Sumário: 1. Introdução; 2. Redes sociais como perspectiva de análise; 3. Redes como estrutura de governança: forma híbrida, nova forma e seus diferentes tipos; 4. Perspectivas teóricas sobre a formação de redes e alianças; 5. Considerações finais. Este artigo discute as abordagens de redes nas suas diferentes dimensões, mostrando como elas vêm sendo desenvolvidas, suas distinções e inter-relações. As redes como estrutura de governança e como perspectiva de análise não devem ser excludentes, mas sim dimensões que precisam ser utilizadas de forma integrada. Serão abordadas ainda suas contribuições para análise de fenômenos sociais, suas diferentes formas, limitações e perspectivas teóricas utilizadas para explicar sua formação. Summary* Artigo recebido em fev. e aceito em jul. 2009.
RESUMOOs benefícios estratégicos e econômicos entram como primeira consideração na formação e gerenciamento de arranjos cooperativos (LANE; BEAMISH, 1990); no entanto pesquisas têm mostrado que fatores socioculturais exercem papel significativo no desempenho desses arranjos organizacionais (EBERS, 1997; GULATI, 1998;RING;VAN DE VEN, 1994); e que os fatores econômicos e tecnológicos, por sua vez, estão imersos em relações sociais, sendo moldados por elas (GRANOVETTER, 1985;POLANYI, 1944;UZZI, 1997). Considerando as diferentes fases do processo de formação de arranjos organizacionais cooperativos (GULATI, 1998), pode-se afirmar que os laços sociais exercem influências distintas em cada uma das fases, sendo esta variação dependente do tipo de arranjo. Este artigo constitui ensaio teórico com a proposição de um modelo de análise sobre a relação entre laços sociais e a formação de arranjos organizacionais cooperativos. A primeira parte apresenta o argumento central e as pressuposições básicas do estudo. A segunda parte compõe-se de uma revisão do conceito de arranjos organizacionais cooperativos e a influência dos aspectos sociais. A terceira parte constitui uma revisão do conceito de laços sociais. A última parte apresenta o modelo e recomendações para realização de testes empíricos.Palavras-chave: arranjos organizacionais cooperativos; laços sociais; imersão social. ABSTRACTThe strategic and economic benefits go as a first issue on the formation and management of cooperative arrangements (LANE; BEAMISH, 1990). However researches have showed that social-cultural issues play an important role at the performance of this kind of arrangements (EBERS, 1997; GULATI, 1985;RING;VAN DE VEN, 1994) and that the economic and technological issues, by the time, are embedded in social relations being shaped by them (GRANOVETTER, 1985;POLANYI, 1944;UZZI, 1997). By taking in count the different phases of the process of the formation of cooperative organisational arrangements (GULATI, 1998), some one could say that the social ties play great influences on each phase, where theses variation depend on the type of arrangement. This paper consists on a theoretical essay whose proposition is a theoretical model of analysis about the relation between social ties and the formation of cooperative organisational arrangements. The first part presents the central argument and the basic assumptions of the study. The second part is a review of the concept of cooperative organisational arrangements and the influence of the social issues. The third part consists on the review of the social ties' concept. The last part presents the model of analysis and recommendations to empirical test.
Resumo Clegg (1990), the process and mechanisms that allow organization and the disorganization must be the theoretical object of analysis, not necessarily the organization per se. This study proposes the concept of embeddedness as an analysis framework that can overcome limits of the approaches usually adopted to identify and understand new organizational forms. The concept of embeddedness and its mechanisms allows evincing different narratives (cultural, political, structural, and cognitive). These narratives allow us to understand the way organizations are arranged and how they change, in the sense they focus on different questions in a so uncommon perspective in terms of organizations studies.
CALÇADO DO VALE: IMERSÃO SOCIAL E REDES INTERORGANIZACIONAIS RESUMO O artigo aborda o setor coureiro-calçadista do Vale do Rio dos Sinos no Rio Grande do Sul e investiga como o mecanismo estrutural de imersão social influencia a ação econômica do setor. O objetivo é analisar como os tipos de laços, a posição e a arquitetura da rede afetam a ação econômica. O método adotado foi o estudo de caso, cuja abordagem longitudinal permitiu uma análise histórica desde a colonização até os dias atuais. Utilizaram-se dados primários e secundários, possibilitando identificar mudanças na dinâmica competitiva do setor, nos principais atores e nas características organizacionais. Observou-se que tanto a posição quanto a arquitetura da rede se mostraram relevantes para a ação econômica, pois tanto criaram oportunidades como limites. A constituição e os tipos de laços foram relevantes para compreender as decisões sobre a escolha de parceiros para formar sociedade ou fazer negócios, e entender a relação entre os próprios empresários e entre os empresários e os funcionários. ABSTRACT This article consists of a case study about the footwear sector at Sinos Valley (South of Brazil). The central question was to investigatehow the structural embeddedness influenced the economic action of the sector. The method employed was the case study with a longitudinal approach and a historical analysis. Data were obtained from both primary and secondary sources, identifying changes affecting the competitive dynamics of the sector and main actors, and the organization characteristics as well. The embeddedness perspective permitted an understanding of the contingent nature of the economic action. The results showed how relevant are the position of the actor within the network and its architecture to the economic action, producing opportunities or constrains. The constitution and the types of ties were relevant for the comprehension of the decisions about choice of partners and for understanding the relation among entrepreneurs and between entrepreneurs and workers.PALAVRAS-CHAVE Imersão social, imersão estrutural, setor coureiro-calçadista, posição na rede, arquitetura da rede.
Este artigo consiste em um estudo de caso no Polo Joalheiro de Belém, cuja problemática está em compreender como a rede social influencia no processo de inovação do setor. O objetivo central está em analisar como as redes interorganizacionais impactaram/impactam no potencial de inovação, criando tanto limites, como oportunidades para o desenvolvimento das organizações. Dados primários e secundários foram utilizados, possibilitando a visualização da dinâmica da rede nos períodos de transformação dos principais atores envolvidos no processo, bem como a análise da trajetória histórica do setor, desde o início da extração mineral no município de Itaituba (PA) até os dias de hoje. Ao longo da trajetória, verificou-se uma mudança na qualidade das relações sociais que acabou alterando o fluxo de informações, gerando confiança e promovendo o associativismo entre os diversos elos da cadeia produtiva. Essa interação potencializou o processo de inovação, propiciando um salto qualitativo e quantitativo na competitividade das organizações. Concluiu-se que os aspectos relacionados à posição, à arquitetura e à qualidade dos laços em uma rede social ampla influenciaram/influenciam no processo de inovação e consequente trajetória do setor joalheiro.
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