Analisa em que medida epidemias de varíola e de sarampo ensejaram transformações nas formas de aquisição e uso de força de trabalho na Amazônia colonial, de meados do século XVII a meados do século XVIII, com o incremento de descimentos privados de índios e a tentativa de organização de uma rota de tráfico negreiro para a região. Trata igualmente de entender como a mortandade de indígenas significou, no fim do século XVII, uma preocupação com a defesa da região e motivou o recrutamento de soldados da Madeira.
Tem sido lugar comum na historiografia caracterizar a Amazônia seiscentista (e mesmo até meados do século XVIII) como uma região abandonada ao seu próprio destino, na qual os colonos sobreviviam da coleta das drogas feitas por indígenas, da caça ao índio, das lavouras de subsistência, e na qual as ordens religiosas se desenvolviam em detrimento dos moradores.2 Nesse contexto, o estudo sobre a presença africana -associada à lavoura de açú-car ou à mineração e ao tráfico sul-atlântico -tem sido relegado a um segundo plano.Se não há dúvida de que a principal força de trabalho no antigo Estado do Maranhão e Pará do século XVII foi a indígena, livre ou escrava, no entanto, a presença africana na região não pode ser desconsiderada. Para Anaí-
A product native to the Amazon forest, cacao became the most important staple of the Portuguese Amazonian colonial economy from the late seventeenth until the mid-nineteenth century. Based on extensive research in Brazilian and European archives, this article analyses cacao exploitation in Portuguese Amazonia, examining its dual spatial dimension: the expansion of an agricultural frontier, and the expansion of an extractive frontier in the deep hinterland, with a particular focus on the role that Indian labour played in this development.
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