Considerando a Teoria Política do Discurso (LACLAU; MOUFFE, 1985) como uma alternativa capaz de auxiliar na compreensão dos processos de resistência vivenciados por organizações contra-hegemônicas, os quais podem ilustrar práticas organizacionais alternativas, este trabalho buscou analisar o contexto de surgimento de uma experiência alternativa no contexto cultural - o Circuito Fora do Eixo. O estudo permite concluir que os conceitos propostos por esta teoria, tais como hegemonia, deslocamento, lógica de equivalência, ponto nodal e significante vazio, podem auxiliar a compreender a dinâmica de surgimento deste movimento. Nossas reflexões indicam que a TPD auxilia na compreensão do contexto organizacional das organizações contra-hegemônicas e de resistência, cuja abordagem ainda é deficiente no campo dos estudos organizacionais devido à falta de suporte teórico adequado para sua análise no contexto das Teorias Administrativas.
Repositioning concepts: The organization out off axis Reposicionando conceptos: La organización fuera del eje RESUMOO estudo das organizações de resistência, multiplicidade de experiências sociais desperdiçadas pelo discurso organizacional dominante, é uma das ações políticas da crítica no contexto dos estudos organizacionais. Ainda que o Brasil tenha uma longa trajetória crítica na análise das organizações, as alternativas são frequentemente abordadas de modo abstrato, conceitual. Assim, por meio de um estudo de caso do tipo intrínseco, analisamos a dinâmica organizacional do Circuito Fora do Eixo (FDE), um agrupamento de coletivos de produção cultural independente, como uma organização que se encontra no limite da formação social discursiva dominante. Por meio da análise do FDE, procuramos demonstrar os limites do quadro teórico dominante no estudo sobre organizações, apresentando abordagens alternativas que parecem mais adequadas para dar conta da ordem social em que vivemos. PALAVRAS-CHAVE RAE-Revista de Administração de Empresas | FGV EAESP
O presente trabalho objetiva apresentar um panorama e refletir acerca do tema novas formas organizacionais, confrontando a ótica dominante sobre o tema - a qual está situada em torno de práticas adotadas pelas empresas após a crise do modelo fordista de produção – com perspectivas alternativas para se tratar do fenômeno. Por meio de um ensaio teórico, objetivando desenvolver uma sociologia das ausências, demonstramos que há outros enfoques para a análise do tema, considerando-o sob uma ótica alternativa de organizar, relacionada a iniciativas não hegemônicas e contra hegemônicas, mostrando novas possibilidades frente ao que é comumente discutido nos estudos organizacionais. Nossas conclusões pretendem ser parte de uma sociologia das emergências, anunciando formas e práticas produzidas como ausentes pelos interesses hegemônicos.
O papel da universidade no mundo moderno e no contexto atual de sociedade vem sendo discutido por diversos autores e sujeitos atuantes neste campo, primordialmente na área da Educação. A pressão das políticas estatais no sentido de uma aproximação da universidade com o mercado e as mudanças internas, tendo como base o padrão oriundo desse mercado, têm levantado questionamentos, que precisam ser discutidos. Estas discussões abrangem as mais diversas formações profissionais proporcionadas pela universidade; e o curso de Administração, historicamente construído com base em uma visão dominante da realidade social centrada no mercado, não pode se eximir deste processo de reflexão. Neste contexto, o objetivo deste artigo, um ensaio teórico, é refletir acerca da função da universidade na sua relação com a sociedade, especificamente acerca da formação do administrador, apontando os espaços onde o trabalho do administrador é pertinente e refletindo sobre o conhecimento disponível e disseminado sobre organizações e gestão, apontando os limites da concepção de organização predominante nos ensinamentos da administração. As conclusões apontam para a realidade de um curso fortemente alicerçado em uma visão hegemônica da área, voltado para o mercado, porém insuficiente para dar conta das necessidades dele. Subjacente a esta questão está a literatura utilizada na formação dos administradores no Brasil, a qual reforça a ausência de perspectiva crítica, quer pelo uso de manuais, quer pelo emprego da chamada literatura pop management.
RESUMOEm um contexto de divisão sexual do trabalho e de naturalização da atribuição de determinadas tarefas às mulheres e outras aos homens, a diferenciação entre os gêneros é produzida e reproduzida pelo que Lauretis (1994) chamou de tecnologias de gênero. No campo dos Estudos Organizacionais, entendemos que os livros e revistas de consumo rápido produzidos pela mídia de negócios, a chamada literatura pop management, é uma destas tecnologias. Considerando a Análise Crítica do Discurso uma abordagem que pode contribuir para a discussão sobre discursos sexistas, relações de poder e/ou exclusão social o objetivo deste trabalho foi evidenciar e compreender como são representados e, portanto, produzidos e reproduzidos, os gêneros masculino e feminino em posições de gestão por reportagens de capa da Revista Voce SA. publicadas nos últimos cinco anos. Nossa análise, destaca que os textos reforçam os estereótipos dominantes de gênero. Com base no conceito de tecnologia de gênero, observamos que as reportagens da revista constroem gênero ao retratar o gestor e a gestora com atributos masculino e feminino, respectivamente, definindo-os e diferenciando-os como mulher e homem. São as marcas sociais, definidas pelos atributos construídos no discurso da revista, que posicionam estas pessoas como gestora mulher e gestor homem. As representações estereotipadas destas pessoas detêm a força de se estabelecer como limitadores sobre as escolhas e possibilidades de ação social dos indivíduos ao conferir uma aparência de normatividade à gestão sob a perspectiva do gênero, uma vez que os discursos construídos por esta literatura contribuem para a disseminação de ideias e práticas gerenciais entre os praticantes e nas organizações. Palavras-chave: Análise crítica do discurso; Atributos de gênero; Gênero; Gestão. FROM THE IRON HAND TO ROMANTICISM: THE PRODUCTION OF GENDER IN THE DISCOURSE OF POP MANAGEMENT LITERATURE. ABSTRACTIn a context of sexual division of labor and naturalization of the division of certain tasks between women and men, gender differentiation is produced and reproduced by what Lauretis (1994) called gender technologies.In the field of Organizational Studies, we understand that fast-consuming books and magazines produced by business media, the so-called pop management literature, is one such technology. Considering the Critical Discourse Analysis an approach that can contribute to the discussion about sexist discourses, power relations and / or social exclusion, the objective of this work was to highlight and identify how the masculine and feminine genders are represented and thus produced and reproduced in management positions for cover stories of the magazine VOCÊ S/A, published in the last five years. Our analysis points out that the texts reinforce the dominant gender stereotypes. Based on the concept of gender technology, we observe that the articles construct gender by portraying the manager and the manager with masculine and feminine attributes, respectively, defining them and differentiating them as woman and...
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