Remix e mashup designam formas textuais, técnicas de produção e métodos criativos que se desenvolveram em conjunto com as técnicas analógicas de reprodução de obras musicais e cinematográficas no século XX. No âmbito da cultura digital, em face da automação de processos de edição e montagem, e da maior agilidade na recuperação e circulação de acervos midiáticos em escala global, remix e mashup difundiram-se como elementos centrais de práticas discursivas que vão desde o puro entretenimento até a participação cívica, passando por diversas formas de produção de conhecimento. O presente trabalho busca contribuir para uma inserção mais significativa de remix e mashup no rol dos objetos de estudo em Linguística Aplicada de duas formas. Inicialmente, apresenta um estado da arte em que mostra as diversas concepções e ramificações de remix e mashup já estabelecidas na literatura, ressaltando as diferenças mais relevantes entre ambos. Em seguida, apresenta uma proposta taxonômica que abrange remix e mashup enquanto produtos textuais, técnicas de produção e métodos de criação, e situa os seus diferentes tipos no quadro geral das relações transtextuais como as que os linguistas aplicados já estão acostumados a lidar. Em conclusão, relembra-se que a presente proposta não faz mais do que estender para o âmbito da cultura digital uma longa tradição de estudos sobre a força do hibridismo nas dinâmicas culturais e seu potencial para a formação de cidadãos críticos capazes de protagonizar transformações sociais.
ReSumoOs direitos humanos podem ser compreendidos como um conjunto de princípios que operam no plano formalizado da linguagem e também em um sistema de significação mais amplo, não formalizado. Este artigo apresenta uma proposta de formação em direitos humanos baseada na produção de estórias e voltada à educação escolar de jovens. Elaborada no âmbito do grupo de pesquisas em linguagem e direitos humanos (IEL/Unicamp), a proposição se baseia didática e pedagogicamente no pensamento de Hannah Arendt e almeja expor um projeto político de ensino viável, que enfoque a disciplina de Língua Portuguesa -sem ignorar seu potencial interdisciplinar -para a produção do que chamamos de "exercícios de imaginação" em escrita. Nossa proposta, portanto, tenciona promover reflexões, em sala de aula, acerca das conceituações jurídicas, filosóficas e subjetivas dos direitos humanos e das formas sociais da diferença e da universalidade, além de estimular, na escrita, inversões de perspectiva, adotando-se o "eu" como enunciador de um "outro". Tais inversões funcionariam como aparato propício à sensibilização e à busca de uma "mentalidade alargada", mais consciente da alteridade e apta à apreensão dos dilemas individuais e coletivos do mundo contemporâneo. Palavras-chave: direitos humanos; educação; escrita; produção de estórias; Hannah Arendt. ABStRActHuman rights can be understood as a set of principles operating on the formalized plane of language and also in a non-formalized system of meanings. This article presents a proposal for human rights education based on storytelling and focused on school education for young people. This proposition was elaborated within the scope of the research group on language and human rights (IEL/Unicamp) and based pedagogically and didactically on the thought of Hannah Arendt, it aims to expose a viable political teaching project for high school Portuguese classes, not ignoring the interdisciplinary potential in these so-called "exercises in imagination" in writing. Our proposal, therefore, intends to promote reflections, in the classroom, about the juridical, the philosophical and the subjective conceptions of human rights and social forms of difference and universality, as well as stimulating, in writing, inversions of perspective, adopting the "me" as the utterer of an "other". Such inversions would work as a propitious mechanism to sensitization and to the search for an "enlarged mentality," more aware of otherness and capable to apprehend the individual and collective dilemmas of the contemporary world.
O objetivo geral deste artigo é realizar um relato de experiência a respeito das visões, perspectivas e pretensões dos discentes da primeira oferta do curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Educação em Direitos Humanos do IFSP, Câmpus Piracicaba. Este texto é produzido no contexto do aniversário de 70 anos da aprovação da Declaração Universal dos Direitos Humanos e em tempos de retrocessos na garantia dos direitos na sociedade brasileira. Acredita-se que esse panorama histórico e nacional influencia as respostas obtidas nos questionários semiabertos autoaplicados ao conjunto dos alunos de diferentes trajetórias profissionais e áreas do conhecimento, que participam da especialização. Com esses dados, buscamos compreender as motivações individuais para o ingresso no curso e identificar possíveis pontos de convergência entre os distintos campos de atuação dos discentes. Os resultados apontam para um movimento que parte da prática em direção à busca pela teoria, para a formalização de conhecimentos cotidianos e de senso comum, a respeito da temática dos direitos humanos e da educação – formal e não formal.
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