Este artigo tem por objetivo discutir, a partir de indícios observados no discurso de professores alfabetizadores, o impacto que o Proalfa (Programa de Avaliação da Alfabetização do Estado de Minas Gerais) pode causar na prática docente. Foram utilizados como instrumentos de investigação a pesquisa documental, e, como instrumento central, realizamos dois encontros com um grupo focal formado por sete professoras alfabetizadoras. Como aporte teórico-metodológico, utilizaram-se conceitos como os de reforma e mudança, propostos por Popkewitz, táticas e estratégias, postulado por Certeau, além dos conceitos de polifonia e vozes, discurso de autoridade e internamente persuasivos, da teoria da enunciação de Bakhtin. Os resultados indicam que, diante das estratégias de governo, os professores lançam mão de táticas de consumo daquilo que é imposto às escolas como algo a ser seguido. As táticas variam de acordo com a legitimação conferida aos objetivos dessa política, ou seja, para que as professoras ajam de forma a corroborar o Proalfa, primeiro, elas têm que estar convencidas de que dará certo. Nos aspectos em que esse convencimento não se concretiza, elas colocam em prática as táticas de resistência, principalmente através de discursos marcados por elementos explicativos daquilo que não está sendo alcançado, bem como de suas possíveis causas.
RESUMO: Este trabalho discute, no contexto da teoria sociocultural, alguns elementos que constituem a dinâmica discursiva de uma sala de aula em que a escrita e as normas ortográficas são objetos de ensino-aprendizagem. O vídeo foi usado na coleta de dados e as transcrições, organizadas na forma de episódios de ensino, foram submetidas à análise microgenética. Essa análise permite inferir que o discurso da professora é heterogêneo e encerra uma tensão entre dialogia e univocidade, pois possibilita a participação dos alunos no processo de enunciação ao mesmo tempo que controla a produção de significados unívocos em relação às regras de ortografia. Os dados evidenciam também que os alunos internalizam não só os conteúdos de ensino, mas também aspectos mais gerais do discurso escolar, como regras disciplinares e estratégias metacognitivas de aprendizagem.Palavras-chave: Escrita, discurso, sala de aula, sociocultural, apropriação Neste trabalho pretendemos discutir alguns elementos que constituem a dinâmica discursiva na sala de aula, no contexto da apropriação dos aspectos ortográficos da escrita. Interessa-nos apreender como os processos interativos e dialógicos entre alunos e professora, e entre os próprios alunos, mediatizam o processo de elaboração conceitual da escrita pelas crianças. Para tanto, buscamos nos referenciais da Psicologia Histórico-Cultural de Vygotsky e na Teoria da Enunciação de Bakhtin alguns elementos *
Neste artigo examinamos dados de uma universidade pública tomando como referência o discurso sobre internacionalização presente em seus documentos oficiais e na fala da assessoria internacional. A partir de uma perspectiva descolonial aliada a uma compreensão da língua como um discurso socialmente situado, buscamos identificar elementos que indiquem a perspectiva de internacionalização da política institucional, evidenciando possíveis marcas da lógica colonial. A análise dos documentos oficiais e da entrevista com a assessora indica uma adesão à tendência dominante que têm o inglês e os países do Norte como principal destino para a construção de parcerias internacionais, em detrimento de uma postura mais crítica que considere, em igual medida, os países da América Latina e outros do Sul-Global como possibilidades reais de investimento em parcerias mais efetivas e menos assimétricas.
O objetivo deste artigo é refletir sobre os critérios do Qualis Periódico da Educação, mecanismo de avaliação dos periódicos, parte de um complexo sistema de avaliação dos programas de pós-graduação. Por meio do método documental, selecionamos como objeto de estudo os critérios A1 definidos pelo Documento de Área da Avaliação Trienal de 2013, os mais atuais da área da Educação. Com base nas discussões sociológicas da teoria de campo de Pierre Bourdieu, ao analisar cada um dos critérios, caracterizamos a revista como um agente sujeito às regras que regem a disputa pelo capital simbólico em jogo nesse microcosmo. Ainda que na esfera da prática, o processo avaliativo seja mais complexo do que prevê os documentos oficiais, a análise realizada evidencia como os critérios adotados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) traduzem as disputas acadêmicas em busca de legitimidade, por meio de disposições próprias adquiridas no interior do próprio campo.
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