RESUMO Pesquisas recentes apontam os benefícios da socialização étnico-racial para as crianças e os adolescentes negros. Este trabalho teve o objetivo de verificar a percepção acerca da socialização étnico-racial e seus efeitos na identidade étnico-racial, bem como as implicações do racismo na identidade étnico-racial dos estudantes negros. Utilizamos como aporte teórico a literatura sobre a identidade, o racismo na educação, os estudos acerca da socialização étnico-racial e os que tratam da implementação da Lei 10.639/2003 (BRASIL, 2013) nas escolas brasileiras. Participaram desta pesquisa 120 alunos que estão cursando os anos finais do ensino fundamental, por meio de um questionário autoaplicável. Adotamos o Software SPSS para a análise dos dados mediante associação da cor da pele com a socialização étnico-racial, a identidade e a experiência de racismo. A percepção desses participantes evidenciou que a socialização dos saberes afro-brasileiros e africanos contribui para a valorização positiva da identidade dos sujeitos. Assim, recomendamos que estudos futuros investiguem a promoção, mas também a qualidade da socialização étnico-racial transmitida nas escolas.
O presente estudo é fruto de uma pesquisa mais ampla desenvolvida durante o mestrado e tem como objetivo verificar as implicações do racismo na trajetória escolar dos estudantes negros oriundos de escolas públicas no interior do estado da Bahia e de Sergipe. Tivemos o apoio teórico de estudos desenvolvidos acerca dos efeitos do racismo na trajetória escolar dos discentes. Utilizamos o Software SPSS para analisar as respostas de 120 alunos inseridos nos anos finais do ensino fundamental. Os dados foram analisados mediante a associação da cor da pele com a experiência de racismo e o desempenho escolar. Evidenciamos que não houve diferença significativa na experiência de racismo, tão pouco no desempenho escolar dos estudantes negros quando comparados com os brancos. Contudo, identificamos que quanto mais o aluno percebe que foi alvo de racismo, maior o atraso em sua escolaridade. Assim, além de investigar as disparidades no desempenho escolar de alunos negros e brancos, sugerimos que pesquisas futuras se debrucem acerca do modo como o racismo opera na produção do fracasso escolar.
A presente pesquisa analisou se os docentes consideram que o racismo causa efeitos negativos na trajetória escolar dos discentes negros, bem como investigou se a identidade étnico-racial do professor afeta as práticas que promovem a igualdade racial. Os 87 docentes, que atuam na educação básica, colaboraram com o estudo preenchendo um questionário autoaplicável. Os dados foram analisados por meio de uma análise de mediação moderada, utilizando-se a cor da pele do professor como variável preditiva, o uso de estratégias de socialização étnico-racial como variável dependente e a percepção de que o racismo prejudica o desempenho escolar de alunos negros como variável mediadora. Os dados evidenciam que a percepção de que o racismo prejudica o desempenho escolar de alunos negros é a variável subjacente à relação entre a cor do docente e o uso de estratégias de socialização voltadas para a transmissão de mensagens positivas sobre o negro por parte do professor.
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