Resumo Analisou-se a participação da Psicologia no Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (SNCTI), situando-a entre as Grandes áreas do conhecimento. Para tanto, tomou-se como referência o panorama atual de distribuição das bolsas de produtividade em pesquisa (PQ) no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Ademais, apresentou-se a distribuição das bolsas PQ por modalidade e sexo a fim de discutir as desigualdades de gênero, seja no âmbito geral da Ciência, seja internamente à Psicologia. Metodologicamente, trabalhou-se a partir do banco de pesquisadoras(es) ativas(os) disponibilizado pelo CNPq em 2019, constituído por 12.917 bolsistas PQ, incluindo todas as áreas. Observou-se a existência de desigualdades entre as grandes áreas do conhecimento no acesso aos recursos de fomento à pesquisa, particularmente no que tange à distribuição de cotas PQ. Há também desigualdades regionais e assimetrias de gênero na carreira acadêmica e de pesquisa entre homens e mulheres refletidas no quantitativo e na modalidade de bolsa PQ em todas as áreas do conhecimento e na Psicologia, em particular. A Psicologia, no conjunto de cotas disponibilizadas pelo CNPq, ao longo dos seus 60 anos de existência, detém ainda percentual pouco expressivo. Considera-se que, em alguma medida, esse cenário tem relação com o fato de a área ser historicamente marcada como profissão predominantemente feminina, como disciplina aplicada e com pouca tradição no campo científico e de produção de conhecimento.
RESUMO O número de mulheres pesquisadoras tem crescido mundialmente. No entanto, as desigualdades de gênero persistem em quatro aspectos: as mulheres ainda representam parcela minoritária na ciência mundial; concentram-se em determinadas áreas de conhecimento; predominam nos níveis iniciais da carreira e são sub-representadas em posições deliberativas da política científica e tecnológica. No Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), apesar do aumento de mulheres bolsistas de Produtividade em Pesquisa (PQ) nas últimas décadas, as assimetrias permanecem. Este estudo visou discutir as assimetrias de gênero e raça nas diferentes áreas do conhecimento, em particular na psicologia, tomando como analisador a distribuição de bolsas (PQ) do CNPq. Utilizaram-se dados disponibilizados pelo CNPq e coletados por meio de SurveyMonkey. As desigualdades de gênero na ciência persistem no sistema científico brasileiro: as mulheres são minoria entre os bolsistas PQ/CNPq, concentram-se em guetos disciplinares e enfrentam dificuldades tanto para acessar o sistema PQ quanto para alcançar as modalidades de bolsa de maior prestígio científico. Na psicologia, apesar da presença em todas as modalidades de bolsa, ocupam proporcionalmente menos posições no topo da carreira. Ademais, há invisibilidade de mulheres negras e indígenas, a qual tem suas raízes no projeto moderno colonial.
Objetivou-se discutir os efeitos das exigências da excelência científica na saúde das bolsistas PQ/CNPq da psicologia. Utilizou-se questionário on-line aplicado a uma amostra não probabilística de 85 mulheres, dentre as 204 bolsistas PQ/CNPq cadastradas no sistema e entrevistas remotas com 24 delas. As pesquisadoras identificam processos de adoecimento em razão das exigências do trabalho acadêmico e de pesquisa. Consideram que sustentar a carreira científica em nível de excelência em um contexto machista, patriarcal, desigual e precarizado reverbera negativamente na saúde. As mulheres, diferentemente dos pesquisadores homens, precisam lidar cotidianamente com o sexismo institucionalizado, com a discriminação e as hierarquias de poder nas universidades e instituições de pesquisa. Além disso, com as responsabilidades domésticas e familiares que ainda estão fortemente associadas às mulheres na cultura machista que impregna a sociedade brasileira. Esses fatores as tornam mais vulneráveis ao sofrimento e adoecimento. Percebe-se que as exigências acadêmicas se articulam às desigualdades de gênero, criando um ambiente propício à expansão dos gradientes de vulnerabilidade e intensificação do sofrimento psíquico, bem como de adesão das mulheres à racionalidade individualizante hegemônica que desconecta a produção de adoecimento do gerenciamento da vida e das imposições de gênero.
RESUMOA vinculação das pessoas aos espaços arquitetônicos (por exemplo, praças, casas, escolas, igrejas) são projeções das vivências sócio-ambientais de cada época. Face a isto, desde as primeiras cidades, a ocupação urbana tem uma relação intrínseca com a divisão do trabalho e com a classe social de cada pessoa, funcionando como uma forma de ler cada comunidade (ROLNIK, 1995). Nesse sentido, têm-se como exemplo a constituição das praças na cidade do natal/RN-Brasil, são reflexos de processos históricos que desembocam em estruturas para evitar povoamento, processo muito intensificado durante a ditadura militar (MARICATO, 1987). Conjunto a isso, a ausência de participação popular no plano diretor e a falta de incentivos governamentais à educação sócioambiental desfavorecem o vínculo com o patrimônio histórico e a cultura popular, assim como o comércio privado de hotéis, shoppings e food-trucks, contribuem para a ambientação de uma cidade turística higienista. Ou seja, seus espaços desfavorecem o apego ao lugar (CAVALCANTE, 2011, pág.53). Além disso, a desigualdade social e a baixa quantidade de empregos regulares na cidade fomenta o comércio informal de ambulantes que cercam os espaços públicos, tornando os espaços privados atrativos àqueles que se sentem incomodados com o assédio urbano. Dessa forma, a criminalização de algumas urbanidades seguem maquiadas na cidade à medida que são sucumbidas pela especulação imobiliária. Diante disso, indagamos a construção histórico-dialética que se dá entre as relações humanas na contemporaneidade e seu reflexo nas estruturas arquitetônicas na cidade do Natal/RN. Para isso, faz-se urgente o enfrentamento teóricoacadêmico das nuances sociais, culturais e políticas que desembocam na fragilidade afetiva entre sujeito-cidade no território natalense, sobretudo entre jovens, ampliando o olhar acerca da problemática e possibilitando transformações. Face a isto, iniciamos a investigação teórica acerca do tema na intenção de averiguarmos a produção bibliográfica existente. Nesse sentido, executamos uma busca no portal da CAPESutilizando os descritores juventude, cidade e "psicologia ambiental"e encontramos apenas três artigos revisados por pares que não problematizam a temática proposta. Com isso, reiterando a necessidade de produção teórica, o presente trabalho objetiva contribuir para o avanço teórico da problemática para, conjunto à outros esforços, facilitar a intervenção nesse cenário. Diante desse panorama um fenômeno recente chamou atenção na cidade: o encontro informal de jovens em situação de médio poder aquisitivo num estacionamento de um supermercado da rede privada. Observando que nesse espaço comem, bebem e conversam, tudo isso olhando em direção a cidade movimentada que os cerca, com intenso fluxo de carros que passam em frente a pista do supermercado, sendo o local de fácil acesso para transportes coletivos, levanta-se a hipótese de que o estacionamento do Carrefour configura um pedido de socorro por espaços acessíveis pela juventude natalense. Acessível à gente de toda...
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