Introdução: A Leishmaniose Visceral (LV) é uma doença tratável e curável, considerada uma Doença Tropical Negligenciada pela OMA. Atinge principalmente as camadas mais vulneráveis da população e apresenta uma mudança no seu padrão de transmissão, passando a acometer zonas urbanas, como a capital do estado do Tocantins, Palmas. O estudo objetiva identificar dados epidemiológicos da doença no Tocantins, os comparando com os dados nacionais. Método: É um estudo epidemiológico realizado a partir de dados secundários obtidos através do Sistema Nacional de Informação de Agravos de Notificação e no Sistema de Informação sobre Mortalidade no intervalo de janeiro de 2007 a dezembro de 2017. Resultados: No período de abrangência, 3658 casos de LV foram diagnosticados, alcançando incidência máxima de 34,6 casos por 100.000 habitantes no ano de 2011. O estado manteve taxas de letalidade abaixo das médias nacionais nesse período, com exceção do ano de 2010. É uma doença mais comum no sexo masculino, raça parda e em pessoas de escolaridade até o ensino fundamental incompleto. Discussão: Na última década, o Tocantins apresentou níveis de incidência até 1730% maiores que a taxa nacional, demonstrando a histórica associação da doença com a parcela da população em situação de pobreza. Dos diagnosticados, 3,5% apresentavam infecção pelo HIV. As taxas de letalidade têm demonstrado ascensão gradativa Conclusão: No Tocantins, a LV mantém principal incidência na população pediátrica na faixa de 1 a 4 anos e na população adulta na faixa de 20 a 39 anos. Em mortalidade, são mais acometidos os menores de 1 ano e os que se encontram entre 40 e 59 anos. Devido aos preocupantes números apresentados, medidas devem ser tomadas para que haja controle dessa zoonose na população tocantinense. Palavras-chave: Leishmaniose Visceral; Doenças Negligenciadas; Medicina Tropical; Epidemiologia; Sistemas de Informação. ABSTRACT Introduction: Visceral Leishmaniasis (LV) is a treatable and curable disease, considered a Tropical Disease Neglected by AOM. It reaches mainly the most vulnerable sections of the population and presents a change in its transmission pattern, starting to hit urban areas, such as the state capital of Tocantins, Palmas. This study aims to identify epidemiological data on the disease in Tocantins, comparing it with national data. Method: This is an epidemiological study based on secondary data obtained through the National Information System for Notifiable Diseases and in the Mortality Information System from January 2007 to December 2017. Results: During the study period, 3658 cases of LV were diagnosed, reaching a maximum incidence of 34.6 cases per 100,000 inhabitants in 2011. The state maintained lethality rates below national averages in this period, except for the year 2010. It is a more common disease in males, brown race and in people of schooling until elementary school incomplete. Discussion: In the last decade, Tocantins presented levels of incidence up to 1730% higher than the national rate, demonstrating the historical association of the disease with the portion of the population living in poverty. Of those diagnosed, 3.5% had HIV infection. Conclusion: In Tocantins, LV maintains a main incidence in the pediatric population in the range of 1 to 4 years and in the adult population in the range of 20 to 39 years. In mortality, those under the age of 1 are more affected and those between 40 and 59 years old. Due to the worrying figures presented, measures must be taken to control this zoonosis in the population of Tocantinss. Keywords: Leishmaniasis, Visceral; Neglected Diseases; Tropical Medicine; Epidemiology; Information Systems.
ABSTRACT Chromoblastomycosis (CMB) is a polymorphic fungal disease that usually affects the lower limbs and manifests as verrucous nodules or plaques that may ulcerate. American Tegumentary Leishmaniasis (ATL) is an infectious parasitic disease caused by digenetic protozoa of the genus Leishmania sp. which affects the skin and/or mucous membranes of man and various species of wild and domestic animals. Both are part of the World Health Organization (WHO) neglected tropical diseases portfolio, mostly affecting economically vulnerable populations without adequate sanitation and in close contact with infectious vectors. We present the report of a 59-year-old male patient, referred to the Hospital Geral Público de Palmas (HGPP) in December 2017, carrying a positive result from a direct parasitological detection test for Leishmania sp., in addition to multiple previously biopsied lesions caused by CMB. It was observed that the patient had an important improvement of the CMB lesions with the use of amphotericin B in combination with itraconazole, thus demonstrating the role that the former can play in the therapy of this fungal disease. Keywords: Chromoblastomycosis; American Tegumentary leishmaniasis; Amphotericin B. RESUMO A cromoblastomicose (CBM) é uma doença fúngica polimórfica, que acomete normalmente os membros inferiores e que se manifesta como nódulos ou placas verrucosas que podem ulcerar. A leishmaniose tegumentar (LT) é uma doença infectoparasitária causada por protozoários digenéticos do gênero Leishmania sp. que acomete a pele e/ou mucosas do homem e de várias espécies de animais silvestres e domésticos. Ambas fazem parte do portfólio de doenças negligenciadas da Organização Mundial da Saúde (OMS), afetando em sua maioria pessoas economicamente vulneráveis, sem saneamento adequado e em contato próximo com vetores infecciosos. Apresentamos neste trabalho o relato de um paciente, masculino, 59 anos, encaminhado ao Hospital Geral Público de Palmas (HGPP) em dezembro de 2017, portando exame parasitológico direto positivo para Leishmania sp., além de múltiplas lesões causadas por CBM previamente biopsiadas. Foi observado que o paciente teve importante melhora das lesões de CBM com uso da anfotericina B em associação ao itraconazol, demonstrando o papel que essa droga pode exercer na terapêutica desta doença fúngica. Palavras-chave: Cromoblastomicose; Leishmaniose Tegumentar; Anfotericina B.
RESUMO Introdução: A Leptospirose é uma doença febril aguda, considerada uma importante zoonose, de baixa incidência no Estado do Tocantins. Relato do caso: A. M. S., 50 anos, masculino, pardo, residente em zona rural, agricultor. Deu entrada em pronto-socorro com quadro de febre há 30 dias, histórico de "olhos vermelhos", dores generalizadas. Foram solicitadas diversas sorologias; PPD, biópsia de linfonodo cervical com análise histopatológica e geneXpert (PCR). No 15° dia de internação, apresentou regressão da febre, apenas com sintomáticos e, após 24 horas afebril, foi iniciado tratamento empírico para leptospirose, com Ceftriaxone. Após cinco dias, apresentou febrícula, que cedia com dipirona. No 22° dia de internação o resultado da sorologia para leptospirose veio com IgM reagente na primeira amostra, e restante dos exames negativos. A análise histopatológica dos linfonodos mostrava achados de Hiperplasia folicular. O paciente apresentou melhora do estado geral, recebendo alta em D14 de Ceftriaxone, e com Leptospirose como único diagnóstico confirmado. Discussão: Na forma anictérica da Leptospirose ocorre uma síndrome febril, semelhante ao quadro da dengue clássica, com curso bifásico (aguda e imune), sendo que a febre dura no máximo 30 dias. Porém, na fase imune podem ocorrer algumas complicações, como febre prolongada. Encontramos sinais e sintomas característicos da forma anictérica desta zoonose: mialgia em panturrilhas e dorso, inclusive com dor a palpação; cefaleia frontal; astenia; febre alta e remitente, histórico de ‘olho vermelho’ antes da internação e linfadenopatia cervical. No entanto, o paciente permaneceu sem regressão total da febre durante os 30 dias de internação. Isso foge da duração comumente encontrada na fase imune desta doença. Conclusão: Apesar do paciente não se enquadrar no padrão clássico da doença, a leptospirose é a hipótese diagnostica que melhor se aplica ao caso. Palavras-chave: Leishimaniose Visceral, Doenças Transmissiveis Emergentes. Zoonose. ABSTRACT Introduction: Leptospirosis is an acute febrile disease, considered an important zoonosis, of low incidence in the State of Tocantins. Case report: A. M. S., 50 years old, male, brown, resident in rural, farmer. He entered the emergency room with fever for 30 days, a history of "red eyes", generalized pains. Several serologies were requested; PPD, cervical lymph node biopsy with histopathological analysis and geneXpert (PCR). On the 15th day of hospitalization, he presented a regression of the fever, with symptomatic only, and after 24 hours afebrile, empiric treatment for leptospirosis with Ceftriaxone was started. After five days, he presented fever, which gave him dipyrone. On the 22nd day of hospitalization the serology result for leptospirosis came with reagent IgM in the first sample, and the rest of the negative tests. Histopathological analysis of the lymph nodes showed findings of follicular hyperplasia. The patient presented an improvement in the general condition, receiving discharge in D14 of Ceftriaxone, and with Leptospirosis as the only confirmed diagnosis. Discussion: In the anicteric form of Leptospirosis, there is a febrile syndrome, similar to that of classical dengue fever, with a biphasic course (acute and immune), with fever lasting at most 30 days. However, in the immune phase some complications can occur, such as prolonged fever. We found signs and symptoms characteristic of the anicteric form of this zoonosis: myalgia in calves and back, including palpation pain; frontal headache; asthenia; high and remitting fever, 'red eye' history prior to hospitalization, and cervical lymphadenopathy. However, the patient remained without complete regression of the fever during the 30 days of hospitalization. This escapes the duration commonly found in the immune phase of this disease. Conclusion: Although the patient does not fit the classical pattern of the disease, leptospirosis is the diagnostic hypothesis that best applies to the case. Keywords: Visceral Leishmaniasis, Emerging Transmissible Diseases. Zoonosis.
Introdução: Leishmaniose Visceral (LV) é uma zooantroponose endêmica no país. O Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), causa imunodepressão que predispõe à coinfecção LV-HIV. O objetivo deste estudo é relatar um caso de recidiva de LV acometendo apenas cadeia de gânglios linfáticos difusamente, acompanhado pelo Serviço de Infectologia do Hospital Geral de Palmas. Desenvolvimento: Paciente JHA 34 anos, natural de Bacabal-MA, com diagnóstico anterior em 2013 de HIV e história de LV tratada resolutivamente há 5 meses com Anfotericina B Lipossomal e manutenção com profilaxia secundária. O paciente iniciou acompanhamento há 3 anos junto a Infectologia sendo diagnosticado com LV de caráter ganglionar difuso por meio de biópsia mesentérica. Retornou em fevereiro de 2022 com quadro de adenomegalia difusa (submandibular, cervical, axilar, inguinal), febre moderada, inapetência e perda ponderal a esclarecer. Laboratorialmente paciente apresentava pancitopenia. A tomografia de pelve confirmou o aumento dos gânglios. Com tal evidência, o mesmo foi requerido a internação hospitalar. Durante esse tempo o paciente fez uso de Anfotericina B Lipossomal durante 10 dias e recebeu alta da enfermaria, assintomático com regressão linfonodal e retorno em 15 dias ambulatorialmente para manutenção com profilaxia secundária até CD4 > 350. Considerações Finais: Tal caso, nos confirma que o agente da doença pode permanecer em órgãos do sistema monocítico fagocitário, sendo capaz de permanecer por longo período no indivíduo infectado. Pode ocorrer, devido a diversos fatores que afetam a resistência do hospedeiro, a reativação da doença. Neste caso, o paciente recebeu alta da profilaxia com CD4 > 200 e mesmo assim houve recidiva. Isso ilustra um caso atípico de LV, sem hepatoesplenomegalia e gamaglobulinemia. E reitera a importância do seguimento da profilaxia secundária em pacientes HIV por maior período. Palavras-chave: Leishmaniose Visceral; Recidiva; Doenças Linfáticas.
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