Este artigo especula os motivos pelos quais muitos poetas brasileiros se dedicam à tradução de poesia ao invés de trabalharem exclusivamente em seus projetos de criação “autoral”. Partimos da constatação de que os poetas foram os grandes responsáveis pela tradução e publicação de poesia estrangeira no Brasil na segunda metade do século passado e na primeira década deste século, apesar de a autoria tida como “original” ter sido considerada, pelo menos desde o Romantismo, superior ou mais digna de apreço do que a tradução. Conclui-se que os poetas que recorrem à tradução o fazem, em geral, tendo em mente pelo menos três intenções não-excludentes: a) demarcar as suas filiações ou afinidades com determinada família poética; b) proceder a um exercício de crítica e criação com a finalidade de imergir na experiência da linguagem de outro poeta; c) influenciar os cânones, apontando rumos para a poesia local. Também são abordadas outras consequências das escolhas tradutórias dos poetas-tradutores para o sistema literário local.
Esta entrevista com Jório Dauster está centrada em sua carreira como tradutor, mas também aborda o seu papel como diplomata, gestor e, sobretudo, negociador, como quando chefiou a saída do Brasil da moratória. Dauster traduziu mais de 40 livros de mais de 30 autores como Vladimir Nabokov, J.D. Salinger, Ian McEwan e Philip Roth.
Este estudo busca analisar a tradução para o português de uma obra relevante da literatura mundial – <em>As relações perigosas</em>, de Choderlos de Laclos <tt>(1741-1803) </tt>– centrando-se em dois pontos: seu tradutor, Carlos Drummond de Andrade, e nos possíveis ecos dessa tradução na obra de Drummod, que foi um dos mais importantes poetas brasileiros. Também lançaremos mão da tradução feita por Sérgio Milliet, poeta e ensaísta ligado ao movimento modernista de 1922, não para fazer juízos de valor, mas para melhor visualizar as habilidades e as escolhas de Drummond enquanto tradutor.
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