IntroduçãoA cada vez mais importante atividade externa de governos subnacionais (locais, provinciais, estaduais etc.) em todo o mundo tem des- 99
IntroduçãoA Análise de Política Externa (APE) é hoje um campo de estudos bem consolidado dentro da grande disciplina das Relações Internacionais (RI). Numerosos indicadores testemunham essa consolidação, como a existência de revistas especializadas (destacando-se a Foreign Policy Analysis) e de diversos manuais específicos sobre APE e capítulos sobre APE nos principais manuais de Relações Internacionais; a criação de grupos de trabalho ou seções sobre APE nas principais associações acadêmicas nacionais e internacionais de Ciência Política/ Relações Internacionais (ABRI e ABCP no Brasil, International Studies Association nos EUA e British International Studies Association no Reino Unido); e a inclusão de disciplinas com essa denominação nas grades curriculares dos cursos de Relações Internacionais em todo o mundo.Em princípio, a substância da APE não se diferencia da substância da disciplina mãe, Relações Internacionais/Política Internacional. Ambas abrangem, com efeito, todos aqueles fenômenos suscetíveis de serem incluídos no continuum conflito-cooperação e que ultrapassam as fronteiras nacionais. O que outorga especificidade à APE é seu foco nas ações internacionais de unidades particulares. Com efeito, a APE tem como objeto o estudo da política externa de governos específicos, considerando seus determinantes, objetivos, tomada de decisões e ações efetivamente realizadas 1 .* Professora do Departamento de Economia e Relações Internacionais da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) (monica.salomon@ufsc.br). ** Professora do Instituto de Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) (pinheiro.leticia14@gmail.com). 1 Incluindo, dentro das ações realizadas, aquelas apenas anunciadas (tais como ameaças e blefes).rev. Bras. Polít. int. 56 (1): 40-59 [2013] 41 Revista BRasileiRa de Política inteRnacional análise de Política exteRna e Política exteRna BRasileiRa: tRajetóRia, desafios e PossiBilidades [...] Se tradicionalmente esse governo específico era um governo nacional, o legítimo responsável pela elaboração da política externa do Estado, nas últimas décadas os diversos processos de descentralização e regionalização associados à globalização têm feito com que outros níveis de governo diferentes do nacional (supranacionais ou subnacionais) desenvolvam suas próprias políticas externas, tornando-se assim objetos válidos da APE. A política externa da União Europeia tem sido analisada sob essa lente (White 2001), bem como aqueles governos subnacionais com atividade externa consistente (Soldatos 1990;McMillan 2008;Salomón 2011).Em teoria, as ferramentas da APE poderiam ser também aplicadas ao estudo das ações internacionais de atores internacionais não governamentais, como empresas ou organizações não governamentais (ONGs). Contudo, isso só é realmente viável na medida em que essas unidades desenvolvam uma atividade externa planificada e coerente, ou seja, uma política (policy). Mesmo assim, as grandes diferenças entre atores governamentais e não governamentais, co...
Este artigo trata da participação das organizações sindicais no Sistema Internacional de Cooperação para o Desenvolvimento (SICD). Identifica e analisa os atores e os processos envolvidos nas políticas solidárias sindicais (Norte-Sul e Sul-Sul) conhecidas como Cooperação Sindical para o Desenvolvimento (CSD). Trata, também, do papel e do posicionamento das organizações sindicais nos debates sobre a substância e a arquitetura do SICD. Realizamos um estudo qualitativo, distinguindo o nível de análise nacional – onde a CSD é uma política sindical vinculada, em maior ou menor medida, à política governamental de CooperaçãoInternacional para o Desenvolvimento (CID) – e o nível sistêmico, no qual a CSD opera como sub-regime do SICD. Utilizamos fontes documentais das próprias organizações sindicais, literatura secundária e, para o caso da cooperação da Central Única dos Trabalhadores (CUT) brasileira, entrevistas com os responsáveis pelo Instituto de Cooperação (IC-CUT). No nível nacional, concluímos que, com exceções (entre elas a do Brasil), a CSD está bastante integrada às políticas nacionais de CID. No nível sistêmico, observamos que o movimentosindical internacional tem se esforçado para estabelecer diretrizes comuns para a CSD e para inserir suas demandas na agenda internacional sobre o desenvolvimento, em particular os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Este é um artigo publicado em acesso aberto e distribuído sob os termos da Licença de Atribuição Creative Commons, que permite uso irrestrito, distribuição e reprodução em qualquer meio, desde que o autor e a fonte originais sejam creditados. AbstractMostly, although not exclusively under Workers' Party governments (2003)(2004)(2005)(2006)(2007)(2008)(2009)(2010)(2011)(2012)(2013)(2014)(2015)(2016), Brazil has carried out gender-sensitive, women-focused policies in at least three dimensions of its foreign policy: diplomacy, development cooperation, and security. This article examines the foreign-policy outcomes in those three dimensions and identifies the actors and influences responsible for them, with particular attention to the contribution of civil society organizations and the role of the Secretariat of Policies for Women, until recently the main Brazilian state-feminism agency at the federal level. ArticleExploring Brazilian foreign policy towards women: dimensions, outcomes, actors and influences Rev. Bras. Polít. Int., 63(1): e001, 2020 Salomón
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