O III SINEPLA propiciou oportunidades de reflexão acerca do ensino, da avaliação e da formação de professores de PLA em diferentes contextos, em especial, nesta edição, relacionando essas temáticas com uma perspectiva pluricêntrica da língua portuguesa. Como se pode ver nos capítulos deste livro, que representam parte das apresentações e dos debates ocorridos nos três dias do evento, as discussões versaram sobre o ensino de PLA para fins e públicos específicos, a reflexão linguística, a formação de professores, o uso de textos literários em aulas de PLA e o exame Celpe-Bras. No contexto acadêmico e político contemporâneo em que se celebra a adoção de uma perspectiva de Português como língua pluricêntrica e cientes dos diferentes posicionamentos acerca do uso desse conceito pelos profissionais da linguagem, entendemos que o debate deva seguir ampliando a compreensão da complexidade de fatores envolvidos na nomeação das línguas com as quais trabalhamos e nas possíveis implicações de seu uso. É fundamental que possamos compreender as ideologias de linguagem que sustentam nossas práticas e estarmos atentos aos interesses dos projetos educacionais aos quais nos filiamos.
ResumoEste trabalho pretende comparar a abordagem de textos poéticos em livros didáticos de PLE com unidades didáticas (UD's) postadas no Portal do Professor de Português Língua Estrangeira (PPPLE). Pretende-se analisar a concepção de ensino de poesia associada ao uso do texto literário como legado artístico e representação de práticas socioculturais. Palavras-Chave:Português Língua Estrangeira, Poesia, materiais didáticos. AbstractThis work aims to compare the approach of poetic texts in PFL textbooks with didactic units posted on the PPPLE. It is intended to update the poetry teaching concept associated with the use of the literary text as artistic legacy and representation of socio-cultural practices.
Quanto se ganha ou quanto se perde em uma tradução? Essa pergunta continuará sendo feita a cada texto que se traduz. Neste trabalho tomamos a decisão de optar por aquilo que se ganha. O tradutor, na sua luta constante com as palavras, faz com que o leitor atravesse a ponte de um idioma a outro encontrando do outro lado conhecimento, beleza, poesia. E, é por meio da tradução, que poderemos compartilhar nesta revista o texto escrito por Ítalo Calvino, "Qualquer coisa que eu tente escrever".Calvino produziu esse texto em outubro 1967, em Paris. Foi publicado em espanhol em janeiro de 1968 na revista cubana "Casa de las Americas" (em número especial todo dedicado a Che Guevara). O original integral italiano foi publicado na Itália somente 30 anos depois, em 1998, no número 1 da revista "Che", da Fundação Italiana Ernesto Che Guevara, presidido por Roberto Massari¹. Massari, que se denomina "guevarista e guevarologo" nos explicou que a demora na publicação do texto em italiano, deu-se pela dificuldade de acesso ao texto.Esse texto de Calvino é uma homenagem a Che Guevara, morto na Bolívia em outubro de 1967. Nele o autor enaltece não a figura do guerrilheiro, mas principalmente o símbolo de luta que ele representava. Pode parecer descontextualizado falar sobre Che Guevara neste momento, mas se o encararmos como um sonhador que se dedicava à luta pela liberdade e pelo homem, veremos que sempre é tempo de nos lembrarmos dele. A seguir apresentamos a tradução² de Qualsiasi cosa cerchi di scrivere e o texto original.1 Agradecemos a Roberto Massari que, gentilmente, autorizou a tradução do texto de Italo Calvino. Agradecemos à professora Patrizia Bastianetto as observações feitas nessa tradução. 2 Doutoranda em estudos Linguísticos -UFMG 3 Graduada em Letras -Habilitação italiano -UFJF e aluna em disciplina isolada da Pós-Graduação -UFMG
O presente trabalho faz parte uma pesquisa em andamento que tem como propósito analisar o desempenho de candidatos ao Programa Estudantes Convênio (PEC), oriundos de Países Africanos de Língua Oficial Português (PALOP), no exame de proficiência em língua portuguesa, Celpe-Bras. Considerando o construto em que se baseia o exame e os seus propósitos avaliativos, questionamos o uso desse exame como instrumento adequado para medir a proficiência desses estudantes. Apresentaremos aqui nossas primeiras impressões e algumas problematizações, a partir dos dados fornecidos até o momento pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), instituição responsável pelo exame.
A língua portuguesa se estende por múltiplos territórios, assumindo status e situações sociolinguísticas diversificadas, podendo ser assumida como língua transacional (Zoppi-Fontana, 2007, 2009) ou língua internacional. Porém, essa expansão tem provocado discussões sobre o papel da língua em espaços de pluralidade linguística que buscam construir uma identidade nacional. Assim, este artigo se propõe a apresentar um breve panorama dos espaços de enunciação (Guimarães 2002, 2005) que o português ocupa em países membros da CPLP e discutir a relação entre língua e algumas ações de política linguística. Percebe-se que é questionável a ideia de lusofonia como lugar de integração e aproximação dos países que partilham da língua portuguesa e que há conflito entre o português – língua oficial – e as línguas nacionais, na maioria desses países.
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