional. A pesquisa adotou uma perspectiva inter/transdisciplinar (Linguística Aplicada, Análise do Discurso francesa e Análise Dialógica do Discurso) para examinar como a LE, o processo de ensino-aprendizagem e os sujeitos são representados. Os resultados acenam que a relação dos professores no que diz respeito às suas experiências de aprendizagem na LE é norteada por representações que revelam sua incompletude, bem como sua constante e contínua interpelação de tornar-se sujeito na LE.
Este trabalho visa discutir discursividades acerca do saber/não saber língua estrangeira a partir da investigação de corporalidades em acontecimentos midiáticos, especificamente, alguns comerciais de institutos de idiomas que circulam no Brasil na atualidade. Fundamentamo-nos no escopo teórico-metodológico dos estudos do discurso e das materialidades visuais em sua interface com a Linguística Aplicada e tomamos, para análise, alguns enunciados verbo-visual-corporais, cujas ressonâncias discursivas apontam regularidades de sentidos na relação corpo-sujeito-língua estrangeira. As análises acenam para o funcionamento de dois principais eixos discursivos: o das corporalidades em oposição, pautado em representações totalizantes e homogêneas de língua que produzem efeitos de exclusão na língua estrangeira; e o das corporalidades em similitude, baseado na representação de língua inglesa como língua universal e soberana, capaz de igualar e incluir a todos. Entendemos que essas discursividades, ao circularem sócio-histórica-ideologicamente, legitimam, naturalizam e cristalizam sentidos que, por sua vez, podem incidir nos (im)possíveis espaços de enunciabilidade atribuídos aos sujeitos em uma língua outra.
Este trabalho, fundamentado na interface dos estudos da Linguística Aplicada, da Análise do Discurso pecheutiana e de concepções bakhtinianas de linguagem, visa analisar o funcionamento discursivo de enunciados sobre a língua inglesa em websites de institutos de idiomas. Nosso gesto de interpretação em relação ao corpus busca investigar como o discurso capitalista empresarial se imbrica ao discurso do empoderamento e da motivação de forma a apagar e silenciar uma discursividade empresarial por meio da inscrição em uma formação discursiva didático-pedagógica, criando, assim, o efeito de que a preocupação principal dos institutos reside em questões educacionais.
RESUMO Com base nos estudos em linguística aplicada trans/indisciplinar e em teorias discursivas de linguagem, este artigo investiga representações discursivas de ensino-aprendizagem de inglês de coaches de idiomas. Nosso corpus é constituído de dizeres enunciados por coaches, em vídeos no YouTube, nos quais buscamos regularidades enunciativas e delineamos quatro principais representações, a saber: (1) não se aprende inglês por métodos formais; (2) aprende-se inglês evitando-se a língua materna; (3) aprende-se inglês acreditando-se no próprio potencial; e (4) aprende-se inglês estabelecendo-se metas. Nossas análises apontam para o funcionamento de uma interdiscursividade neoliberalista que se atualiza na suposta novidade trazida pela profissão e reforça o imaginário de ensino-aprendizagem de uma língua outra como processo natural e espontâneo, passível de controle e domínio e, consequentemente, isento de quaisquer conflitos e tensões inerentes ao sujeito de linguagem.
Com este trabalho, buscamos refletir e problematizar, numa perspectiva bakhtiniana, e tendo como foco um estudo de caso, como se dá o letramento em língua inglesa, a partir da análise de textos escritos por meio de diários crítico-reflexivos dialogados entre o professor e um licenciando de primeiro período de um Curso de Letras. O diário crítico-reflexivo dialogado é concebido como uma forma de interação verbal entre o professor formador e o professor em-formação, elaborado por este ao final de cada aula. O conteúdo deste diário se refere a uma descrição interpretativa em que o professor em-formação vai descrever, interpretar e relacionar como está vivendo o processo de interação verbal em seus estudos em língua inglesa. Nesse sentido, abordamos noções da arquitetura bakhtiniana, as quais hipotetizamos serem fundadoras desta prática pedagógica em estudo, discutimos analiticamente como o diário crítico-reflexivo, como prática de letramento, pode incidir na formação do (futuro) professor de língua inglesa e, finalmente, relacionamos o referencial teórico bakhtiniano com esta prática dialógica de linguagem traduzida em aspectos metodológicos da/na formação do professor de línguas na universidade.
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