As mulheres vêm ganhando espaço na esfera pública, no que tange ao mercado de trabalho e às representações sociais. Neste cenário, pode-se destacar o setor de extração mineral, que vem aceitando mulheres em toda a sua extensão funcional. Diante disso, pretende-se analisar como se processam as relações de gênero no contexto organizacional de uma empresa de extração mineral. Como referencial, são utilizadas as discussões que pautam o estudo das relações de gênero e subjetividade no universo do trabalho. Já a metodologia de pesquisa se fundamenta na fenomenologia social idealizada por Alfred Schütz. Conclui-se que a mulher na mineração vem conseguindo conquistas, entretanto tais conquistas se devem à sua masculinização, sem existência de respeito e valorização das diferenças. A legitimação do trabalho feminino somente ocorre quando este está adequado aos padrões de desempenho masculino. Dessa forma, o presente estudo se faz relevante em sua contribuição para as pesquisas científicas sobre gênero, ao estudar as relações entre homens e mulheres em um ambiente com características tão singulares quanto o da mineração. No mais, no trabalho apresenta-se como diferencial o emprego da fenomenologia social na pesquisa sobre gênero, podendo servir de aporte para investigações vindouras.
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ResumoO artigo procurou refletir se o ambiente institucional que envolve as cooperativas na Mineração Pequena Escala (MPE) favorece a efetividade desta forma organizacional no âmago desta atividade econômica. Sendo assim, o estudo buscou compreender o processo de formalização de cooperativas minerais no ambiente institucional da MPE, para, em seguida, apontar os constrangimentos à formalização e os desafios enfrentados na operacionalização da atividade mineral por essas organizações. O estudo foi caracterizado como exploratório-descritivo, de abordagem qualitativa e método de estudo de casos em duas cooperativas localizadas no Estado de Minas Gerais. Foram realizadas 25 entrevistas com dirigentes e associados das cooperativas, representantes do poder público local, do cooperativismo em Minas Gerais e do órgão mineral em âmbito estadual e federal. Os resultados indicam processos distintos de constituição das cooperativas. Enquanto em uma, os garimpeiros se organizaram para se antecipar ao processo de fiscalização estatal, em outra, os pequenos mineradores se constituíram a partir da imposição do Estado. Ademais, os resultados indicam que o processo de formalização e operacionalização da atividade mineral é complexo em função do hiato existente entre aquilo prevê o ambiente institucional da MPE de prioridade e fomento às cooperativas do ramo mineral e a realidade dessas organizações. Nesse sentido, elas enfrentam desafios para acessar o direito mineral e ambiental, as políticas públicas, crédito, assessoria, treinamento, tecnologia, suporte organizacional, entre outros. Esses problemas do ambiente institucional afetam a capacidade de gestão mineral e ambiental realizados por essas organizações, compromete o desenvolvimento econômico e social dos associados dessas cooperativas, bem como dificulta a possibilidade de contribuírem para o desenvolvimento local. AbstractThe article sought to reflect on whether the institutional environment involving cooperatives in Mining Small Scale (MPE) favors the effectiveness of this organizational form at the heart of this economic activity. Thus, the article sought to understand the process of formalization of mineral cooperatives in the institutional environment of SSM, to then point out the constraints to formalization and the challenges faced in the operationalization of mineral activity by these organizations. The study was characterized as exploratory-descriptive, qualitative approach and case study method in two mineral cooperatives located in the State of Minas Gerais. Twenty-five interviews were conducted with leaders and members of cooperatives, representatives of local public authorities, cooperatives in Minas Gerais, and state and federal agencies. The results indicate different processes of incorporation of cooperatives. While in one, the prospector organized themselves to anticipate the process of state control, in another, the small miners, they were constituted from the imposition of the State. In addition, the results indicate that the process of formalization and operationalization of the mineral activity is complex due to the gap existing between what predicts the institutional environment of the MPE of priority and foment to the cooperatives of the mineral branch and the reality of these organizations. In this sense, they face challenges to access mineral and environmental law, public policies, credit, advice, training, technology, organizational support, among others. These problems of the institutional environment affect the capacity of mineral and environmental management carried out by these organizations, it jeopardizes the economic and social development of the members of these cooperatives, as well as hinders the possibility of contributing to local development.
Uma das especificidades que caracterizam o campesinato é o papel central que o capital ecológico possui, na medida em que a relação com a natureza é a base de sua autonomia. Essa base de recursos não é estática e sofre crescente pressão, sendo a herança uma delas. O presente artigo analisa o sistema de herança da terra para a reprodução social do campesinato. O ponto de partida é a abordagem da unidade familiar camponesa, a partir dos estudos agrários de Alexander Chayanov, economista russo, passando pelas questões da sociabilidade, vistos através de aspectos antropológicos. As análises mostram como o "direito costumeiro" prevalece sobre as prescrições do Código Civil, evitando a excessiva fragmentação da terra, ao mesmo tempo em que reforça uma questão de gênero desigual em que o pai, chefe de família, exerce um esquema de autoridade.Palavraschave: campesinato; relações de gênero; herança.One of the peculiarities that characterize the peasantry is the central role that the ecological capital has, in so far as the relationship with nature is the basis of its autonomy. This resource base is not static and suffers increasing pressure, being inheritance an example of it. This article analyses the system of inheritance of land for the social reproduction of the peasantry. The starting point is the approach of the peasant family unit from the agrarian studies of Alexander Chayanov, a Russian economist, considering sociability issues, as seen under anthropological aspects. The analyses show how the "customary rights" prevail over the provisions of the Civil Code, avoiding excessive fragmentation of land, while reinforcing an unequal gender issue in which the father, as householder, has a scheme of authority.
Este estudo teve por objetivo a compreensão da relação entre associações de moradores e o poder público local. Buscou-se a compreensão da atuação de duas associações em suas respectivas comunidades e como esta influencia sua organização e forma de se relacionar com outras associações, organizações da sociedade civil e o poder executivo local. Desse modo, os arcabouços teóricos foram a sociologia relacional e a Estrutura de Oportunidades Políticas. A pesquisa é descritiva e tem como instrumentos de coleta de dados entrevistas, análise documental e observação, valendo-se da análise temática para sua interpretação. Os resultados indicam uma pluralidade de interesses, bem como a utilização de estratégias que visam manter a continuidade das relações com o poder público local, mesmo que recorrendo a uma suposta neutralidade e excessivo apreço de ofícios, que denotam a manutenção das mesmas relações desde a fundação das associações.
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