Abordagem interdisciplinar do conhecimento. 2. Currículo escolar -Brasil. 3. Educação -Pesquisa -Brasil. 4. Políticas educacionais. I. Ferreira, Gabriella Rossetti. II. Série. CDD 370.1 Elaborado por Maurício Amormino Júnior -CRB6/2422 O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva dos autores. 2019 Permitido o download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais.
Desde 2003, muitas conversas e reflexões acontecem nas escolas e nas universidades, acerca de como implementar a Lei 10.639/03, que modificou a LDBEN e estabeleceu a obrigatoriedade do Ensino de História da África e dos Negros no Brasil em todo o currículo do ensino básico, através das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-raciais e para o Ensino de História e Culturas Afro-brasileiras e Africanas. (BRASIL, 2004). Em vários momentos de debates as questões levantadas pelos docentes são: “Como vou aplicar a lei se não fui formado em História da África e relações raciais?” “Para aplicar a lei, existem materiais didáticos?” “Essa lei foi imposta e além do mais o problema do negro não é um problema social?” “Como aplicar uma lei como essa se a maioria das pessoas não se considera racista?” “Se falarmos da questão racial na sala de aula, não vamos incitar conflitos raciais?” “Trabalhar com esta lei, que trata das diferenças raciais, não significa violar o princípio da igualdade que a escola tanto preza?” Tantas perguntas, que para responder todas, precisaríamos de tempo para escrever e argumentar. Entretanto, o que vamos focar neste texto é justamente as raízes dessas demandas imediatas dos docentes, ou seja, a formação docente para aplicar a Lei. Para tal, num primeiro momento, vamos problematizar algumas questões teóricas e, em seguida, nos posicionar diante deste grande desafio que podemos denominar de construção do conhecimento escolar em sociologia e uma formação docente que mobiliza a construção de novas identidades docentes. Ao final, tentaremos indicar pistas políticas, pedagógicas e epistemológicas para a construção de uma nova perspectiva pedagógica antirracista no ensino de sociologia.
O ato de oposição ao status quo, ou ao estado das coisas, pode ser considerado uma posição insubordinada. No que se refere à educação básica brasileira, os modelos e práticas estiveram entrelaçados por muito tempo aos parâmetros eurocêntricos e a uma historiografia segundo a versão do colonizador. Foi preciso que os movimentos sociais lutassem e pressionassem para que leis fossem criadas a fim de que as escolas inserissem nos currículos a contribuição da história e cultura afro-brasileira e indígena na formação da sociedade brasileira, até então negada e desconhecida por grande parte dos estudantes. Este trabalho apresenta, inicialmente, reflexões quanto a necessidade urgente de práticas educativas que contemplem a luta antirracista, traçando de forma histórica a inserção dos negros no sistema educacional brasileiro como um ato em si insubordinado, que rompe com as aspirações sociais e políticas no decorrer da História e, ainda, aponta para a relevância do docente que, inserido na luta pela educação democrática e antirracista, visando a qualidade de vida e de aprendizagem dos educandos, rompe com os padrões eurocêntricos enraizados no sistema educacional brasileiro e de forma ética se apresenta insubordinado criativo, correspondendo ao convite que se estabelece no cotidiano de sua prática e encontra nas diretrizes e referenciais em torno das relações étnicoraciais, ferramentas a favor do fazer docente. Tendo como base metodológica a pesquisa bibliográfica, serão conceituados os termos relacionados à educação antirracista e insubordinação criativa a partir de autores como Kabenguele Munanga, Nilma Lino Gomes, Lia Vainer, Beatriz D’Ambrosio e Celi Lopes.
O presente artigo visa ratificar o pioneirismo de Carolina Maria de Jesus na literatura, uma vez que sua escrita difere de inúmeras outras, tanto no estilo não padronizado aos parâmetros acadêmicos como no que Conceição Evaristo conceitua de escrevivência. Para tanto, evidenciaremos Quarto de Despejo: diário de uma favelada e Casa de Alvenaria: diário de uma ex-favelada, as duas primeiras obras lançadas de Carolina, para ressaltar que a intelectualidade desta mulher negra periférica nos permite, dentre tantas outras possibilidades, correlacionar as perspectivas do feminismo negro e da opção decolonial, uma vez que ambas rompem com uma única visão de conhecimento e compreendem que a partir de perspectivas subalternas é possível (re)criar formas de sobreviver, (re)existir e construir conhecimentos outros.
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