Neste texto refletimos sobre dilemas e perspectivas na relação família e escola. Constituíram sujeitos da pesquisa os pais e os profissionais do ensino envolvidos nas atividades de um Fórum de Famílias de alunos com deficiência organizado em uma escola pública do município de Vitória/ES. A investigação pautou-se na pesquisa-ação colaborativo-crítica e nos pressupostos da Sociologia Figuracional - elaborada por Norbert Elias. Das reflexões, destacamos que nas interdependências dos familiares dos profissionais do ensino, emergiram tensões que favoreceram, a uns e a outros, a construção de crenças mais positivas quanto à educabilidade do aluno com deficiência. Essas "novas" crenças, desde então, mobilizaram as pessoas, provocando "reagrupamentos", aproximações, afastamentos, enfim, desenharam outras relações que, por um lado, não se baseavam unicamente na formação ou ocupação profissional, nas questões de gênero, ou ainda, nas condições econômicas das pessoas envolvidas e, por outro lado, colocavam em movimento a balança de poder da relação família e escola. Observamos que, pouco a pouco, ao longo da trajetória do Fórum de Famílias de Alunos com Deficiência, as crenças dos profissionais do ensino relativas à inclusão escolar e as expectativas dos familiares acerca da escolarização de seus filhos concorreram para a produção de outros referentes de poder que, então, passavam a explicar os sentimentos de pertencimento e de empoderamento e também de inclusão, de escolarização, de aprendizagem e de deficiência.